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One Tree Hill – 9×11 Danny Boy

Por: em 22 de março de 2012

One Tree Hill – 9×11 Danny Boy

Por: em

I told you the voice is wrong. It gets better.

Mark Schwann prometeu um dos melhores episódios, não apenas desta última e sensacional temporada, mas da série inteira. E ele cumpriu.

Talvez digam que é calor do momento, mas eu já vi Danny Boy completo 1 vez e algumas cenas soltas umas 5 vezes e garanto que se algo deixa em mim uma impressão tão forte como a que esse 11º episódio deixou, dificilmente eu vou mudar de opinião com o tempo. Pra mim, estamos diante de um episódio que é facilmente TOP 3 de toda One Tree Hill.

It got worse.

Presente ou não, Dan Scott sempre foi um dos personagens mais marcantes do seriado. E também um dos que mais mudou ao longo das temporadas. Costumo dizer que temos um Dan pré-morte do Keith e outro pós. Por isso mesmo, eu achei sensacional o diálogo onde ele diz que achava que puxar o gatilho tornaria tudo mais fácil, quando, na verdade, apenas piorou. O remorso de ter tirado a vida do próprio irmão foi algo que o corroeu por dentro todos os anos vindouros; o destruiu, pouco a pouco. E destruiu também a relação dele com todos a sua volta.

Gostei muito da menção sutil ao Lucas. Todos nós sabemos que o Chad não tinha assinado para este episódio e, honestamente, eu prefiro assim. Por mais que o Dan tenha salvo a vida do Nathan, não existia a menor possibilidade lógica dele receber o perdão do Lucas – após tanto ódio, acho que correria até o risco de soar incoerente. Valeu pela lembrança e pela cena pequena, que mostrou que os produtores realmente não estão esquecendo de nada.

O uso dos flashbacks foi um recurso incrível. Fez com que todo o clima de despedida se tornasse ainda mais forte, nos levou a momentos clássicos da série – SENSACIONAL quando o Nate diz que tem gente querendo vê-lo e ele lembra como afastou, uma a uma, as pessoas que se importavam com ele – e deixou tudo ainda mais saudosista e nostálgico.

O roteiro estava incrível. No tom exato, sem que a coisa toda se tornasse piegas,chata ou parecesse forçada. Quem não sentiu o coração apertar quando o Jamie desabou e, quase aos prantos, abraçou o avô, que atire a primeira pedra. Puxando para este lado, é preciso também elogiar todas as atuações, sem exceção, especialmente do que diz respeito ao núcleo Scott.

Barbara Alyn Woods deu o tom correto a sua Deb, me emocionando muito quando ela reencontrou o Nathan e sabendo oscilar entre o humor e o drama na conversa com o Dan. Bethany e James simplesmente dispensam qualquer tipo de elogio. Eles foram os responsáveis por quebrar um recorde e me fazer chorar nos primeiros 2 minutos do episódio, com a cena do tão esperado reencontro. Passou tanta verdade, tanta emoção, desde o Say that again até o já clássico Always and Forever. Mas nada – nada – chegou perto da cena da Lydia, com a Hales desabando nos braços dele e finalmente desabafando sobre tudo que sentiu quando ele estava fora. A química que esses dois possuem é sobrehumana. Como bem disse o Dan para ela, “you’re the best thing that ever happened to him

That pain was still in my heart.

Mas, assim como foi com a temporada, o episódio tem um nome e este homem merece TODOS os créditos do mundo. Paul Johansson entregou sua melhor atuação na série, brilhou em praticamente TODAS as cenas e eternizou, de uma vez por todas, Dan Scott na lista de personagens de séries de todos os tempos. Cada conversa que ele teve, cada lágrima, cada virada de olho, tudo, absolutamente tudo emocionou. A decepção ao saber que o Lucas não viria, o brilho nos olhos quando ouviu o Nathan dizer que o amava…

A cena da Rivercourt, inclusive, vai pros anais de OTH como uma das mais emocionantes. O lugar é o santuário de Tree Hill e ser o cenário para a última “conversa” entre os dois – mesmo que claramente tenha sido na mente do Dan – foi uma sacada de mestre. Roteiro, mais uma vez, impecável, emoção transbordando e, quando eles começaram a jogar basquete, eu já estava esperando pela morte.

Mas a grande surpresa foi, sem dúvida alguma, a participação do Keith. Me pergunto, até agora, como conseguiram deixar isso guardado a sete chaves. Foi uma excelente surpresa, que deixou tudo ainda melhor e fez, do gran finale, um momento mais profundo do que já seria. A conversa entre os dois sobre perdão e eles saindo juntos para o desconhecido, enquanto a família Scott beijava seu corpo sem vida, é algo que vai demorar para sair da minha mente – SE sair da minha mente. O cenário para a “passagem” ser o corredor onde o Dan matou o Keith e eles estarem vestidos com as mesmas roupas do momento deram um diferencial gigante.

A character who doesn’t love Brooke Davis … I wouldn’t even know how to write that.

O incrível é que, mesmo com o foco exclusivo e total no Dan, as tramas da Brooke e do Clay também conseguiram emocionar. Dentro da história do seqüestro, tivemos ótimos momentos de reencontro entre os dois e o Nate e, isoladamente, eles continuaram emocionando.

Deu pena da Brooke, mas era meio óbvio desde o começo que o pai dela realmente tinha algum interesse por trás de tudo, isso já era bem previsível. A discussão dos dois e ela jogando na cara do Ted que ele nunca esteve lá para ela foi sensacional. E o Julian foi tudo que a gente espera dele, apoiando a Brooke, enxugando suas lágrimas e fazendo-a se sentir feliz, amada e confortável. Curti muito a ideia do seriado inspirado no livro do Lucas, me deu um feeling de Dawson’s Creek (e isso é um elogio, que fique claro).

Acho que o Mark manda fazer crianças para atuar nessa série, porque é uma mais encantadora do que a outra (sim, eu estou excluindo o Chuck da conta). O Logan é incrível, ele funciona muito bem em cena com o Clay, chega a dar gosto de ver os dois. Gostei que os pais da Sara apareceram, deixou a situação toda bem mais lógica e o desabafo do Clay para o sogro foi lindo, assim como a conversa dele com o Logan e o menino admitindo que tinha medo de que ele o abandonasse novamente. Quero muito ver a interação entre eles e a Quinn.

A chance de eu ter deixado alguma coisa de lado existe. Procurei passar ao máximo tudo que o episódio me transmitiu, mas a carga de emoções foi alta e eu tive que me controlar para não sair distribuindo quotes a cada linha do texto. A caixa de comentários tá aí para vocês me ajudarem e falarem tudo o que Danny Boy signficou pra vocês e quais os momentos mais marcantes, porque tem vários que eu não consegui encaixar aqui (Naley e Brulian na sala do hospital, conversa Haley e Jamie, Jamie e Nathan jogando baralho… Enfim).

Mas sabem qual foi, acima de tudo, a marca que esse episódio deixou? A certeza de que agora é mesmo o fim. Só faltam dois e eu não sei se estou pronto. Vocês estão?

Don’t worry, little brother.You’re my ‘plus one.

Rest in peace, Dan Scott.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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