Mais um indício de que Orange is The New Black usa de todas as vantagens de não estar em um canal de televisão, mas no Netflix: quando que uma série em uma mídia tradicional mostraria uma vagina escancarada como apareceu no começo deste episódio? A não ser que estamos falando de pornôs, não é uma cena muito comum, para dizer o mínimo.
A investigação do diretor da prisão serviu mais para a gente conhecer os outros policiais que cuidam do lugar e ver que tem mulheres ali também (e que elas poderiam ter revistado as detentas no caso da ferramenta perdida).
Outra coisa que gostei e poderia ter passado batido: a crítica da Taystee ao programa Toddles and Tiaras e similares, que sexualizam crianças. Ok, pode ser engraçado ver uma menina como a Honey Boo-Boo sendo toda palhaça para a câmera, mas há de convir que tem um lado sexual e perverso nesses concursos de beleza infantis, que nada mais são do que uma versão mini dos adultos.
Eu poderia ter sentido pena do Healy sendo cercado pelas meninas, cada uma com seus problemas e querendo que ele os resolva, se ele não fosse tão preconceituoso.
A família da Piper (e suas visitas) continuam sendo o ponto fraco do episódio. Todas as pessoas que estão de fora da prisão (talvez somente o Larry não caia nesse tipo) parecem tão fúteis, planas e o olhar de pena que sempre dirigem à Chapman é de querer morrer.
O estranhamento da loira com a prisão passou e ela tem consciência que, apesar de ter cometido um crime “leve”, ela é parte desse lugar tanto quanto qualquer outra.
– Eu estou aqui porque não sou diferente de ninguém aqui. Eu tomei decisões erradas. Eu cometi um crime. E se estou aqui, a culpa é minha.
É um sinal de maturidade e aceitação da realidade que nem todo mundo tem. Não é fácil ser arrancada de uma vida confortável e privilegiada para ser tratada como lixo. Ela até aceitou sentar na mesma mesa da Vause e tentou puxar papo – sem saber que foi ela quem a dedurou. Só espero que a Chapman não tenha uma recaída.
Como já era de esperar, a Chapman seria convocada para concorrer ao Conselho Feminino. Depois de ela ser escolhida para revisar as apelações das meninas e por ser uma novata inofensiva e inteligente, era natural que alguém fizesse a sugestão.
Falando no Conselho, muito boa e divertida a batalha de raps das candidatas. Mas não esperava que a Chapman ganhasse na área das brancas, porque ela nem concorreu, como foi notado.
Continuando a trama do episódio passado, a Daya descobre o que a Aleida tentou fazer e foi tirar satisfação. O Bennett mostrou ser mesmo um cara bonzinho e correto e mesmo com uma mulher nua na frente dele, não fez nada. Ou alega que não fez nada. Do jeito que o personagem é bonzinho, já começo a duvidar que ele realmente seja assim tão perfeitinho – porque o fato de ele ter uma prótese não o faz dele imperfeito e a Daya concorda comigo.
Aqui conhecemos a história da Nicky, que está há quatro meses sóbria das drogas. O tipo de pessoa que é a mãe da Nicky sempre me faz pensar que esses seres humanos não deveriam ser pais. Alguém que quer que a criança fique longe sem dar problemas não é uma pessoa que devia ter filhos. Mas com tanta coisa acontecendo na prisão, a vida anterior dela ficou meio perdida e esquecida, mesmo com a Nicky sendo uma das personagens principais.
P.S. 1: Adorei o Scrabble de papelão!
P.S. 2: Citação à cena mais escatológica do filme/livro The Help: eu ri.
