Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Homeland – 3×08: A Red Wheelbarrow

Por: em 22 de novembro de 2013

Homeland – 3×08: A Red Wheelbarrow

Por: em

Equilibrando-se entre política, espionagem e ação, A Red Wheelbarrow foi o episódio que esfregou na nossa cara uma realidade muito dura sobre Homeland: Ninguém tem verdadeiros aliados – o que torna qualquer um, um potencial inimigo.

Começando por Mira, que arriscou seu casamento de mais de 30 anos – falido, diga-se de passagem – por um amor repentino. O galanteador era, na verdade, um infiltrado para conseguir dados sobre Saul. Possivelmente aquela não foi a primeira escuta plantada na casa, e não se sabe que informações ele já tinha conseguido até então.

3x08 - carrie

Carrie continua sendo a mesma de sempre, impulsiva, insubordinada e com um instinto de sobrevivência inversamente proporcional à sua intuição praticamente sempre certeira. Enquanto todos estavam na missão para solucionar o atentado à CIA, o objetivo da agente sempre foi inocentar Brody. Foi ela quem se arriscou, quem sofreu no hospital, quem serviu de isca e esteve muito perto da morte ao lidar com Javadi e seus homens, e justamente por isso ela não conseguiria simplesmente seguir ordens e deixar o seu trabalho ser desperdiçado em questão de segundos.

Pode não ter sido a coisa mais racional, e provavelmente nada eficiente (assim como quando correu atrás de Brody quando ele foi levado em um helicóptero em I’ll Fly Away), mas é assim que Carrie sempre agiu, e por mais que ela esteja fazendo parte de um plano maior, ela sabe que no fundo está sozinha e ninguém mais lutaria pelos seus interesses. No fim, ela acabou baleada, o suposto homem-bomba foi morto (e dissolvido em uma banheira no maior estilo Breaking Bad) e passada para trás sobre a localização e os verdadeiros planos de Saul.

Mas as peças ainda não se encaixam. Assim como Carrie, o que o público sente que faltam pedaços desse quebra-cabeças e que tem algo ainda maior vindo por aí. Na verdade essa é uma sensação que está presente em toda a temporada e só vai crescendo ao longo dos episódios. É difícil acreditar que o verdadeiro terrorista seria um qualquer depois das pistas que Javadi deu sobre ele ser alguém importante na CIA. E mais difícil ainda acreditar que uma peça tão importante seria descartada dessa forma por Franklin após ele receber ordens de Bennet para tirá-lo do país. Pode soar como teoria da conspiração demais, mas a impressão que fica é que talvez Saul e companhia não estejam com tanta vantagem quanto acreditam.

Em seus últimos dias no comando da agência, Saul precisa de agilidade para que o plano funcione, e parece praticamente impossível que ele consiga finalizar a operação antes que o senador assuma a diretoria. A fase 2 – também conhecida como Nicholas Brody – é um mistério e eu prefiro nem tentar imaginar como ele vai tirar um viciado em heroína do fundo do poço e colocá-lo em campo novamente. E por favor, Damian Lewis merece todos os aplausos do mundo por conseguir em poucos segundos de tela e sem falas, roubar a cena e se tornar o elemento mais impactante do episódio. Tomara que o personagem volte a ser regular daqui para frente.

3x08 - Brody

E por fim, a gravidez de Carrie. Um bebê não combina com a rotina da agente e tampouco com a série, mas é perfeitamente compreensível todo o processo pelo qual ela vem passando. Primeiro a negação – que a fez repetir o teste do xixi dezenas de vezes – e agora o impasse, já que por mais que ela entenda o quanto um filho mudaria sua vida, sua rotina, e o quanto será difícil conciliar o controle de sua doença com a gravidez, ela vê este filho como uma chance de deixar de ser a pessoa solitária que ela sempre foi, além de carregar consigo uma parte de Brody.

As decisões tomadas pelos personagens nos próximos episódios vão decidir o rumo da temporada e definir o futuro da série, o último ato dirá se Homeland tem mesmo fôlego para manter a excelência na próxima temporada ou se vai se tornar apenas mais uma boa série de TV.


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

×