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One Tree Hill – 9×13 One Tree Hill (Series Finale)

Por: em 1 de abril de 2012

One Tree Hill – 9×13 One Tree Hill (Series Finale)

Por: em

Como sabem, essa é uma noite especial para nós. Então, gostaria de agradecer a todos por estarem aqui. O tempo que passamos juntos nesses anos significou muito, e sem vocês, não estaríamos aqui. Essa noite é de vocês… é nossa!

SCOTT, Haley James.

Primeiro, explicações.

Era sexta feira, por volta de 6 da tarde, quando uma enxurrada de comentários apareceu na minha timeline a respeito do vazamento do episódio final de One Tree Hill. Na hora, minha primeira reação foi ficar estático. Eu estava me preparando e tentando me conformar com o fato de assistir ao final quarta feira e, de repente, ele estava ali, dias antes. Segundo os comentários, o que aconteceu é que a Amazon enviou os boxes da 9ª temporada (comprados em pré-venda) antes do previsto e, com isso, o episódio caiu na rede.

Muitos se perguntaram sobre a duração de 51 minutos, quando o anunciado é que seria um episódio de 2 horas. Ocorre que desde o começo foi dito que uma parte do episódio seria dedicado a entrevistas com elenco e produção, o que certamente representa os 29 minutos que faltam para completar os 80 minutos (40 são de comercial). Posto isso, vamos ao review de fato.

Everyone should have that. A place that makes them happy.

Não é fácil escrever sobre esse episódio. Eu já o vi cerca de quatro vezes (uma sem legenda, duas com legenda em inglês e uma agora com a legenda oficial do Insubs) e ainda assim, parece que qualquer coisa que eu diga vai ser pequena. Mark Schwann prometeu que nos daria uma carta de amor escrita a mão pelo próprio e eu não consigo pensar em uma definição melhor. Esses 51 minutos foram uma ode a tudo o que vivemos nesses 9 anos (porque sim, nós vivemos essa história junto com eles), recheados de pequenos detalhes que, a cada vez que apareciam, faziam com que eu me desmanchasse em sorrisos e lágrimas.

A contagem da Baker Men igual a contagem da COB na 3ª temporada, o Chris e o Nathan relembrando o incidente da guitarra, balões de água sendo jogados, Haley segurando o livro do piloto, Jamie jogando com o 12, número da camisa que o Nate usou no Bobcats, Nathan e Haley comendo macarrão com queijo como no primeiro encontro oficial deles, uma pulseira seguida de um “Don’t say that you never gave me anything” que imediatamente nos lembra do “Don’t say that I never gave you anything” do 1×03…

Foi um roteiro rico em cada mínimo detalhe, claramente escrito com o maior cuidado do mundo, para que nada – absolutamente nada – saísse do lugar ou desse errado. Encerrar a grande ação da temporada 2 semanas antes do finale poderia ser uma tragédia, mas foi a melhor solução que tomaram, pois nos deu 2 episódios inteiros de apenas comemoração e celebração ao que esses 9 anos significaram.

Mesmo os coadjuvantes, dos quais eu tanto reclamei durante quase toda a temporada, tiveram sua importância aqui. Chase e Chris perseguindo as gêmeas foram um ótimo alívio cômico para segurar as lágrimas por um pouco mais de tempo e Skills, Millie e Mouth foram os responsáveis por nos lembrar (não que fosse possível esquecer, de alguma maneira) o incidente com o Jimmy. O dinheiro do Dan me surpreendeu e eu não estava esperando que o Mouth o usasse para um memorial. Foi uma ótima sacada e um link perfeito com o fato que é praticamente o divisor de águas de OTH.

O uso de cenários clássicos da série foi outro fator extremamente positivo e que tornou cenas que já seriam lindas por si só, ainda mais nostálgicas. A conversa entre Brooke e Julian no clássico quarto da Peyton é um exemplo disso. Só o diálogo em si com a Brooke falando sobre como aquilo marcou a vida dela seria marcante o suficiente, mas com o Julian mostrando a porta dos garotos (tirando o nome do pai da Peyton, que fique claro!) e se declarando mais uma vez para ela, a cena ficou ainda mais bonita.

A mesma coisa se pode dizer da cena dos dois ao lado dos armários no corredor da Tree Hill High. Foi o melhor momento da Sophia nesse episódio. Ser uma das últimas cenas mostradas contribuiu para que o sentido dela parecesse ainda mais claro. Quando Brooke chora e diz que tudo aquilo “feels like yesterday” é quase uma metalinguagem em referência aos primeiros anos da série, as dores, as felicidades, foi REALMENTE ali que tudo aconteceu pela primeira vez e, por mais que faça falta, o presente é tão especial quanto e merece ser aproveitado. É quase Mark Schwann nos avisando que sim, OTH mudou, mas sua essência continuou ali.

