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Mad Men – 6×06 For Immediate Release

Por: em 8 de maio de 2013

Mad Men – 6×06 For Immediate Release

Por: em

Este foi daqueles épicos episódios que Mad Men exibe em cada temporada, enquanto eu assistia me lembrei muito do “Shut the Door. Have a Seat” com a diferença que esse não é um season finale. É neste tipo de episódio que vemos tudo acontecendo ao mesmo tempo. O Barco afundando, pessoas brigando e dando a volta por cima. É o que Mad Men faz de melhor, nos surpreender com ideias e fatos que nem imaginávamos. Fez com que nem lembrássemos do caso do Don com a Sylvia.

Fiquei surpresa no início do episódio com a tentativa de abri o capital da SCDP já que não tem falado tanto de negócios quanto falavam antes, cheguei até a citar na review passada que talvez estivessem em crise nos negócios. Mas pelo visto foi só uma escolha resolverem mostrar mais o lado pessoal dos personagens, sem falar muito sobre a carreira deles, só mesmo o Don destruindo muitas contas que eles tinham.

Mas como Mad Men sempre faz, nada é certo até estar fechado. Se logo no início vemos Peter, Bert e Joan empolgados com a possibilidade de aumentar a empresa, de venderem ações e ficarem ricos, no momento seguinte Don estraga o contrato com a Jaguar sem ao menos pensar no que isso traria ao financeiro da empresa – indo abrir o capital ou não. Herb é um homem nojento, mas se formos pensar somente nas suas ações, e não na falta de charme, o Don já fez coisa pior. Pelo menos o fatídico jantar serviu para nos divertir vendo a Marie mal se aguentando na cadeira tendo que conversar com a Sra. Herb. E dando conselhos desavergonhados para a filha.

Só o que Don é capaz de pensar é nele mesmo e na consciência de lidar com alguém que é um porco. A Joan disse muito bem, se ela fez o que fez para trazê-lo para a agência, Don não tinha o direito de jogar tudo pela janela e achar que seria visto como um príncipe num cavalo branco que veio salvar a donzela. Que bom que Joan falou tudo o que pensava para o Don, que ele só pensa nele mesmo. Ela resumiu o que todos estavam pensando, e vindo dela tem uma carga dramática bem maior do que o Peter falar estas coisas.

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Mesmo depois desse discurso, nada das palavras da Joan entraram na cabeça dele e Don acabou decidindo o futuro não só dos seus funcionários, mas dos seus sócios e “concorrentes” fazendo o que ele faz de melhor: Improvisando. Don sempre tem ideias diferentes quando está apertado, quando, como diz o povo, está vendo a avó pela greta. Mas ele tenta consertar um erro, conseguir uma coisa grande sem consultar ninguém. Claro que ali ele não tinha tempo pra isso, mas em nenhum momento o Mr. Draper pensou no que iriam dizer, querer, o que isso implicaria para todos. Ele teve uma ideia, achou um doido para ajuda-lo e foi desembestado.

Ainda bem que conseguiram a conta da “Chevy”.

Nem imagino como ficaria o Ted se não conseguissem a conta. O Ted e a Peggy nesse caso, já que ela é que nos importa. Os escritores de Mad Men fizeram questão de colocar todas as duas agências desmoronando antes da grande ideia de Don surgir. Revendo o episódio dá até raiva ver como eles preparam tudo, nos prepararam para a solução que encontraram. Tudo estava de um jeito que ficaríamos aliviados quando finalmente anunciaram o resultado da concorrência da Chevrolet. Ted e a CGC estavam por um fio com aquele funcionário com câncer e precisando de dinheiro, seria um golpe para a agencia.

Na SCDP não era diferente, perderam a conta da Heinz, da Jaguar, da Vicks – já voltamos a falar da burrice do Peter – em um curto espaço de tempo. Nem imagino o impacto disso nas contas da agência. Mas o Herb imagina. Ele acha que deixar a SCDP vai despedaçá-los.

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Peter é sempre muito político, ele tem aquele dom de vendedor que a maioria de nós odeia, ele puxa o saco mesmo quando tem raiva de uma pessoa. É por isso que ficamos tão felizes quando vez ou outra a situação já está tão fora de controle que as pessoas o socam, ou ele cai da escada. Parece que tem muita tensão acumulada e um acidente ou uma agressão física é a forma que libertam o Peter. Prostituição é um tema recorrente em Mad Men, afetou a infância do Don, Lane e agora o Peter, e ao que tudo indica vai ter seu divórcio.  Ele realmente achou que o seu sogro ia ficar calado por medo? Isso pode funcionar com o professor do Ken, mas com um pai que vê a filha prejudicada? Não é a mesma coisa, o que ele tem a perder é menos importante do que a felicidade e o bem da sua princesa.  Não que eu concorde com o tratamento que ele dá à esposa, mas entendo a filha vir antes.

Fazia tempo que sinto falta de ver o Roger ativo como esteve nesse episódio, trabalhando e criando situações para conseguir mais trabalho. Gosto de como ele é ativo e age como uma criança, ele tem essa felicidade infantil, e faz chantagem emocional como uma também. Adorei a estratégia que ele montou com a Daisy para conseguir O cliente. Não entendi se ele já estava mirando na Chevrolet, ou se era qualquer grande companhia. Procter & Gamble por  exemplo. Roger já está até usando a morte da mãe para conseguir sexo.

Quero ver como será a vida da Peggy daqui pra frente. Ela foi ao escritório do Ted esperando outra coisa, e o que ela ganhou foi um elogio, uma promoção, uma noticia bombástica e mais trabalho para fazer, vindo do seu antigo chefe. Podem falar o que quiser. Peggy está preparada para lutar, esteve desde o início da série, mas ela é sonhadora e diferentemente da sua mentora Joan, que já é cínica, ela ainda espera alguma coisa a mais. Ela está com o Abe, se mudou para o apartamento no lugar que ele queria, miscigenado, mas quando ganha um beijo do chefe é diferente. Aposto que ela não parou de pensar naquilo em nenhum momento. Prova disso é se deitar com o Abe mas enxergar o Ted. Acho que as coisas vão se complicar com a fusão das duas agencias. Mas e daí? Agora ela é a redatora chefe de uma empresa Top 25 dos Estados Unidos e nem tem 30 anos ainda. Ok. Eu também estou com inveja. Mas também com pena dela já voltar a trabalhar com o Don.

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PS.: Primeira vez que vejo Joan com cabelo solto no escritório, é uma mudança de vida, maior liberdade como sócia?  No episódio passado a Peggy usou calça, primeira vez que uma mulher em Mad Men usa calças. Grandes mudanças para as mulheres.

PS.2: Naquela época a Vicks já era da Procter & Gamble?


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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