Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Parenthood – 2×11 Damage control

Por: em 11 de janeiro de 2011

Parenthood – 2×11 Damage control

Por: em

Se quiser ler essa review com a música tema da série ao fundo,
basta ir ao final desse post e dar o play em Forever Young, de Bob Dylan.

Depois de um episódio de Thanksgiving meia boca, Parenthood retorna a boa e velha forma, mostrando porque é, sem a menor sombra de dúvidas, o melhor drama familiar no ar hoje. É incrível como a série consegue dar igual atenção a tantos personagens, tornando quase sempre impossível afirmar que determinado episódio foi centrado nesse ou naquele Braverman.

Adam


A essa altura todo mundo já sabe: é da casa de Adam que devemos esperar as melhores histórias de Parenthood. E dessa vez não foi diferente. Que Adam tentaria trazer logo Alex pra perto da família, já dava pra imaginar… O que era impossível prever é que o primeiro jantar seria tão honesto e harmonioso.

E tenho certeza de que eu não fui a única a me deixar enganar pelos cúmplices olhares trocados por Adam e Kristina. Nenhum dos dois esperava que Alex fosse um homem tão sensato, preparado pra vida, em paz com o seu passado… Pois o seu maior problema não podia ser outro: um homem com passado. E Hadie, ainda tão garota, não está pronta pra namorar um homem. Bom, pelo menos é isso que pensam seus pais.

E foi assim que Haddie achou que também tinha que pensar, quando, na sala de casa, acatou a decisão dos pais de não poder mais encontrar o namorado. E como foi interessante ver a mudança no seu olhar, no serviço comunitário,  ao ver Alex… Em um claro segundo tudo mudou e ela percebeu que não tinha porque obedecê-los. Pode não ter virado mulher, mas com certeza deu o primeiro passo. Não dizia algum mestre budista que temos que matar nossos pais para crescermos?

E eu questiono… Em alguma outra série nós veríamos uma cena tão honesta entre dois pais que, mesmo munidos de boas intenções com o próximo, tomam uma atitude tão arbitrária apenas na tentativa (vã) de proteger a filha dos males do mundo?

Julia


É impossível prever se o casamento de Julia e Joel vai durar ou não… Mas também, não é assim na vida real? Se em algumas vezes que os vemos a falta de sintonia entre os dois é tão visível que chega a dar a impressão de que não durarão mais um mês; em outras,  parecem uma família feliz, um casal recém-casado ainda se adaptando às diferenças normais que surgem entre duas pessoas… Mas, sempre, com amor.

Não acreditar em Deus é algo difícil, mas corajoso. Mais difícil ainda é passar uma cruz tão difícil de carregar pra um filho. Quão doloroso deve ser contar pra sua filha que o seu animalzinho morreu e virou pó? Não foi brincar nas planícies do céu, nem saltar sobre as nuvens e se banhar de raios de sol? Continuo com um sentimento dúbio ao seu respeito, Joel, mas admiro a sua honestidade. Não sei se, quando tiver filho, encararei essa barra… Mais provável é que eu dê uma de Julia, e conforte os meus filhos com essa (falsa?) sensação de segurança.

E é então que eu, novamente, questiono… Em alguma outra série veríamos uma cena tão tocante sobre morte e fé? Joan of Arcadia já foi cancelada há anos.

Crosby


Como é que eu consegui passar um episódio sequer sem gostar do Crosby? Ok, confesso que sofro do mal de começar não gostando dos melhores personagens… Passei três episódios não suportando o Phil (de Modern Family), e todo mundo que assiste a série vai concordar comigo do quão absurdo isso é. Mas o que importa é que hoje eu adoro o Crosby, você não?

Adoro vê-lo se debater com a sua natureza, ainda tão infantil, ao tentar criar uma criança. Arrumar o quarto? Pra que? Fazer a cama? Ora, pra que arrumar a cama se vamos dormir nela novamente à noite? Temos que dar um desconto;  afinal, o caçula dos Braverman pode até já ter passado dos 30, mas só descobriu que era pai nos 40 minutos do segundo tempo… E é um pouco graças a esse atraso que ele protagoniza as cenas mais singelas ao lado de Jabar. Pai não é amigo, e Crosby finalmente começou a aprender isso.

E, já chovendo no molhado, eu pergunto em que outra série poderíamos ver a dificuldade que é criar e formar o caráter de uma criança, transformá-la em gente… Quando é tão mais fácil apenas ser sua amiga?

Sarah


Adorar Lauren Graham desde os tempos de Gilmore Girls não tem me impedido de reconhecer que a sua personagem é, quase sempre, a mais sem graça dos irmãos Braverman. Ao contrário da sua filha Amber, Sarah não teve até hoje um único plot que realmente nos envolvesse. O flerte com o professor da filha talvez tenha sido a melhor promessa de história… Que infelizmente não passou disso. Mas, com ou sem um grande enredo, Lauren sempre consegue emocionar no papel que aprendeu a desempenhar tão bem ao longo dos anos: o de mãe.

E se no episódio 2×09, Put Yourself Out There, ela já tinha me conquistado de vez como “a mãe da Amber”, dessa vez ela conseguiu me cativar também como “mãe de menino”, e aos poucos eu vou aprendendo a gostar do Drew. Por sinal, o adolescente está precisando sintonizar na ABC Family e assistir algumas séries teens de qualidade… Quem sabe assim ele não aprende que descolar umas cervejinhas não é o suficiente pra tornar ninguém popular?

E mesmo quando uma das histórias não é tão boa, qual série dramática pode se dar ao luxo de não ter nenhum personagem vazio, nenhum plot ruim, emocionando a cada episódio? Séries tão queridas pelo público como Brothers & Sisters, Dexter e Grey’s Anatomy infelizmente já deixaram esse barco… E é aí que eu simplesmente não consigo entender como que é Parenthood, série da NBC, continua com um público digno de tv a cabo norte-americana. Por aqui, só resta torcer que algum dos nossos canais fechados dê uma chance aos Braverman. Ou quem sabe a Band*?

*Semana passada, a Band começou a passar Modern Family (aqui, Família Moderna), nas noites de segunda. Se você ainda não assistiu a melhor estréia de 2009, saiba que, mesmo dublada, vale cada minuto!


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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