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Pan Am – 1×07 Truth or Dare

Por: em 9 de novembro de 2011

Pan Am – 1×07 Truth or Dare

Por: em

E não é que Pan Am apresentou seu melhor episódio até então?

A decisão da ABC de não exibir o episódio Romance Languages acabou dando certo. No episódio que foi filmado para ser o sétimo, o grupo iria para Roma, enquanto o romance de Dean e Ginny continuaria a dar trabalho. Ao cortar esse episódio e exibir Truth or Dare na sequência, a emissora tomou uma decisão certa. O problema é que nem sei se chegaremos a ver Romance Languages, visto que a participação do ator Goran Visnjic duraria quatro episódios seguidos. Tivemos o término da história de Niko em Truth or Dare, então ou exibem Romance Languages cortando essas cenas, ou não exibem de vez. O fato é que Truth or Dare veio para lembrar aos fãs da série porque ela merece continuar no ar: seu formato escapista; o charme da aviação; a forma feminina; e tramas paralelas ou arcos maiores feitos com maestria.

O triste é saber que a série chegou aos 5.17 milhões de telespectadores. Abaixo disso, é cancelamento certo. Ou seja, nem mesmo os cinco roteiros adicionais sairão do papel se a série não melhorar seus índices de audiência. Até mesmo o rating de 1.8 que estava estabilizado, caiu para 1.7 com Truth or Dare. É triste saber disso após assistir um episódio tão bom, que foi capaz de emocionar. Sempre sei que uma série consegue me “atingir” quando me faz lacrimejar, e foram necessários sete episódios de Pan Am para isso acontecer. Agora eu quero pelo menos até o final planejado. Caso a audiência estabilize, é possível que tenhamos os cinco roteiros produzidos. Esse pedido da ABC é, de duas, uma: 1) Percebem que Pan Am tem potencial e estão dando uma chance, ou 2) Já planejam o cancelamento, então deram cinco episódios de cortesia, para que a produção consiga encerrar a trama.

Truth or Dare não trouxe nenhum país novo para visitarmos com os pilotos e aeromoças. Ao invés disso, construiu plots sólidos para os personagens, iniciando ou finalizando arcos com roteiro e direção de primeira, como até então não tínhamos visto. Nos relembraram da química do elenco e mostraram um pouco da vida deles além dos voos no Clipper Majestic. Isso foi o que de melhor fizeram para que conhecêssemos esses personagens como são na “vida real”. A brincadeira de verdade ou desafio foi uma cena rápida, mas excelente em todos os sentidos. Esquecemos que essas pessoas não trabalham juntas somente os 45 minutos que vemos em cena, mas durante horas e horas de voos. São como uma família, e as quatro aeromoças mostraram isso muito bem no horário vago. Por isso, tivemos a chance de ver Colette nos enfraquecer com seu charme; e descobrir que a ingênua Laura tirou fotos nuas para o fotógrafo da Life. Mesmo que Maggie tenha servido apenas como alívio cômico para uma piada aqui, outra ali, o elenco inteiro funcionou muito bem.

O desafio da brincadeira levou Colette a pilotar o Clipper Majestic. E como eu senti falta de ver Karine Vanasse tendo uma cena só para ela. Desde o sorriso simpático após tirar a ponta da cereja da boca, até os olhos brilhando por estar voando!! Tudo nela é fantástico, e sem a chata da Ginny na jogada, pudemos relembrar que existe mais do que uma faísca entre Colette e Dean. Espero que aconteça o mesmo do que aconteceu com a aeromoça que Kate comentou: pilotou um avião e se casou com o piloto. Todos os fãs da série torcem para que eles encabecem um romance logo, e Mike Vogel e Vanasse provaram a química na cena em questão. O genial desse episódio foi mostrar que mesmo dentro da Pan Am eles podem se divertir quando não estão em um voo normal. Os marinheiros queriam festa, então todos tiveram uma certa folga, apesar de continuarem a fazer seu trabalho. Cenas rápidas como Dean explicando como fazer os passageiros dormirem, ou o sorriso de Laura assistindo o show do marinheiro com uniforme da Pan Am, foram extremamente válidas para esse propósito.

