Sobre este episódio de Mad Men quero comentar só dois acontecimentos: Sally e Bob Benson, que de certa forma estão envolvidos com todos e tudo o que precisamos desabafar. É isso mesmo, desabafar, porque tudo o que esse episódio proporcionou estava entalado na garganta, de alguma forma a gente espera ver alguma mudança, mesmo sabendo que esse tipo de coisa não acontece em Mad Men.
Infelizmente, porque o Don a cada dia que passa merece menos tudo que ele tem. Pra alguém que mudou de vida, que “esconde” um segredo que muita gente sabe, ele não dá valor ao que tem, ao que conquistou. Sem falar da falta de respeito pelas mulheres da sua vida, ele se arrisca muito com todos esses romances, ainda mais tão perto de casa.
Esperava que a Sally fizesse algo – ainda espero – e mesmo que não fosse denunciá-lo abertamente à Megan, que ela dissesse algo que deixasse o pai em maus lençóis. Mas só aquela cena não era o que eu esperava, acho que todo mundo esperava algo mais embaraçoso, mas todo mundo sabe que isso não acontece. Pelo menos isso poderia melhorar a sua relação com a Betty, as vezes ela começa a entender porque sua mãe quis se separar e deixar o Don.
Sinto muita pena da Sally, ela idolatrava o pai, e ir de defende-lo de manhã e flagrá-lo na cama com a amante de tarde não é fácil. Destrói um pouco as esperanças e as crenças de uma criança. Viu da pior maneira as hipocrisias do mundo. Don ainda piora tudo ao tentar justificar, ou melhor, enganar a Sally sobre o que ela tinha visto. Consolando, sério? Só se for naquele maldoso sentido da palavra. Ela já é adolescente, sabe bem o que viu, já se interessa por garotos. Até por aquele que o Don tentou desesperadamente ajudar, quase pondo seus negócios com a Chevy em perigo.
Pelo menos aquele momento desagradável no jantar com os sócios e o representante da Chevrolet serviu para abrir mais uma conversa com o Ted, porque na agência continua parecendo que estão em guerra, disputando trabalhos entre eles, sem conversarem direito. Tomara que a ajuda do Ted no caso do filho da Sylvia seja levada em consideração e eles pelo menos comecem a trabalhar como sócios, não rivais.
E o segundo ponto do episódio muito importante para essa review é: Bob Benson. Ou Bob Benson e Peter. Foi constrangedor aquele momento em que Bob “dá em cima” do Peter, a gente já esperava alguma coisa diferente dele, Benson é um personagem misterioso e a pergunta se ele era gay já foi feita antes. Só tivemos a confirmação, mas eu preferia que ele fosse um espião. Me lembro do Salvatore Romano e do descaso e ofensa que o Don fez por ele ser gay.
Não sabemos como Peter vai se comportar daqui pra frente, ele é preconceituoso, moralista e acho que não vai deixar isso pra lá. O que eu não entendo é alguém gostar se interessar por ele romanticamente. Seja Bob, Truddy ou Peggy. Peter tem alguns momentos simpáticos, mas sejamos honestos, na maioria das vezes ele é mesquinho, egoísta e preconceituoso. Nem charmoso como o Don ele é.
Um dos momentos simpáticos que ele mostrou nesse episódio foi justamente com a Peggy, durante o happy hour com Ted. Os três estavam a vontade, foi divertido e ali o Peter enxergou que Ted está apaixonado pela Peggy. A inteligência e o brilhantismo atrai muito homens. Mas eu não gostaria de vê-la como amante, ela merece mais do que isso.
