Depois de três excelentes episódios tem como chegar no quarto sem expectativa? Pra mim não. E não é que o episódio correspondeu à altura? The Sexless Innkeeper (que merecia se chamar It Was The Best Night Ever) Foi ainda mais engraçado que Robin 101.
Entendo o desespero de Lily e Marshall. Pra quem nunca namorou algum tempo, não custa esclarecer. Não é que os dois não se bastem como um casal, mas depois de um certo tempo, a gente começa a gostar mais de ficar sozinho apenas para os programas que são, claramente, de casal… Um jantar mais íntimo, um dvd no final do dia, um cineminha no sábado à tarde. Mas há certas coisas que ficam melhor em grupo, não dá pra negar que é muito mais divertido jogar buraco com quatro pessoas, ver filme pipoca em grupo, dividir uma pizza grande… Qualquer jogo de tabuleiro praticamente perde a graça com apenas dois jogadores! Por isso nós, casais, precisamos nos unir muitas vezes, e tornar completa as experiências de vida que, à dois, não tem tanta graça.
E como Allyson Hannigan encarnou bem essa angústia! O seu olhar de louca capaz de tudo para conseguir o que queria estava hilária, quase uma Mamãezinha Querida! Jason Segel também, é claro, incansável e impagável com Marshall e o seu Goudar. Adoro todos os momentos de destaque que dão ao discípulo de Judd Apatow; ele sempre os aproveita ao máximo, criando cenas antológicas como a do maior de todos os tapas na cara e das canções de hoje.
Quanto a Robin e Barney, a evolução é curta, mas a cada dia eles mais se parecem com um casal, embora Cobie Smulders continue ainda com sua atuação fora de forma. Embora Neil Patrick Harris brilhe como sempre, ele apenas o faz nos seus momentos solo, como no conto do Hospedeiro Assexuado.
Àqueles que reclamarem do episódio não ter acrescentado nada a trama, fica a pergunta: o que poderia ser acrescentado nesse momento? Depois de uma boa dose de enrolação na temporada passada, Barney e Robin estão finalmente juntos; Ted acabou de começar num novo emprego; e Lily e Marshall estão na mesma como sempre estiveram (e isso não é uma crítica)… O que exatamente poderia acontecer a esse ponto?
Dizem que (spoiler!) no 100° episódio há chances de finalmente conhecermos a mãe, que viria na figura de Rachel Bilson (a Summer de The O.C.). Será? Talvez a série tenha chegado num momento em que tudo que tudo aponta para a resolução desse mistério. Estamos no episódio 92, nos próximos oito eu nem espero, nem imagino, o que possa haver de trama a ser apresentada. Tudo bem, não sou roterista de Hollywood, esse assunto não me cabe. Mas, sério, o que pode acontecer? Barney começar a pirar com o fato de estar namorando sério? Ou quem sabe a Robin? Prefiro que a série continue genial e divertida como vem se mostrando independente de quaisquer acontecimentos que façam a história “evoluir”.
Chega um ponto em séries de comédia que não há mesmo muito o que acontecer. Sem querer usar a eterna comparação, mas já usando, em Friends, depois que Monica e Chandler e casam, as coisas permaneceram exatemente iguais por um bom tempo. E não havia nada de errado nisso. Os personagens e o roteiro afiado se bastavam, e é exatamente o que vem acontecendo com How I Met Your Mother. Lembra do ano passado, quando havia uma história mais definida com Ted e Stella… Você se divertia com aqueles episódios? Ria? Eu não. E prefiro mil vezes episódios como esse e como o The Possimpible da temporada passada, em que nada de útil acontece, mas em compensação nos divertimos tanto quanto um sitcom pode ser capaz de nos divertir.
Se HIMYM continuar nos brindando com episódios como esse ao longo dessa temporada, vai ser bem difícil arranjar alguma crítica negativa a fazer… It Was The Best Night Ever (já que eu me recuso a chamá-lo por outro nome) entra pra minha lista de episódios favoritos. E o site do Marshall, claro, é real.