O arco de Niko acaba por aqui, mas não significa que não podemos vê-lo no futuro. Kelli Garner esteve excepcional em todas as cena. Apesar de continuar fazendo seu trabalho, Kate foi totalmente ingênua em acreditar que Niko teria uma vida melhor se fosse trabalhar para a CIA. Porém, com as gravações, tudo ficou pior, e entre morrer nas mãos de seu povo e continuar vivo, Niko irá trabalhar como agente duplo para os Estados Unidos. O fato é que não só as cenas de ação foram boas. Claro, sabíamos que a vizinha batendo na porta teria algo mais, mas todas as situações que os personagens enfrentaram, foram bem feitas. Eu pensava mesmo que a conversa no prédio de fachada seria a última vez que Kate veria Niko, então entendi todo a forma como levaram o diálogo. Extremamente emocionante, com uma atuação feroz de Garner, que se entregou totalmente a personagem ao estender sua mão tremendo para o amor de sua vida, o qual, pela ingenuidade de Kate, terá de levar uma vida perigosa. Mas a série nos enganou, e mostrou a cena final no aeroporto.

Foi uma cena muito bem feita. Laura feliz com o presente de Joe, enquanto sua irmã recebe uma ligação e sai correndo. Com agentes observando, e estando sob o código da Pan Am, eles não podiam se tocar, mostrar sentimentos…deixar levar. E com isso, Garner e Visnjic entregaram atuações de primeira. A tensão era visível, a dor, a vontade, a paixão. Eles queriam se abraçar, dar um beijo de despedida. Mas Kate precisava manter a postura; enquanto Niko precisava se manter firme. A despedida foi emocionante, e elevou a série para um patamar diferente além de plots básicos. Pan Am sabe criar arcos maiores e encerrá-los com pulso firme. Mostrando assim o poder feminino, pois elas precisam engolir o choro, secar as lágrimas, e sorrir para passageiros que nunca viram na vida. Foi muito importante mostrar a relação entre Kate e Laura nessa história turbulenta. Ambas estavam fazendo coisas erradas para seus trabalhos, tanto Laura como aeromoça da Pan Am, como Kate sendo espiã. É claro que as fotos da loira irão voltar para incomodar a personagem. Mas pelo menos mostraram que Laura também pode segurar as pontas quando as coisas não estão bem com Kate.

Falando em Laura, trabalharam muito bem o elemento de racismo. E melhor do que isso para um fã incondicional de Friday Night Lights? Com Gaius Charles!!. Se Smash não teve oportunidade de aparecer na última temporada da série que o tornou famoso, o ator pode voltar a trabalhar, e fez bonito. Espero que Joe apareça mais, e que continuem mostrando um possível relacionamento dele com Laura. A década de 60 era ainda mais complicada. Laura era vista com olhos estranhos ao andar com um homem negro, mas teve coragem de segurar a mão de Joe na frente de outras pessoas. A forma que construíram esse romance foi interessante. Desde a festa pós voo na casa de Maggie, intercalando com os flashbacks – dessa vez muito bem utilizados. Ao saber que estava com o cara certo, Laura desafia mais uma vez os padrões da sociedade e continua o possível rumo de ser uma das personagens que desencadeará a história da independência feminina. Porém, gosto que Laura continue tendo todo o lado ingênuo e bobinho, que a torna simpática. Incontestável o charme de Charles e Margot Robbie.

Se Pan Am continuar apresentando episódios com a força que fizeram Truth or Dare, não vejo motivos para que as pessoas não liguem seus televisores. Pela primeira vez desde o 2º episódio, Pan Am me lembrou realmente porque amo a série. Semana que vem o grupo terá que fazer um voo forçado no Haiti, algo novo e fresco para a história.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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