Essa máxima se aplica as cenas inicias da Haley no Tric (que eu transcrevi logo no começo do texto), embora ali tenha ficado claramente escancarado que não era uma fala para os personagens e sim para os fãs. Um agradecimento singelo a todos nós que acompanhamos essa história por tanto tempo.

Tanto foi um episódio pensando em emocionar que até mesmo os clichês básicos de um series finale, como o casamento de Quinn e Clay, foram tratados de forma diferente. Eu estava esperando uma grande festa, com direito a dança, buquê, véu e grinalda e tudo o mais. Porém, do jeito que foi feito, no supetão, de uma hora para a outra, foi bem mais bonito e mais condizente com o clima do capítulo, que seria totalmente quebrado com uma cerimônia.

O Logan foi o encaixe perfeito para o casal. É incrível como ele funciona bem em cena tanto com o Clay como com a Quinn e alguns dos momentos mais fofos do episódio foram protagonizados pelos três, como o “you’re already my dad, Dad”,  o “Are you coming, Mom?” e o “I’m not afraid anymore”. O encontro com a Bevin foi uma grata surpresa (quem mais morreu de rir com a referência pequena ao Tim?!) e os confetes jogados nos noivos foi lindo de se ver.

Jamie e Nathan na Rivercourt foi outro momento muito bem conduzido. O Nathan é o melhor pai do mundo e eu não esperava outra atitude dele. Ele estava claramente preocupado com o futuro do Jamie, provavelmente depois de tudo que ele passou com o Dan quando estava começando a jogar basquete. E por mais que tenha sido meio mórbida, foi engraçada a piada com relação aos dois já terem sido sequestrados.

A intercalação de sequências de cenas com as apresentações no Tric funcionou e não ficou cansativo ou nada do tipo em momento algum. Bethany e Tyler arrasaram nas músicas, mas ninguém emocionou tanto quanto o Gavin. Não só por tudo que ele representa para a série, mas também por as melhores cenas terem sido colocadas durante as apresentações de Soldier e Belief.

O beijo cinematográfico de Nathan e Haley na chuva foi incrível. A química que os dois conseguem passar em cena, mesmo sem que nenhuma palavra seja dita, é de impressionar. E depois de todo o sofrimento que eles passaram com a história do sequestro, mereciam uma cena como essa. Brooke voltando ser a garota por detrás da porta vermelha também foi uma ótima sacada e o momento em que o Julian mostra que comprou a casa para eles e eles tem toda aquela conversa foi provavelmente um dos meus favoritos do episódio e olha que isso é muita coisa.

Desde antes da temporada começar, eu tinha uma convicção de que se eu não ouvisse um There’s only one Tree Hill, Jamie Scott, and this is your home no episódio final, eu provavelmente não o acharia completo. Fiquei bastante feliz ao ver que o Mark pensava praticamente a mesma coisa, pois finalizar com esse quote a cena da Haley contando ao Jamie sobre as previsões e pedindo para que ele continuasse a fazê-las foi golpe baixo.

O Jamie é a principal figura da nova geração de Tree Hill. Era mais do que óbvio – e totalmente coerente – que ele fosse o símbolo de que, mesmo com o fim, a história não acabou e nem vai acabar. Todo o modo como a cena final foi conduzida, tudo sutil, sem excessos e focando-se em pequenos detalhes (como Logan, Lydia e um dos gêmeos crescido para indicar a passagem de tempo, a camisa do Jamie na parede como maior pontuador e Nathan, Haley e Brooke vendo seus rostos no passado, em uma distante 1ª temporada), finalizando com a citação e o close no SCOTT nas costas da camisa foi perfeito. Tudo ao som de One Tree Hill, música do U2 que deu nome ao seriado. Junto com o coro ao som de I Don’t Wanna Be (e foi de arrepiar ver o elenco ali, se abraçando e entoando a música tema – e eu sou capaz de apostar que o resto da plateia era formado por fãs da série), foi a melhor cena desse gran finale.

******

Por mais bizarro que seja dizer isso, acabou. Depois de 9 anos, acabou. A sensação que esse finale deixou em mim é algo que vai demorar a passar. Mas, acima de tudo, acho que ele trouxe toda a essência da série, aquele sentimento que a marcou durante noves anos e que nos marcou também. Poucos seriados chegaram até onde One Tree Hill chegou e do jeito que One Tree Hill chegou. O que fica agora é a certeza de que sempre que estivermos tristes, se sentindo mal ou querendo fugir da realidade, vai existir abrigo para nós e nossos corações. Em 9 temporadas. Em 187 episódios. Em um lugar chamado Tree Hill.

A todo mundo que me acompanhou aqui na 8ª temporada e nesta última, meu muito obrigado. A gente se bate aí em outros reviews da vida.

E se lembrem sempre: Só existe uma Tree Hill. E ela é nossa casa.

PS. Com vazamento ou não, quarta feira tem post especial aqui. 🙂


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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