Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Off The Map 1×03 e 1×04 – A Doctor Time Out e On The Main Streets Of San Miguel

Por: em 17 de fevereiro de 2011

Off The Map 1×03 e 1×04 – A Doctor Time Out e On The Main Streets Of San Miguel

Por: em

Parece que o grande problema de Off The Map é embarcar de vez em sua trama. Porque os personagens não são ruins e tem ótimas tramas a serem exploradas, o ambiente no qual a série se passa gera inúmeras possibilidades de roteiros e modificações que durariam temporadas e mais temporadas e ter um nome de peso como Shonda Rhimes levantando a reputação da série é para poucos. Então qual o problema da série? Talvez engatar a primeira e sair de vez.

No terceiro episódio de sua temporada de estreia, Off The Map não saiu do lugar. Tivemos dramas desenvolvidos e até casos bem interessantes, geradores de discussão e tudo mais, mas mesmo assim nada que empolgasse o suficiente para pelo menos eu falar ‘nossa, essa série vale a pena ser vista’. Com mais um dos inúmeros imprevistos causados pelo clima instável da ilha, acontece um acidente com um casal, casal este que apresenta uma mulher grávida. A paciente, na ânsia do nascimento de seu primeiro filho, se apoia no conforto trazido pelo seu marido, sabendo que ele estaria ao seu lado naquele momento em que suas vidas mudariam. Mas por um acaso do destino, buscando um modo de confortá-la, o marido acaba preso embaixo de uma árvore, o que gera ainda mais desespero. Separando as equipes, ficam Tommy e Ryan no local do acidente, enquanto Keeton e Brenner levam a grávida para a clínica. Para piorar a situação, falta luz durante o parto da criança, o que agrava muito o estado de saúde tanto do recém-nascido, quanto da mãe.

Apesar dos esforços constantes de Ryan e Tommy para salvar o marido da paciente grávida, eles foram em vão. O trauma sofrido pelo pulmão do homem não aguentou a espera interminável por um resgate que não chegava nunca. Mas, em um último ato heroico e paternal, o paciente é mantido para assim poder seu sangue para seu filho e sua mulher, salvando vossas vidas. Não vou falar que não achei bonito o momento que Tommy confessa que o cara falou que sua esposa salvara a vida dele e agora era a chance dele salvar a dela, mas foi bem clichê. Dr. Fuller, para mim, é um dos mais interessantes personagens da série, até pelo seu carisma e pela sua história, acho que podiam desenvolver muita coisa com ele. Enquanto isso, Minard tinha que conviver com sua folga, mas nem assim deixou de agir como médica (tá que foi o destino que jogou um paciente em sua frente!).

O tal cara atingido pelo raio, depois de sérios exames, veio a ser o tal diagnosticado com a doença infecciosa. Minard está ali num modo de reparação do maior erro de sua vida, que foi diagnosticar um paciente errado, o que levou a sua morte. Mas vou contar que também foi um baita clichê ela encontrar a tal amada do cara no bar, no final do dia. Sério, são cenas previsíveis assim que acabam com a reputação da série. Por mais Lost que pareça, aqueles personagens estão ali, naquela situação, como forma de redenção de um passado que não podem mais voltar atrás. Então todos os pacientes, atos e situações, servem para reviver algum pedaço da sua vida que já lhes machucou e precisa ser reparado. Se formos explorando aos poucos esse passado e apresentado a ele de forma condizente com o presente, podemos ter uma boa série para assistir.

Já ‘On The Main Streets of San Miguel‘ tivemos mais clichês, mais discussão e mais selva. Minar ficou com a parte polêmica do episódio e vou dizer que até curti a discussão proposta, nada inovador claro, pois temos milhões de séries médicas no ar, mas sempre válido discutir tal assunto. No meio de seu serviço com o dentista passageiro, um dos pacientes sangra demais e é descoberto um câncer em estagio avançado no paciente. O caso é realmente terminal. Como a clínica não tem meios de sustentar um paciente nesse estado por tempo suficiente até que o mesmo padeça, o procedimento é aliviar suas dores e mandá-lo para casa. Mas eis que dopado de remédios, o senhor revela do seu passado vergonhoso na Segunda Grande Guerra. Sério, eu tenho nojo do passado nazista e achei a atitude de Minard muito condizente com seus pensamentos. Não importa se você tem um histórico de sofrimento ou algum de seus familiares tem com a guerra, alguém no mundo perdeu entes queridos devido a retalhação que esses animais fizeram, então nada mais justo do que conhecer a cara de um dos últimos que restaram e assim, saber que finalmente todos tinham pagado pelo seus atos. Finalmente o Cole apoiou a loira em alguma coisa, o que contrariou Ryan, mas quem se importa. E olha que Minard ainda conseguiu se safar na hora que as crianças, alunas do tal paciente, perguntaram porque o senhor estava sendo levado embora dali. Adorei mesmo essa trama.

Já Fuller teve um caso engraçado em suas mãos. Mordido por uma tal aranha das bananeiras, o seu paciente teve seu pênis inchado por tempo suficiente para saber que não era normal. E o tal paciente  veio revelar ser namorado da tal garota do bar que protagonizou a cena dos milhões ‘holas’. Sem muita discussão, foi um caso simples e que só serviu mesmo para a gente ver mais da interação entre Tommy e a garota, que é uma das mais ricas do vilarejo. Pelo menos as tiradas de Fuller garantiram algumas risadas, pelo menos minhas e ele continua sendo o meu preferido. Cole teve um plot babaca e ficou fugindo do dentista o episódio inteiro, só para no final ser revelado seu medo de usar remédios, talvez por um possível vício no seu passado. E sua relação com a outra doutora também está num vai e vem que pode significar problemas para o casal.

Enquanto tudo isso acontecia na clínica, Brenner e Keeton foram até San Miguel, a primeira buscando os tais remédios presos na alfândega e o segundo resolvendo problemas pessoais. Dra. Brenner representou bem a clínica e mostrou que não estava de brincadeira quando o assunto são seus pacientes. Já Dr. Keeton revelou seu passado triste e seu presente sombrio, com sua esposa em estado vegetativo, somente mantida assim para sustentar a clínica que o médico fundou. Gosto de tramas assim, passados vindo a tona e sendo explorados de maneira dramática, mas mesmo assim ainda acho que a série não acertou no ponto, mas está no caminho certo.

Uma coisa é fato: Off The Map não pode ser encarada hoje como a sucessora de Grey’s Anatomy e Private Practice no gênero médico, muito menos na qualidade e quantidade de carga dramática, mas entretêm e tem personagens potencialmente bons que podem elevar a qualidade da trama. Claro que estamos aqui para levantar nosso ponto de vista, mas só criticar devido as nossas altas expectativas também não vai funcionar. Vamos deixar a trama correr e ir assistindo o decorrer dessa jornada em algum lugar da América Latina. Agora quem embarca nessa aventura com vocês sou eu, substituindo meu amigo Lucas que voltou a sua pesada rotina. Então, até a próxima!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

×