“Por que tudo tem a ver com lados?”
The Half Better do que? A única coisa que sabemos é que não dá pra tomar lados em Mad Men. As vezes temos pena de uns, as vezes raiva, outras vezes nojo. Mas esse belo episódio (gostei muito, mais do que o passado) foi mais uma busca, acho que todos buscaram ser a sua melhor parte, tiveram algumas desilusões e algumas verdades escancaradas.
Peggy foi colocada numa situação muito estranha, seu novo chefe e seu antigo chefe a colocaram para ser diplomata, e na posição dela eu também não saberia o que fazer. Os dois estão disputando para ver quem tem a melhor ideia? Para terminar o trabalho? pra ter mais influencia e ser admirado pelos funcionários? Eles estão disputando ainda, não caiu a ficha que agora são sócios e a margarina quer um bom trabalho dos dois. Eu não sei quanto ao Ted, mas eu acho que o Don está cada dia mais incapacitado para fazer o que ele fazia antes: Encantar com boas ideias. Quem gostaria de ficar no meio disso? Nem a Peggy, nem o Harry.
Peter tem tempos que está remoendo a sua posição na empresa depois da fusão. O que me leva a pensar que eles não concluíram a ida a público, se não ele não estaria tão preocupado. É triste ver-lo nesta posição, mas Peter procurou por isso. É como Herman disse, ele tem que resolver a vida dele, isso reflete no trabalho, na segurança que ele tem. Ele está com um problema com a mãe, com a esposa, com o trabalho. Ele se vê excluído, desiludido. Estranho ele ir procurar justamente a Joan para conversar, e estranho pensar que Peter, um dos personagens mais chatos de Mad Men, ser o único cara ali que nunca a desapontou.
Não imaginei que a Joan iria continuar com uma ‘amizade’ com o Bob. E afinal, quem é o Bob? É um personagem deslocado na agência, apareceu do nada e parece infiltrado na vida das pessoas. Em outra série eu diria que ele poderia ser um espião da CIA. Será que ele imaginou que acontecia algo ali quando o Roger chegou? Como não mostraram qual é realmente o relacionamento dele com a Joan, não sabemos o que ele pensou. Um namorado poderia questionar o que o Roger estaria fazendo ali, mas um colega de trabalho não. E Bob parece coletando informações sobre todo mundo. Até um enfermeiro ele conseguiu para o Peter, talvez esta seja a conclusão do drama da mãe do Peter.
Roger também teve sua porção de drama, ser rejeitado pela filha proibindo-o de ver o neto, para ter seu lado paternal excitado e novamente ser rejeitado, pela Joan que não quer o Roger na vida do filho. Ou dela. Roger é uma criança e custou para crescer, ele trabalha, tem família neto, uma empresa, mas não sabe levar a sério a sua vida. Aí acontece algumas coisas e ele fica todo pra baixo.
Não imaginava ver a Betty tão bem neste episódio. Ter passado um tempo fora dos seus padrões de beleza parece que fez bem à ela. Ela parece mais bonita porque está mais confiante e livre do que jamais esteve em Mad Men. Ela não se sente culpada, se sentiu leve o suficiente para ter uma noite de amor com o seu ex-marido, ex-amor e continuar tocando sua vida. Até para falar algumas verdades para o Don (que sempre precisa, incrível) ela foi bem verdadeira, durante o sexo era o único momento em que ela tinha a atenção total do marido. Ela foi a única no episódio que não sofreu, e até brincou com o filho, coisa que não vemos muito (se é que já vimos). Ela é uma mãe estranha para gente.
Algumas vezes imaginei que a Betty tinha nascido fora do tempo, que era reprimida, não só na vida profissional, mas também sexualmente. Mas ela consegue ser mais solta, e agora ela e o Don completaram um ciclo de vida. Ela superou a raiva, ainda ama o pai dos seus filhos, não de uma forma amorosa, mas é uma pessoa que ela passou grande parte da vida com. É estranho estas pessoas que passam 20 anos com alguém, tem filhos e depois de se separarem não podem nem olhar para a cara do outro. Betty superou, deu conselhos e até ela tem pena da Megan.
Megan que está tomando uma ação, esperamos todos que o Don esteja realmente procurando ser o seu melhor, que consiga se satisfazer e ficar feliz ao lado Megan ou pelo menos ser honesto com ela. Já passou da hora da honestidade fazer parte da vida dele. Achei que por ela saber a verdade desde o início sobre sua verdadeira identidade o casamento dos dois teria alguma chance de ser diferente do casamento que Don tinha com a Betty. E que situação estranha com a sua colega de elenco. Teve uma hora que achei que a Megan iria ter um caso com ela.
Finalmente a mais desiludida da história foi a Peggy. Ela ainda precisa se encontrar e saber que nem todo mundo precisa de uma outra pessoa, de um namorado só para não estar sozinha. Ela não combina com o Abe, nunca combinou, eles tem pensamentos diferentes sobre a vida, sobre o trabalho. Desde quando ela estava procurando apartamento isso estava claro. Pra ser sincera, desde quando Peggy esperava um pedido de casamento e o Abe a chamou para morar juntos a diferença de desejo para o futuro deles estava claro. Eu sinto pena dela, porque ela ainda é sonhadora, ela estava esperando algo do Ted, que se nunca tinha sido antes, agora foi exatamente como o Don.
Harry ainda tem ilusão de se tornar sócio, será que ele tem chance?
PS.: O que foi o short do Bob Benson?
PS.II: O pior término de namoro que já vi, dentro de uma ambulância, com uma faca na barriga.
PS.III: E o frentista babando na Betty? Morri de rir do garoto.
PS.IV: Tirei vários prints pra escolher o que colocar na review, uns 28, e mais da metade incluía a Peggy <3
