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One Tree Hill – 8×11 Darkness on the Edge of Town

Por: em 9 de dezembro de 2010

One Tree Hill – 8×11 Darkness on the Edge of Town

Por: em

Para todo fã de One Tree Hill, o episódio 3×16 ‘With Tired eyes, Tired souls and Tired minds, We Slept’ é um clássico. Considerado por muitos até hoje como o melhor da série, naquele dia Mark Schwann conseguiu criar um clima de angústia, pressão psicológica, tensão e drama tão bem construído que, pra mim, era impossível que ele fizesse isso novamente. Pois bem. Ele conseguiu. Acho que muita gente vai dizer que eu sou um louco exagerado, mas Darkness on the Edge of Town encabeça minha lista de melhores episódios da série e em primeiro lugar, lado ao lado com o 3×16. Achei genial, arrebatador, arrepiante, ÉPICO. Uma hora após o termino, meu coração ainda estava acelerado, minhas mãos ainda suavam, minhas pernas ainda tremiam e meus olhos marejavam. E eu não tô exagerando. Senti tudo isso de verdade e isso só me prova mais ainda o quanto minha relação com essa série não é algo natural. Assisto hoje em dia mais de 30, mas nenhuma consegue surtir tal efeito em mim. One Tree Hill faz com que eu me sinta vivo. E isso é uma coisa que só quem sente entende.

Vi muita gente chamando o episódio de forçado e o que eu vi foi exatamente o contrário. Enxerguei uma harmonia perfeita entre elenco, roteiro, direção e trilha sonora. Aquilo tudo mexeu comigo de tal forma que não parecia uma situação de seriado; parecia real. Brooke, Julian, Quinn. Me senti na pele deles. A dor deles era a minha dor. Eu gritei junto, eu sofri junto, eu chorei junto, eu me desesperei junto, tamanho era o meu envolvimento. A vontade que eu tive foi de entrar na tela em diversos minutos e tentar ajudá-los… tentar acalmá-los… Dizer que tudo iria ficar bem. Porque eles já são mais que simples personagens, são meus – nossos – amigos. E por isso mesmo me foi tão dolorido assistir tudo sem poder fazer nada além de me sentir angustiado aqui desse lado. E, convenhamos, ouvir a introdução ao som do Gavin fez tudo ser mais épico ainda, né? Mark Schwann não dá ponto sem nó. Decisão acertadíssima a de usar a abertura original aqui.

Eu já sabia que uma tempestade iria atingir a cidade, mas não imaginei que tomaria essas proporções. Inicialmente, me lembrei de “The Wind That Blew My Heart”, o 13º episódio da 3ª temporada onde uma tempestade atingiu a cidade e foi o plano de fundo para belíssimas cenas entre Lucas e Brooke e Nathan e Haley. O primeiro casal não existe mais, mas o segundo continua firme e forte e, apesar de não estar no centro das storylines desse episódio, não deixou de brilhar. Preciso dizer que abri um sorriso do outro mundo quando eles estavam dirigindo e Haley disse que eles já haviam passado por muitos momentos na chuva? Admiro e adoro muito quando a série usa esse metalinguismo e faz referências a si própria. Mas nenhuma cena deles me destruiu tanto como a dos minutos finais, quando eles vêem o Julian socando o chão completamente transtornado com uma Brooke inconsciente ao seu lado. A cara de terror dos dois é algo que eu não vou esquecer. Eles ficaram tão paralisados quanto eu… Sem reação, sem saber o que fazer. “Tia Brooke está morta” ainda ressoa nos meus ouvidos.

E aqui eu abro um parêntese pra falar do Jamie, porque o moleque foi INCRÍVEL no episódio inteiro. Sempre bati na tecla de que ele é uma das melhores coisas que já aconteceram a One Tree Hill e episódios desse calibre só me provam isso. A química dele com a Brooke é surreal de tão boa e a relação dos dois passa uma naturalidade – e acima disso, uma realidade– que eu poucas vezes vi em séries que trazem crianças como partes de seu elenco principal. A conversa dos dois enquanto a Brooke tentava soltá-lo do cinto foi uma das mais lindas de toda a série. Ela estava aparentemente apavorada com o fio eletrocutado perto do carro e ela não queria que o Jamie também se sentisse assim… E foi perfeito vê-la tentando acalmá-lo. Na verdade, o episódio foi MESMO de Brooke e Julian, mas eu falo disso mais adiante.

Podem chamar de Pânico wannabe ou o que seja, mas eu acho que a trama da Quinn foi desenvolvida de uma forma brilhante. Não mudaria absolutamente nada. Ok, talvez a cena da faca, porque é meio surreal a Katie conseguir correr daquele jeito depois de ser atingida, mas beleza. Eu fiquei tenso com todas as cenas de perseguição, na cozinha, no quarto, a árvore bloqueando a saída… a piscina! Tudo, tudo, tudo me convenceu. E o desfecho me surpreendeu. Eu não achava que ela fosse atirar. Não mesmo, especialmente depois de toda a conversa com o Dan. Mas, a questão aqui é: Matar uma pessoa é algo gigantesco e eu não acho que a Quinn conseguiria carregar esse peso nas costas. Peso que nem mesmo Dan Scott conseguiu levar, lá nos tempos de 4ª temporada. Contudo, ela teve sua vingança. Atirou na Katie, mas não a deixou morrer, porque isso é algo que apenas um psicopata faria. Gostei muito de toda a montagem da cena, desde a trilha sonora até a Katie caindo encostada na porta, como o Clay no episódio 7×22, quando foi alvejado. Não sei se essa trama já acabou, mas eu espero que sim. Acho que foi o final excelente pra mais essa história de psicopatas e o “Eu sou a sua tempestade” saindo da boca da Quinn foi realmente demais.

