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One Tree Hill – Reta final da 8ª temporada

Por: em 3 de junho de 2011

One Tree Hill – Reta final da 8ª temporada

Por: em

** Esse texto funciona como review da sequência de episódios que vai do 8×19 ao 8×22

“Nós não somos mais quem costumávamos ser.”

Antes de começar a falar sobre a reta final dessa oitava temporada, eu queria deixar aqui um breve comentário do que foi esse ano para One Tree Hill e da atual proposta da série. O que eu mais leio por aí – seja em fóruns de discussão, comunidades de Orkut ou qualquer coisa do tipo – é que One Tree Hill mudou. Que depois de oito temporadas, o show não é mais o mesmo, que perdeu a sua essência, mudou seu objetivo ou coisa do tipo. É claro que essa não é uma opinião generalizada. Há aqueles que, como eu, defendem que a série continua ótima naquilo que se propõe. E aí que tá o ponto. Sim, One Tree Hill mudou e isso é um fato incontestável. Nenhuma série permanece a mesma depois de tanto tempo no ar. A frase que abre esse texto, dita pela Haley em um desses episódios finais, torna tudo isso ainda mais claro. Eles realmente não são mais os mesmos. Passaram por muita coisa, enfrentaram a vida de frente… E isso os mudou. A proposta do seriado mudou.

Eu vejo essas últimas temporadas de OTH (da 5ª até a atual) como uma fase mais madura do show. A mudança de cenário afetou claramente o roteiro da série e as situações vividas pelos personagens. Deixando o high scholl de lado e apostando na vida adulta, o programa deu um tiro no escuro. A prova viva é que, para alguns, essa mudança – agravada com a posterior saída de Lucas e Peyton depois do fim da 6ª temporada- foi também o fiasco da série, destruindo-a. Para outros, como eu, foi um recomeço. Não acho que a essência tenha se perdido. Concordo que em alguns momentos ela ficou sim adormecida (Em uma boa parte da season 6, por exemplo), mas que o Mark se esforçou e conseguiu trazê-la de volta esse ano. O texto da série continua muito bom, a capacidade de emocionar voltou com força total e mais do que nunca, a vontade de fazer parte da vida levada em Tree Hill se fez presente.

Foi uma temporada – a meu ver – muito boa, resgatando o espírito da série, trazendo uma nostalgia ainda não vista e relembrando momentos e situações marcantes das temporadas anteriores. A quantidade de fillers realmente poderia ser diminuída, mas aqui eu vou usar a velha desculpa da incerteza. Os produtores não sabiam exatamente qual seria o destino da série e seria imprudente desenvolver tramas de tirar o fôlego e fazer um finale de explodir cabeças sem saber se teríamos algo ano que vem. Por isso mesmo, Mark Schwann e Cia apostaram num ritmo mais lento nessa reta final. Ritmo esse que eu acredito que vai dominar uma parte da temporada que vem. Ajuda muito saber que são os 13 episódios finais, dessa forma tanto a equipe de produção pode se preparar para fazer uma season matadora quanto nós podemos nos preparar para dizer adeus definitivamente.

Bom, embora eu tenha achado esses últimos episódios (excetuando o finale em si) abaixo do nível geral da temporada e tenha tido algumas ressalvas (aquela trama da Lauren no episódio 8×21, por exemplo, foi absolutamente dispensável, como ela sempre é), eles tiveram seus pontos positivos. O que eu falei no parágrafo anterior sobre o espírito de Tree Hill estava lá e com certeza contou muitos pontos. A quantidade de cenas na Rivercourt me deixou muito satisfeito. O lugar é o santuário de Tree Hill e ficou meio de lado durante as últimas temporadas. A cena de Mouth e Millie dançando lá enquanto o Skills arremessava a bola e falava sobre como eles cresceram ali deu um aperto no coração. O discurso do Mouth para salvar o lugar e a postura da Brooke e da Haley diante do possível fim da quadra foram momentos bem legais de se observar. As cenas das duas conversando sobre isso mostram como o roteiro do Mark ainda é um dos pontos mais fortes da série. Nas mãos de boas atrizes como a Bethany e a Sophia então. Ouvir frases sobre o passado, como tudo mudou e como a vida não é mais a mesma de antes é até mesmo de doer. Mesmo sendo óbvio que o local não seria demolido, eu considero o plot válido por momentos como esse.

A reabertura do Karen’s Café foi uma virada surpreendente. Junto com a Rivercourt, dá pra dizer sem dúvida que o barzinho é um dos lugares mais importantes da história de Tree Hill. A ideia de ele estar reaberto me emocionou e eu tô bastante feliz porque imagino que isso vai fazer parte da história da 9ª temporada. Como serão os últimos episódios do programa, eu acredito que o Mark vai fazer de tudo pra trazer ainda mais nostalgia do que ele já conseguiu nessa 8ª temporada. Com o Karen’s Café aberto durante toda a temporada, pelo menos o começo do caminho ele já trilhou. Eu consigo imaginar Haley, Nathan, Lydia, Jamie, Brooke, Julian e os gêmeos por ali. Aliás, as cenas da família Scott com o mais novo membro da família foram de uma simplicidade que me encantou. Seja a Haley cuidando da menina, Jamie lendo história ou Nathan cantando… É muito bom ver que a família Scott está sólida e feliz.

