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Misfits – 3×04 Episode Four

Por: em 22 de novembro de 2011

Misfits – 3×04 Episode Four

Por: em

E é assim que se faz um filler.

Misfits sabe crescer. Apresentou uma ótima primeira temporada, para ter um segundo ano excepcional, e nos entregar uma terceira temporada que pode parecer aleatória, mas vem brincando com diversos elementos narrativos. Comédia, drama, vida pessoal, revistas em quadrinho, heroísmo, e por que não, viajar no tempo mais uma vez? Nesse quarto episódio, a série mostra que ainda está com tudo, com um filler tenso e bem feito, com sequências tão excelentes, que pareciam cinematográficas. A série tem provado que consegue mandar bem brincando de todos os jeitos, assim como Community genialmente abusa dos diversos conceitos narrativos. Analisando dessa forma, não me incomodo mais com o segundo episódio mais introspectivo, pois até dessa forma a série conseguiu apresentar um ótimo capítulo. Misfits não tem medo. É fato. Não é fácil uma série fazer piada com Jesus, como fez no episódio natalino. E se isso não bastasse, o drama do canal E4 colocou uma personagem para chamar Hitler de dick, e chutá-lo, literalmente.

A expectativa por esse episódio era alta. Afinal, criaram 60 min ao redor de um comentário jogado no final da 2ª temporada como uma piada. Quando Curtis vendeu seu poder para Seth, o traficante disse que um homem idoso havia comprado o mesmo para poder viajar no tempo e matar Hitler. Tudo bem, a história parou por ai. Mas foi uma grande sacada dos roteiristas irem a fundo com a piada e mostrarem o que aconteceu com a tentativa. O começo do episódio foi sensacional A sequência em que escutamos a narração do senhor Friedrich Hisch, contando a história de sua família durante os ideais nazistas de Hitler na 2ª Guerra Mundial, foi tão bem feita, que pareceu que eu estava no cinema. Não teve como não simpatizar com o simpático idoso e seu desejo de vingança para quem – assim como ele – perdeu toda a família durante aquela época. Então nos transportamos para o escritório do Führer, e os roteiristas fazem outra sacada genial. Hisch não conseguiu matar Hitler, do contrário, o deixou mais poderoso graças a tecnologia avançada (para a época) de seu celular. E quando voltamos ao presente, nos deparamos com uma realidade em que a Alemanha venceu a guerra e invadiu a Inglaterra!!

Nessa realidade paralela nossos personagens continuavam existindo, e por forças maiores, atraídos ao serviço comunitário, de uma forma ou de outra. Eles são os mesmos, com as mesmas personalidades, sentimentos e ideais. Simon trabalha para os nazistas, mas continua com um bom coração; Kelly, Curtis e Alisha buscam pelo correto; e Rudy…continua sendo o bobão com as melhores piadas. Porém, esse episódio só veio confirmar que Lauren Socha é uma atriz sensacional e merece todos os prêmios. O episódio foi de Kelly, seu relacionamento com Seth, e mostrando o poder feminino da personagem. E não foram só eles que estavam lá: Shaun ainda era o chefe do serviço comunitário, trabalhando firmemente para Capitão Smith, e carinhas antigas, ou nem tantas, retornaram. Foi ótimo ver Gary novamente. Para quem não lembra, ele estava vestido de alaranjado junto com o grupo no episódio piloto, e foi morto pelo agente da condicional. Nessa realidade, Gary também foi morto, congelado. E esse poder veio da garota Lily, que apareceu no episódio 2×02, sendo morta em uma explosão enquanto fazia sexo com o meio irmão de Nathan. E ainda tivemos Peter, o desenhista de histórias em quadrinhos do episódio anterior.

Os nossos misfits, aparentemente, não tinham poderes. Só vimos Rudy mostrar que ainda tem seu Good Rudy. Nessa realidade, eles adquiriram os poderes atuais, como Curtis e sua troca de gêneros, ou então nunca foram afetados pela tempestade. Os antigos não poderiam ser, já que o de Curtis estava com Hisch, e todos podiam tocar Alisha a vontade, que nada acontecia. Kelly não leu mentes, nem Simon ficou invisível, e aposto que iriam usar esses poderes em uma situação como a qual se encontraram. Corrijam-me se eu estiver errado: quando Kelly voltou ao passado para pegar o celular das mãos de Hitler, o senhor Hisch já não se encontrava lá, porque já havia voltado para o “presente”. E quando Kelly volta ao presente, desfez todo o erro, consertando a linha temporal. Como ela estava com o poder de viajar no tempo, Hisch ainda estava vivo e nunca comprou poderes. Então tudo isso foi parte de uma linha temporal que era para acontecer, certo? Pois do contrário, muitas coisas teriam se alterado: Curtis poderia pegar o mesmo poder; Hitler poderia mudar algumas coisas, desconcertado com os acontecimentos daquele dia…enfim, muitas frestas no tempo seriam abertas. Visto que eles ainda seguem a linha de que “o que aconteceu, aconteceu”, me sinto mais seguro, pois tudo faz sentido, sabendo que era assim mesmo para acontecer. E por agora, viagens temporais cessarão, já que o poder estará na iguana de Seth.

Foi divertido acompanhar os personagens nessa realidade, pois mesmo nela, o futuro de alguns ainda é estar junto: Simon e Alisha, e Kelly e Seth. Os dois enfim se beijaram, e a paixão cresce a cada dia na garota. Ela é a única a lembrar do que aconteceu nesse presente paralelo. Ela contou para Seth e brincou para os amigos, mas somente para ela isso tudo significou algo. Curtis morreu; Seth também, e provavelmente todos eles teriam o mesmo destino, já que foram encurralados pelo Capitão Smith e o grupo nazista. O curioso foi ver que Seth pode mesmo escolher qual poder entregar para tal pessoa. Essa teoria não era 100% para mim, visto que Kelly foi a primeira a escolher um novo poder e acabou pegando – aparentemente – o menos útil. Mas enfim, eles podem escolher, e Seth pode dar qual ele quiser, passando, inclusive, por beijo.

Ponto para a equipe técnica de Misfits com toda a ambientação, figurino, cenário. Enfim, um terror nazista, com muita ação, suspense e drama.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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