A nova série da HBO é decididamente a estreia mais irregular da temporada. Enquanto algumas séries são mesmo ruins, e outras, se não são maravilhosas, pelo menos encontraram seu caminho… Hung permanece icógnita, as vezes um episódio inspirado, outras nem tando, às vezes uma comédia. As vezes um drama.
1×05 – A Comédia
O quinto episódio de Hung nos trouxe o que a série pode ter de mais engraçado: uma cliente maluca. O começo do episódio, no estilo Do Over, foi atípico no bom sentido da palavra. A estranha relação (ou negócio?) desenvolvida entre Ray e Jemma é a prova de que, de perto, ninguém é normal.
Jemma é o estereótipo da “mulher normal”, a americana média, loira, carente, solteira… E por trás da faixada de classe média alta, completamente pirada. Que outro termo explicaria as duas tentativas de encontro logo no começo do episódio? E a praia? Tarso Cadore é completamente são se comparado com uma mulher que dá “pause” na realidade enquanto faz uma ligação, ajusta o serviço adquirido, e torna a dar “play” no momento.
Mas o bom de toda essa maluquice é que me fez rir como só How I Met Your Mother sabe fazer.
E se houve um momento triste nesse episódio, ele veio da explosão entre Tanya e Floyd. Às vezes eu tenho uma sincera pena de Tanya, uma verdadeira Macabéa que tenta deixar sua inexpressiva condição de existência e acaba execrada por um homem pequeno e patético como Floyd. É deprimente vê-la nesse tipo de situação que, embora você esteja certo, e teoricamente seja o alfa da discussão, acaba subvertido ao egocentrismo e à piração alheia.
1×06 – O Drama
O sexto episódio de Hung nos trouxe o que a série pode ter de mais dramático: uma cliente maluca. Dramático e perigoso melhor dizendo. Ou alguém tem alguma dúvida de que essa relação recém criada entre Ray e Jemma ainda vai trazer muitos problemas? Ele já ofereceu que ela não pagasse mais, ela já recusou… Péssimo sinal.
Não se pode dar corda a maluco, e Ray parece ter perdido essa lição básica da vida. Ver, rever, marcar novos encontros e ainda por cima dar nome e endereço? Pelo visto apesar de pagar as contas com sexo, Ray continua um inocente de marca maior.
Quanto ao “resto” da série, tivemos mais do que o necessário de Jessica e seu marido Ronnie. Se bem que um minuto com os dois juntos em cena já é mais do que o necessário. Anne Heche faz da sua Jessica um personagem cada dia menos crível e mais cheio de maneirismos. E Eddie Jemison (o Ronnie), interpreta o mesmo tipo chato que ele tem feito em filmes como Onze homens e um segredo. Também não ajuda o fato da mãe de Jessica ser uma cópia (mal feita) da mãe de Lynette, de Desperate Housewives.
E sobre os futuros episódios, de acordo com o IMDb, devemos contar com a presença de Natalie Zea, a Jemma, em pelo menos mais dois episódios. O que esperar do próximo? Comédia ou drama?