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No Limite: Ceará – Episódios 01 e 02

Por: em 3 de agosto de 2009

No Limite: Ceará – Episódios 01 e 02

Por: em

Esse era o destaque da página inicial do site do No Limite sábado à tarde. E eu não consigo pensar em coisa melhor pra definir o que foi esse pontapé inicial do reality show. Como muita gente já vem falando por aí antes mesmo da estreia, o maior erro de No Limite é querer encaixar a dinâmica do Big Brother Brasil em um estilo de programa completamente diferente. Tudo bem, é esse “clima de romance” que a maioria do público gosta… Mas pera aí. Cadê as outras opções pra ver se é só disso que o público realmente gosta? Quem souber, compartilha comigo que eu tô por fora, mas enquanto isso, vamos ver o que aconteceu de quinta pra cá lá no Ceará.

O começo seguiu bem o esquema de algumas edições do Survivor original americano. No programa de quinta, os participantes tiveram 30 segundos pra pegar tudo que conseguissem do barco e caírem na água pra nadar até a praia. Se não me engano, isso aconteceu na sétima temporada de Survivor, a Pearl Islands. Mas não levem isso como crítica, porque se as ideias são boas, eu não me importo de copiarem. O problema com No Limite é que a produção do programa é diferente do formato original, então não adianta apenas copiar, porque pode acabar não funcionando. Na primeira prova de imunidade, por exemplo, tirada do Survivor Tocantins, ficou uma gritaria enorme pra todos os lados e era difícil se empolgar no meio daquela confusão. Quem se empolgou mesmo foi a tribo Taíba, que venceu a prova e conseguiu imunidade pro primeiro Portal.

Sem muito tempo pra se aprofundar nas consequências da derrota, a edição rápida e pouco detalhista do programa nos levou direto ao encontro com Zeca Camargo pra primeira votação do jogo. Os votos foram concentrados em Eneida, que acabou sendo a primeira das indicadas. Eu queria entender melhor o porquê de tanta gente ter votado dela, já que durante a exibição, eu não consegui pegar nada que justificasse a quase unanimidade da votação. Rafão, que conseguiu a liderança por nadar mais rápido e pegar um colar logo que os participantes saíram do barco, acabou indicando a Bia – o porquê disso também não ficou claro pra mim.

Passando para o programa de domingo, de cara tivemos a primeira prova de recompensa. Como eu disse antes, não ligo que a produção copie as provas de Survivor, contanto que as escolhas sejam boas. Não foi o caso de “Morro Acima”. A prova de corrida (primeira de Survivor: Gabon) foi rápida, simples e sem muita emoção. Taíba venceu de novo e de recompensa levaram batatas e galinhas, dentre algumas outras coisas. Apesar disso, a tribo Manibu também foi recompensada e levou como prêmio de consolação um saco de arroz. E aí que entra mais uma crítica: a tribo que perde também ganha? Como assim? A impressão que o programa tenta passar é a das complicações de viver sem recursos em um ambiente escasso, mas é capaz de a alimentação deles ser melhor do que a minha. Eles ganham bolo, macarrão, tomate… E a tribo que perde também leva tudo isso, inclusive! Por isso que quando as câmeras mostram as dificuldades dos participantes, eu vejo muito mais a fragilidade daquela galera, do que o espírito de sobrevivência que tentam passar.

Seguindo adiante, a segunda prova de imunidade foi também a segunda prova de Survivor Tocantins. Dividos em times de três a cada rodada, eles tinham que lutar por uma bola e tentar pontuar, arremessando-a em uma cesta. Na segunda rodada do desafio, Júlia recebeu uma pancada na barriga e teve que ser atendida por médicos – Essa rodada continuou com arremessos livres. Como era melhor de 5 e as tribos empatavam em 2 a 2, a decisão ficou para última rodada. Manibu pontuou e venceu sua primeira prova no jogo. Mas a vitória repercutiu pouco. Pelo menos foi o que pareceu. Vimos mais alguns momentos dos grupos no acampamento, alguns depoimentos reforçando o espírito de equipe e a união de todo mundo… E nesse clima bem genérico e artificial, fomos direto pra mais um Portal – prontos pra descobrirmos quem seria a primeira eliminada. Como essa parte do programa é ao vivo, dá pra perceber como eles querem fazer tudo de maneira mais apressada, e sem segurar muito o mistério, Zeca Camargo logo revelou que, com 57% dos votos, Eneida era a primeira a deixar o No Limite. Até a martelada no amuleto representando a eliminação ficou sem graça. Os comentários do Zeca à la Pedro Bial e o vídeo brega depois da eliminação também não ajudam.

A segunda parte do Portal ficou reservada pra votação dos indicados da tribo Taíba. Já tô ficando um pouco sem graça de criticar, mas de novo não posso deixar escapar como o formato ao vivo não se encaixa em um programa como esse. Os participantes tem que correr pra votar, e as justificativas acabam caindo na mesmice de sempre: “Ela é fraca.” “Não tive afinidade com essa pessoa.” Assim, Ronaldo acabou sendo o indicado pela tribo, e a líder Sandi – escolhida numa prova de sorte – jogou a Índia pra votação do público. Mais uma vez não entendi o porquê de nenhum dos dois escolhidos. O Ronaldo eu até lembro de um momento no programa de quinta que foi acusado de ser individualista, mas pra fazer a conexão, você tem que estar prestando muita atenção no programa. E a pergunta que fica é: quem ainda tá empolgado pra prestar tanta atenção assim em No Limite?

P.S.: Eu juro que tentei não falar tão mal do programa, eu torci pra que ele fosse bom de verdade. Infelizmente, não foi o que aconteceu, e parece que não vai melhorar muito. Enquanto isso, a gente espera por Survivor: Samoa, que estreia dia 17 de setembro e você também acompanha aqui no Apaixonados por Séries.


Guilherme Peres

Designer

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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