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Pan Am – 1×09 Kiss Kiss Bang Bang

Por: em 14 de dezembro de 2011

Pan Am – 1×09 Kiss Kiss Bang Bang

Por: em

Por que eu relutei tanto em assistir esse episódio de Pan Am?

Não, não foi uma pergunta retórica. Eu mesmo responderei: por dois motivos. O primeiro deles é por estar chateado com os rumos de Pan Am. Claramente os rumos que comento são os de longevidade da série. Em questão de roteiro, Pan Am está mais dona de si como nunca esteve. De alguns episódios para cá, a série se acertou, definiu seu ritmo e tramas paralelas…enfim, deu um rumo para si mesma. As histórias misturam ação, espionagem, romance, independência, escapismo, todos os ingredientes que ela queria mostrar. O problema é que a Pan Am não pegou o grande público, e com esse episódio atingiu o patamar de 4.65 milhões de telespectadores. Um número extremamente baixo para a ABC. Tudo piorou quando a fantástica Karine Vanasse deixou uma mensagem em seu perfil do twitter, dizendo que havia recebido a ligação – aquela que todo ator teme, a do cancelamento. Porém, representantes da ABC logo se pronunciaram que Pan Am ainda está em produção, e exibirá os 14 episódios da primeira temporada, dos quais faltam 5. Nenhuma decisão foi feita, e de acordo com o canal, Pan Am ainda concorre com as outras séries para voltar a fall season 2012/2013. Temos dois lados: a ABC e a Sony gastaram muito com a produção da série, e sem dúvida nenhuma, apostam no seriado. Por outro, é necessário colocar os pés no chão e entender que um cancelamento é inevitável com audiência como essa.

Longe de mim discutir o gosto dos outros, mas aonde estão os fãs de Crepúsculo quando se precisa deles? Nem para salvar Pan Am eles ajudaram!! Era esperado que a audiência subisse com o número expressivo dos fãs da saga vampiresca, visto que uma das atrizes mais amada por eles – Ashley Greene – iniciaria um arco em Pan Am. Porém, visto a participação extremamente inútil da atriz, não os culpo. O segundo motivo da demora? Foi porque quis assistir com calma um especial da BBC. E se você diz amar Pan Am, é obrigatório assistir Come Fly With Me: The Story of Pan Am, um documentário exibido pela BBC Two no dia 16 de Novembro. É tudo o que você queria saber sobre a história da companhia aérea mais famosa do mundo. No documentário, aeromoças, pilotos, parentes do criador e outros, dão depoimentos da vida na jet age. As comissárias contam o treinamento, o caminhar que vemos na série – necessário na época; e descobrimos as celebridades mais difíceis de lidar em um voo da Pan Am. Da criação a falência, o especial de uma hora é mais do que um prato cheio para quem está assistindo a série.

Mas vamos a Kiss Kiss Bang Bang. Que episódio sensacional. Redondinho, cheio de plots bem escritos, com atuações de primeira. O casal mais querido de todos continua firme e forte. Colette e Dean exemplificam a palavra romance na década de 60. Confesso que ainda queria ter visto ele ensiná-la a andar de avião, mas a história do casal na casa dos pais de Dean foi realmente bonita. E que fotografia!! É bom vê-los fora dos uniformes usuais e suas reações as situações mundanas. Foi bom que Dean acabou com a história de Bridget, pelo menos por agora. Não me pareceu mentira, e sim a mais pura verdade. Não parecia real, faltava algo, e nós sabemos disso, pois vimos os dois juntos rapidamente. Colette não é a outra. Ele se apaixonou por ela, e a levou para conhecer seus pais. Não sei fui só eu, mas Karine Vanasse esteve inspirada mais do que o normal nesse episódio, nos entregando uma atuação comovente. Sabe quando você quer abraçar o personagem? Pois então…

Laura e Ted foi o plot mais fraco, porém não exatamente ruim. Foi doído ver aquele capitão chato contar a ela o que Ted havia dito, e então percebermos que ele já estava caidinho por Amanda. Laura pode ter tido seus momentos fúteis ao longo desses nove episódios, mas a personagem de Greene gritava futilidade do cabelo ao pés. O bom é que imagino que a entrada de Amanda na série seja para fortalecer ainda mais os laços entre Laura e Ted. Não posso dizer que ele estava errado em ir com Amanda, pois já tentou avançar com Laura e ela não deixou. Ted está mais humano, mais real, palpável, e gosto de pensar em um romance dele com Laura.

Parece que resolveram finalmente colocar os ideias de Maggie em prática. Christina Ricci teve espaço para brilhar com seus olhinhos esbugalhados, e o fez. O interessante é que o tal amigo Sam, que sim, foi chato o bastante, fez o papel de nós fãs na série: incitou Maggie a ser o que ela deveria desde o começo. Com isso o roteiro nos entregou a personagem realmente se preocupando com seus ideais. Aqui não a questão da independência feminina em sua totalidade, mas não deixou de ser a tentativa da mulher em ter um lado na política, e ser capaz de dialogar com um congressista, que, na teoria, saberia do “correto”. Tudo bem, Maggie é louquinha, mas as vezes acho que foge um pouco da realidade. Sério mesmo que ela simplesmente queimou o discurso do tal Chris Rawlings? E colocou fogo no banheiro. Para no final, o congressista sentir-se atraído pelas maluquices de Maggie. Ok, gostei da ideia dela colocar seus ideias em práticas e defender sua opinião. Os ideias fascistas de Rawlings invocaram a raiva da personagem, e seria interessante vê-la trabalhando com ele, sem ser apenas um objeto de desejo.

E por fim tivemos Kate no auge de seu trabalho como espiã. No começo achei meio chato ela querer sair a todo custo e achar que seria fácil. Mas a partir do momento que Anderson contou sobre Bridget e Niko estarem correndo perigo caso a lista vazasse, ela parou de reclamar e foi para a ação. Kelli Garner esteve realmente fantástica se passando pela esposa de Anderson. A atuação dentro da atuação, fazendo com que o trabalho de Garner ficasse ainda melhor. Não sei o que a cena final implicará para a personagem. Ela não deve sair do emprego, afinal, o arco de espionagem estaria acabado, e é importante para a trama. Agora Kate matou alguém, e o mais interessante vai ser acompanhar como esse ato agirá no seu comportamento, pois o psicológico da personagem ficará abalado. Passado o choque, pode ser que Kate se torne uma espiã com todas as letras, o que me deixa ainda mais curioso para os próximos episódios.

Pelo menos teremos mais cinco capítulos de Pan Am para acompanhar, com muitas surpresas para o episódio 1×10, que vai ao ar dia 08 de Janeiro. Kiss Kiss Bang Bang só reforça mais ainda que a série tem muito a oferecer. A esperança é a última que morre, e espero que a ABC deixe Pan Am mais tempo no ar, em todos os sentidos. #SavePanAm.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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