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Grey’s Anatomy – 9×24 Perfect Storm (Season Finale)

Por: em 19 de maio de 2013

Grey’s Anatomy – 9×24 Perfect Storm (Season Finale)

Por: em

24 episódios, aqui estamos nós de novo.

Diferente de Flight, o season finale deste ano decidiu deixar o choque para seus minutos finais e durante quase todo o tempo que teve, se sustentou na emoção, nos acontecimentos mais simples e nos ótimos diálogos entre seus personagens. A dosagem foi sutil, mas funcionou. Não foi o melhor finale, mas certamente entra firme na briga pelo posto de um dos mais emocionantes e encerrou muito bem uma temporada que começou bagunçada, deu a volta por cima e terminou empolgando.

Crowen Greys Anatomy

Acredito ser seguro dizer que Perfect Storm é a season finale mais coerente e bem dosada de Grey’s Anatomy até agora. Praticamente todas as histórias abordadas durante estes 24 episódios convergiram aqui, algumas encontrando seu fim, outras apenas ganhando novas camadas de drama e apenas começando a acontecer. Foi um bom ano (não tão bom quanto o oitavo, preciso afirmar). Começou bagunçado, mas aos poucos foi se encontrando.

Uma das jornadas aparentemente encerradas aqui é a de Cristina e Owen. Não é o fim de uma história que começou na 9ª temporada, mas de algo mais antigo, que desde os primórdios do relacionamento dos dois os atormentam. Eles passaram por muita coisa e depois de terem conseguido reconstruir a relação mesmo após o aborto, eu imaginei que eles poderiam enfrentar qualquer coisa, mas não, eles não podem e a conversa final dos dois nesse episódio é tão verdadeira e tão sincera que chega a ser dolorosa. Eles se amam, muito, isso é um fato indiscutível. Mas no contexto do relacionamento dos dois, não é o suficiente. Talvez a frase que mais tenha me tocado durante esse finale tenha sido uma que a Cristina disse logo no primeiro diálogo dos dois, quando afirma não querer que no futuro o Owen olhe pra ela e veja apenas tudo o que abriu mão.

Imediatamente, lembrei de uma frase que ouvi em um episódio alguns anos atrás:

“Eu não quero estar com alguém que sacrifique sua vida por mim e chame isso de amor.”

Se aplica perfeitamente a Crowen. É triste e dá muita pena, mas a verdade é que a questão dos filhos é inegociável e o relacionamento dos dois vai estar sempre fadado ao fracasso. Talvez, realmente, o melhor seja eles seguirem em frente, separados, cada um o seu caminho.

Outra crise que também se instaurou foi uma no há meses fragilizado relacionamento de Callie e Arizona. As palavras foram pesadas, a cena foi forte e o que a Arizona disse deve ter doído pra caramba na Callie, e com razão. Desde o começo da temporada, eu não consegui simpatizar com a Robbins e todo o seu drama, não pela situação em si, porque é óbvio que perder uma perna não deve ser nenhum pouco fácil, mas pelo modo como ela sempre culpou a Callie por isso. Mais uma vez, não faço julgamentos porque não faço ideia do que se passa na cabeça de alguém que sofre o que a Arizona sofreu, mas não consigo não achar injusta não apenas a traição, mas a maneira como ela fez tentar parecer que a Callie também tinha culpa e que aquilo ainda era consequência da maldita queda do avião e da perda da perna. Arizona errou, errou muito e minha vontade era de entrar na tela e dar uns tapas na cara dela pra que ela acordasse e visse a mulher que tem ao seu lado.

O casamento das duas agora está danificado de uma maneira que, sinceramente, eu não acredito que haja retorno. Obviamente elas devem se acertar no futuro, mas não consigo ver isso com bons olhos. A Arizona sempre vai acabar voltando ao assunto da perna, mesmo que inconscientemente, e a Callie não merece isso.

Kepner Greys Anatomy

April e Jackson, os novos Lexie e Mark, tiveram um destaque bacana. Uma das mais emocionantes cenas é o desespero da Kepner quando acha que Jackson morreu na explosão do ônibus. Foi tão genuíno, tão sincero, tão real que eu acho que o Jackson não vai precisar pedir nada (como a April praticamente implorou para que ele pedisse), mas o próprio Matthew vai perceber que está sobrando em toda a história e deixará o caminho livre para que o casal se acerte. Se a Shonda permitir, claro.

Felicidade concreta mesmo, nessa season finale, no que diz respeito a relacionamentos românticos, parece que só mesmo para Alex e Jo, que finalmente ficaram juntos, após uma temporada inteira de brigas, encontros e desencontros. Como eu não poderia ligar menos para o casal, não ando muito ansioso pra ver o que Shonda reserva para os dois.

Derek Greys Anatomy

Meredith, Derek e o nascimento do bebê protagonizaram os melhores momentos do episódio, sem dúvidas. Ellen Pompeo deu um show nas cenas em que estava na mesa de cirurgia (provavelmente nunca gostei tanto da atriz na série como nessa season finale) e fez até com que o Ross ganhasse um bom destaque. Provavelmente, ele é, hoje, o único interno que eu já gosto e não tenho ressalva nenhuma. Outro link interessante que a trama fez foi com a história da Bailey. Já estava mais do que na hora da personagem voltar a ser o que era antes da história das infecções e o que melhor que a vida de Meredith em risco pra que isso acontecesse?

O close dado, ao fim do episódio, na família feliz (Meredith, Derek, Zola e o pequeno Bailey) foi um alento, depois de toda a tensão que a situação conseguiu construir, com a cesária às cegas, os equipamentos dos bebês falhando, Ross com a vida de sua superiora nas mãos (literalmente) e a devastação nos relacionamentos amorosos do Grey Sloan Memorial Hospital.

Mas é claro que o episódio não terminaria sem mais uma (suposta) tragédia e a imagem de Richard eletrocutado encerrando a temporada foi, talvez, minha única ressalva a esse season finale, porque pra mim é meio óbvio que ele não morrerá e que isso foi apenas mais um dos muitos artifícios de Shondanás (melhor apelido ever) para prender seu público à próxima temporada. Mas como foi apenas um detalhe entre um episódio inteiro, eu estou disposto a não dar tanta atenção a ele.

Foi uma boa temporada, no fim das contas. Talvez até ótima, mesmo com todas as minhas muitas ressalvas a reta inicial. Mas, uma coisa fica clara; Grey’s Anatomy não tem mais o mesmo fôlego de antes e isso não é de agora. Com os contratos do elenco principal chegando ao fim após a 10ª temporada, acredito que o mais sensato a se fazer é, entre o episódio 10 ou 11, anunciar que ela será a última temporada e dar um fim digno à série.

A todos vocês que me acompanharam nas reviews aqui por mais um ano, meu muito obrigado. A parte mais legal de assistir o episódio é escrever sobre ele e mesmo que eu não tenha conseguido mais responder os comentários de vocês com a mesma frequência de antes, leio e sou grato por cada um deles. Mais uma vez, obrigado, e nos vemos na 10ª temporada!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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