Até mesmo o Dan deu as caras no finale. Minha relação com ele é confusa. Às vezes eu gosto das participações, às vezes acho dispensáveis e assim eu vou levando. Assim como o Nate, também não consigo (e nunca vou conseguir) perdoá-lo pela morte do Keith, mas ele não me irrita mais tanto quanto quando era um personagem fixo. Com mais 13 episódios vindo aí, com certeza ainda o veremos novamente.

Meu maior problema mesmo foi com a história do Ian e do Kellerman. Até me empolguei um pouco quando ela surgiu, mas o desenvolvimento acabou sendo arrastado e eu acredito fortemente que poderíamos ter passado sem isso. Além do Ian ter ser mostrado um dos coadjuvantes mais irritantes que já passou pelo seriado, foi absolutamente previsível o desfecho de tudo quando o Kellerman pai assumiu a culpa. Ainda me assustei pelo Nathan demorar tanto a notar que o culpado era o garoto problema. O melhor momento dessa história foi mesmo o acerto de contas entre Ian, Julian, Clay e Nate na ponte. Pelo menos fez com que eu percebesse que uma das coisas que eu sempre reclamava foi resolvida: A inserção do Julian dentro da realidade de Tree Hill. Me incomodava um pouco o modo como as cenas dele se resumiam a Brooke ou ao Jamie. Agora, deu pra ver que ele já está claramente dentro das histórias do Nathan e do Clay também. Fiquei feliz com isso, pois – e eu sei que alguns vão discordar de mim nisso – o Julian já se tornou uma parte essencial de OTH e eu não consigo mais imaginar o show sem ele.

Outra pequena ressalva – mas que não me incomodou muito – que eu tive foi com a trama do Chase e do Chuck. Honestamente, o negócio pareceu interessante quando começou episódios atrás, mas aqui também não funcionou muito bem. Acho que é porque eu realmente não consigo me importar com o Chuck. O Chase até vai, mas eu não entendo o que aquele garoto faz ali em OTH e se os roteiristas decidissem simplesmente sumir com ele – como fizeram com a Mia, que voltou no finale pra cantar e papear com o ex, e eu sou grato até hoje – eu não me importaria nem um pouco. O Chase funciona bem melhor contracenando com a Alex. Gostei do romance dos dois ter se resolvido. E além do mais, eles nos levaram a outro dos plots dessa reta final: A gravidez da Brooke.

Acho que algumas pessoas não devem ter engolido esse ato “milagroso”, mas eu juro que eu não me incomodei um minuto sequer. Já tinha dito que não me importaria se a Brooke aparecesse grávida, seja lá como isso tenha acontecido. Ela é a pessoa que mais merece ser feliz nesse seriado e tava sendo triste demais vê-la arrasada após a adoção não ter dado certo. O momento em que ela contou ao Julian que eles seriam pais foi lindo. O discurso do Julian para os bebês no hospital também foi lindo. Ver Brooke Davis com barriga de grávida foi lindo. E a gravação do Julian com o Jude e o Davis então… Tô bastante curioso pra ver como a família Baker vai ser desenvolvida na temporada que vem. Devemos ter mais algum salto no tempo e eu mal posso esperar para ver.

As últimas cenas de This is my House, This is my Home são emblemáticas e falam por si só. Acredito que mesmo quem achou a temporada ruim, dispensável ou coisa do tipo sentiu alguma coisa quando viu o Jamie usando o macacão que o Lucas costumava vestir e batendo a bola de basquete na ponte, igual ao movimento do tio na primeira cena do piloto da série. Foi uma sequência linda, que fechou com chave de ouro uma temporada que, se fosse a final, seria muito digna. Mas eu fico feliz que não seja. O season finale – embora também tenha tido suas partes dispensáveis, como o Chase no exército ou o casinho da Madison – foi muito bom, emocionante, engraçado e totalmente OTH e seria um series finale decente, mas não perfeito, como OTH merece. Mark Schwann pode nos entregar mais emoção e eu aposto que, sabendo que daqui a pouco menos de um ano teremos o final definitivo, ele o fará.

A 9ª temporada só volta em janeiro. É curtinha, serão mesmo apenas 13 episódios, para dar um final a Tree Hill e seus habitantes. Não ficamos com nada em aberto, então não dá nem pra especular o que vem por aí, mas como In Mark I Trust, eu tô muito tranquilo.Tenho certeza que ele não vai decepcionar e entregar uma season digna de ser a última. Eu queria muito ver – nem que seja somente no series finale – personagens antigos de volta, como a Karen, a Rachel, o Jake, o Whitey e, claro, Lucas e Peyton. Espero que as negociações corram bem dessa vez e que eles participem do episódio final.

Apesar de tudo, pro bem ou pro mal, Lucas Scott é a raiz de Tree Hill. E eu gostaria muito de vê-lo no final da série. Segundo o presidente da CW, ele fará o possível para trazer tanto o Chad quanto a Hilarie de volta. Agora é só cruzar os dedos.

Obrigado a todos que acompanharam os meus reviews, seja comentando ou não. Vocês são demais. E até janeiro!

PS – Queria muito ter comentado os episódios na época que saíram, mas problemas com minha internet não deixaram. Espero que tenham gostado desse texto e que ele não seja cansativo ou coisa do tipo.

E que venha a temporada final!

 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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