Brooke Davis, Brooke Davis. Ah, minha Brooke Davis. Como você me assustou. E como a Sophia Bush é divina. Deviam criar algum tipo de Emmy pras séries de canais menores e dar o prêmio pra ela agora, porque ela esteve fantástica aqui. Sim, eu sabia que ela não iria morrer. Porém, isso não diminuiu em absolutamente NADA o meu desespero. Fiquei sem ar, com o coração na mão, com as mãos e pernas trêmulas. Ela se colocando em perigo para salvar as crianças foi uma das coisas mais lindas que eu já vi na minha vida de seriador. Meu coração quase saltou pela boca quando ela encontrou o Chuck na estrada e daí quando ela entrou no carro e começou a tentar cortar o cinto do Jamie, eu já estava chorando. De aflição, de medo. De acontecer alguma coisa aos dois. Já disse anteriormente, mas repito: LINDO vê-la tentando acalmá-lo e conversando sobre a Madison. E daí se eu já chorava com isso, eu fiquei completamente surtado quando o outro carro bateu onde eles estavam e eles caíram da ponte, diante do olhar desesperado do Julian. Foi como se a season finale da 3ª temporada estivesse acontecendo novamente e aquele carro fosse o de Rachel e Cooper. A diferença é que por mais que eu gostasse tanto da Rachel quanto do Cooper, não é nada perto do que eu sinto por Brooke ou Jamie.

Quando ela pediu que o Julian salvasse primeiro o Jamie, meu amor aumentou exponencialmente. Eu estava tão desesperado quanto o Julian quando a onda atingiu o carro. Já tava quase assistindo ao episódio de pé, tamanha minha agitação. Quando a Brooke afundou, meu estômago embrulhou. Por mais que eu soubesse que era impossível, por um momento eu imaginei que ela estivesse morta. O rosto submerso, sem cor e sem vida, sendo tocado pelos lábios de um Julian completamente desnorteado entrou para o meu hall de cenas mais desesperadoras de toda OTH. O grito de negação do Julian também foi o meu grito. A dor que ele sentia ali foi retratada de uma maneira que parecia paupável. E aqui eu aplaudo de pé o Austin Nicholls, que não deixou a peteca cair em nenhum momento e deu conta de toda a dramaticidade exigida. Quando ele sai da água segurando o corpo dela, eu já era uma pessoa completamente sem chão.

Mais desesperador que isso só ele esmurrando o chão enquanto tentava reanimá-la, as lágrimas se misturando com as gotas da chuva. Eu queria entrar lá e fazer massagem na Brooke, consolar o Julian, chorar com o Nathan e a Haley… Só estar lá. Minha aflição só acabou quando ela acordou. E podem dizer que foi um afogamento mal feito, forçado ou o que quer que seja, porque, de verdade, eu sequer tiver espírito para pensar nisso. Tudo o que eu queria era minha Brooke Davis salva… Imaginem a dor do Julian caso ela não voltasse… O casamento marcado… uma discussão sobre moradias… o acidente… Seria desumano demais se ela morresse nos braços dele. E por isso mesmo eu só consegui ficar em paz quando ela acordou e ele a colocou em seu ombro.

Eu não tenho crítica alguma ao episódio. Talvez a review tenha ficado emotiva ao extremo, mas Darkness on the Edge of Town mexeu com tudo que eu tinha e não tinha dentro de mim. Tudo. Coisa que só Mark Schwann e cia conseguem. Eu nunca me senti tão tenso assim em um episódio da série, desde o 3×16. Fazia tempo que eu chorava assim com um episódio de One Tree Hill. Que algo mexia TANTO comigo. Talvez eu mude de opinião futuramente, mas acho difícil. Já vi 2 vezes, verei mais e continuarei achando genial, épico e todos os outros adjetivos que já citei. Alguns vão reclamar que, por ser o último do ano, faltou um gancho. Eu discordo.

É como aquele ditado que diz: “Depois da tempestade, vem a calmaria.” E foi isso que o Mark nos mostrou com uma única, simples e sublime cena. As ondas quebrando no mar trazem a calma, a paz de espírito, a certeza de que a tempestade passou. Tudo está bem novamente. Tree Hill voltou a ser aquele lugar seguro. Aquele santuário que podemos chamar de lar. É uma poesia muda, serena e impactante.

A série só retorna no dia 25 de janeiro para terminar sua temporada – e, quem sabe, encerrar de vez sua história. Tudo o que existem são especulações, então só nos resta mesmo aguardar. Pra todo mundo que lê aqui, boas festas e a gente se vê novamente em 2011! 🙂

PS: Teorias para quem bateu no carro onde estavam Brooke e Jamie? Acho que isso vai ser uma história recorrente quando a série retornar.

PS¹: Lindo o Julian chamando o Jamie de padrinho! O chato é que, agora, as chances de um aparecimento do Lucas lá parecem menores.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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