Fiquei surpreso pelo episódio desta semana de Nurse Jackie. Não pela excelência da série ou do episódio, mas pela atitude que a mesma tem tido com muitos assuntos sérios e polêmicos, como a maconha e os idosos. Nesta semana, apesar de ser um tema retratado em quase todos os episódios da série e para algumas pessoas ser ainda ser tido como tabu, pra mim, enquanto ser humano, é um assunto, além de atual, de necessária discussão. Monkey Bits, oitavo episódio desta segunda ótima temporada de Nurse Jackie, falou sobre (e muito, inclusive nas entrelinhas) homossexualidade.
O caso principal que os médicos e enfermeiros do All Saints’ Hospital trataram foi o do homem com problemas respiratórios que acaba tendo morte cerebral. Seu marido, um homem “mais feio” e “mais gordo” do que o parceiro, fica desesperado. Dr. Cooper, que não tem pai e sim duas mães, utiliza dessa verdade para tentar confortar o homem. “Você sabe.. eu sou filho de duas… mulheres, então… eu, entendo”, conta o médico ao homem. O roteiro estava impecável, trilha sonora muito bem arranjada e, o elenco, como já de praxe, incrível.
A ressonância da briga entre Kevin e Jackie ainda faz-se visível no relacionamento dos dois. Mas, estão se tratando bem e tentando resolver os problemas que a família atualmente tem. O colégio de Fiona, filha mais nova do casal, começa a suspeitar que a menina está recebendo maus tratos em casa, devido ao corte no lábio superior e ao gesso falso no braço. Jackie resolve tudo levando Dra. O’Hara à escola e fazendo aquele típico “Dia da Profissão do Meu Pai/da Minha Mãe”, dia em que as escolas apresentam às crianças as profissões dos pais de seus alunos.
Do outro lado da trama, sempre sempre sempre muito boa, como não canso de dizer, a queridíssima Zoey, trajando mais um de seus peculiares scrubs, roubou a cena enquanto nela esteve. Parêntesis: os scrubs de Zoey são tão bizarros/engraçados quanto os bonés de Frank, em 30 Rock. Gloria, a administradora/diretora do Hospital, começa a movimentar o time de enfermeiros (pelo menos o time principal, que conhecemos – Sam, Thor e, claro, a graciosa Zoey. Segundo Gloria, Zoey está “excelente”, Thor “melhorando” e Sam “precisando urgente melhorar”. Engraçadíssimo.
O venerado Peter Facinelli (o pai dos vampiros da saga Crepúsculo) é um ator que me conquistou. E digo: seu trabalho em Nurse Jackie tem uma melhora evidente a cada episódio. O ator, além de fazer um personagem engraçadíssimo, é muito carismático. Quem ainda não conferiu os trabalhos passados de Peter, confira a participação que ele fez em Damages, recentemente, e o trabalho que Facinelli fez na saudosa Six Feet Under (e fecho aqui o parêntesis que nem pedi licença para abrir!).
Uma outra atriz da série ganha também um elogio agora. Ruby Jerins, apesar da pouca idade –11 anos –, já mostra a que veio.Grace Peyton, a filha mais velha da nossa adorada enfermeira antiética, começa a fazer terapia, pela seu já evidente comportamento fora dos padrões. A pequena atriz imprime à Grace uma interpretação totalmente verdadeira da patologia que acomete a primogênita do casal Peyton, fazendo assim uma atuação incrível e digna de reconhecimento. A atriz também foi vista recentemente em Shutter Island, o longa mais recente do cineasta Martin Scorsese.
Voltando ao episódio, a história da Dra. O’Hara com Sarah parece não estar andando. E, numa cena em que ela lamenta com Jackie sobre a situação lastimável de seu relacionamento (a jornalista estaria traindo a médica com outra pessoa), a enfermeira demonstra sua “falta de ética” declarada para a médica. “Se isso valer de alguma coisa, saiba que eu amo os dois. Eu amo Kevin. Eu amo Eddie”. Perplexa com a declaração da amiga, O’Hara retruca que não gostaria jamais de estar na pele de Kevin (apesar de, comparadamente, ela já estar, né?). Depois disso, mais um ato insensível da nossa enfermeira: “Confesso, fico feliz pelas coisas não estarem bem entre vocês. Senti falta de ser sua girl”, confessa Jackie.
Até o próximo episódio!
