Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Parenthood 2×08 – If This Boat Is a Rockin’ – e 2×09 Put Yourself Out There

Por: em 24 de novembro de 2010

Parenthood 2×08 – If This Boat Is a Rockin’ – e 2×09 Put Yourself Out There

Por: em

Se quiser ler essa review com a música tema da série ao fundo,
basta ir ao final desse post e dar o play em Forever Young, de Bob Dylan.


O bom de atrasar review é que algumas vezes as histórias se encaixam tão perfeitamente que acaba ficando mais completo falar dos dois episódios de uma só vez.

Balela. Atrasar review é feio e eu peço desculpas por isso. A única verdade no parágrafo acima é que If This Boat Is a Rockin’ e Put Yourself Out There realmente se completaram.

E esse “encaixe perfeito” se deveu principalmente a Max e as atitudes inesperadas que seus pais podem tomar para protegê-lo. Se no 2×08 vimos Adam chegar ao ponto de dar um murro num desconhecido que chamou seu filho de retardado, no 2×09 testemunhamos Kristina praticamente se humilhar para garantir que Max não se sentisse excluído na escola. E o que é pior, sentir o preconceito das ruas ou ter que enfrentá-lo dentro da sua própria comunidade? Não é assim que as mães se referiram a escola? Uma “comunidade”. Que, diga-se de passagem, até acabou se mostrando bastante eficaz… Já que, no final das contas, fica muito mais fácil entender porque a grama do vizinho é roxa, quando a sua também tem tons de rosa.


Quanto a Adam e Kristina, os dois vem se mostrando o novo casal perfeito das séries. Todo mundo conhece um casal desses na vida real. Aquele casal que está há anos junto e que parece se amar e se respeitar tanto, que uma possível separação acabaria com toda a nossa crença no amor eterno. É assim que me sinto com o casamento do mais velho dos irmãos Braverman. Gosto de Joel e Julia, Jasmine e Crosby, mas não me importo se a maré levá-los a uma separação (como, aliás, já parece ser o caso dos pais de Sydney), mas ver Adam e Kristina seguirem caminhos diferentes seria tão absurdo quanto, em Brothers & Sisters, ver Kevin e Scotty separados… Ops.

Já o relacionamento de Sarah vem evoluindo a passos largos. Gordon Flint não só alugou uma limousine e levou sua funcionária para passear, como ainda ajudou sua filha a começar a construir seu caminho para a faculdade. Mas, não me importa que seu cocô cheire à framboesa, tá na cara que essa relação não vai dar certo. Primeiro, olha o nome do cara: Gordon. Desde que o mundo é mundo, na história da ficção, ainda não se produziu um Gordon que prestasse. Certo, talvez um ou outro… Mas o nome é mesmo conhecido por batizar cafajestes e crápulas como Gordon Gekko (Wall Street) e Gordon Ramsay (Hell’s Kitchen). Ok, não dá pra saber se o Ramsay é um cafajeste, mas vá ser grosso assim lá no Reino Unido!

Outro indício? William Baldwin. Alguém se lembra de algum personagem romântico e sensível que o ator tenha encarnado? Nenhum. Mas ele é um ator, teoricamente pode atuar em qualquer papel… Certo? Errado quando se trata de um Baldwin. Os irmãos só sabem representar, cada um, um único papel (ainda que isso consiga convencer o Globo de Ouro, no caso de Alec). E pra William sobrou o papel do cafajeste mulherengo… Que deve dar as caras já já em Parenthood. Pra infelicidade de Sarah, claro. Que, no final das contas, deve acabar sem namorado e sem emprego. Mas agora que Amber tirou uma nota ainda maior que a da sua antiga filha Rory (Gilmore Girls) no SATs, ela poderá sustentá-la sem maiores problemas. Aliás, quão irreal pode ser Amber se sair melhor que Rory e Paris nesse exame? Ok, os tempos são outros, mas aquelas duas comiam livros! Besteiras à parte, nunca imaginei que pudesse gostar de Lauren como mãe em uma outra série tanto quanto gostava com as garotas Gilmore… Mas a relação de Sarah e Amber me surpreende e cativa a cada dia. E embora hoje eu perceba que Lauren Graham interpreta a si mesma, pelo menos ela o faz com maestria, já que na vida real a atriz não é mãe.


E já que Amber se tornou a mais nova CDF da família, sobrou para Haddie o papel de imã de problemas. Tudo bem que Alex é um amor e eles fazem um casal muito fofo, mas ninguém precisa ter mais de 15 anos pra saber que ao ouvir as palavras “alcóolatra em recuperação” deve-se caminhar na direção oposta. Não que o cara não possa ser feliz ou merecer o respeito da sociedade… Mas, como ele bem disse, se o seu tratamento ainda está tão no começo, ele não pode começar uma relação. E é isso que ele está obviamente fazendo com Haddie. Uma menor de idade ainda por cima.

Aliás, é bom alguém lembrar ao Crosby que ele já passou dos 18 anos faz tempo… Fico pensando se todos os homens têm mesmo essa resistência para crescer ou se é uma lenda urbana que se generalizou e ganhou o mundo? Vende logo o barco e vai ser feliz com a sua família de propaganda de margarina! Até porque, depois da descoberta de que todos os seus irmãos já andaram trocando fluídos naquele barco (não entre si, claro), o lugar ficou até um pouco nojento.

E na contramão da felicidade continuam Zeek e Camille. Pra mim, aquele casamento é o calcanhar de aquiles de Parenthood. Com o tempo até aprendi a gostar dos dois como pais, ou avós como na bonita cena de Camille e sua neta no final do 2×09. Mas como um casal? Intragável. Não vejo a hora de vê-los separados, acredito que fará um bem enorme não só aos personagens como a nós, telespectadores.

Se Parenthood tem um defeito talvez seja o fato da série, por não ter grande continuidade, não lhe levar a querer imediatamente o próximo episódio. O que muitas vezes acaba fazendo com que a gente deixe ela pra lá… Maldade. Assistir a série da família Braverman é a certeza de, ao final de 40 minutos, sair mais leve. Talvez até com um sorriso nostálgico ao lembrar de algo da sua própria família… Uma perfeita definição pra série vem de uma antiga propaganda da Warner. O locutor diria, e eu concordaria em gênero, número e grau: Parenthood te faz sentir“.


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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