Essa semana, Parenthood tirou um pouco de foco a história mais forte da temporada (o câncer da Kristina) e deu maior voz a outros personagens. O resultado foi um episódio mais “calmo” e sem o habitual drama já característico desse ano, embora, ainda assim, com cenas fortes e algumas guinadas já esperadas em algumas histórias.
A principal delas diz respeito aos rumos do relacionamento de Sarah e Mark e eu acredito que não tenha sido surpresa pra ninguém. Era totalmente esperado que isso acontecesse mais cedo ou tarde, mas, ainda assim, a situação não foi menos triste. O problema do Mark nem foi mais a viagem em si ou a noiva não o acompanhar no tal casamento, mas descobrir pela boca do Hank que não era uma viagem de negócios, era armada e ela sabia de tudo. A cena do término dos dois foi uma das mais tristes do episódio, mas o Mark disse exatamente o que ela precisava ouvir: Que ela não consegue manter quase nada de bom que acontece em sua vida, tem uma predisposição a estragar tudo, quase um complexo de Lorelai Gilmore.
E o Mark nem soube do beijo. De qualquer forma, talvez a separação agora sirva pra que a Braverman mais velha repense as prioridades que vem tomando em sua vida. Sei que muita gente torce pelo Hank, mas não dá. O personagem é simpático, o Ray Romano está ótimo, mas eu não consigo mais imaginar a Sarah sem o Mark e eu espero que depois de um tempo de reflexão, ela volte para o professor e retome o noivado. Até porque a Camille vai surtar e dizer “Eu avisei que não deveria estar na foto!”.
Uma história que me surpreendeu aqui foi a do Luncheonette e a vizinha louca. Eu achei que levaríamos episódios a fio (e talvez ainda levemos, mas não sei, a história ficou com bem cara de fim aqui) para resolver tudo, mas bastou o Adam entrar na história, tentar dar uma de conciliador e o caso ir parar em um minitribunal para que tudo se resolvesse. O momento onde todos os outros vizinhos aparecem para testemunhar a favor do estúdio é emocionante, de levar lágrimas aos olhos e funciona perfeitamente. E o Adam tinha que resolver ao menos isso na paz, não é? Já não basta o câncer da mulher pra lidar…
Provavelmente, a Amber faltou a aula onde se diz que misturar família e trabalho quase sempre vai dar errado. É claro que a atitude dela de pedir um trabalho pro Ryan é admirável e o Joel, como é o cara mais legal do mundo, muito dificilmente negaria algo do tipo, mas era óbvio desde o início que aquilo não iria funcionar – não a princípio, pelo menos, porque eu acredito que foi só um mau começo e que, com o tempo (e uma ajudinha básica do Joel), ele vai melhorar.
Acompanhar o processo da Julia “redescobrindo” o que é ser mãe, graças ao Victor, tem sido maravilhoso. Depois da história da Kristina, essa é, sem dúvida, a minha favorita na temporada, por trazer, ao mesmo tempo, uma simplicidade e uma densidade, já características à Parenthood. Os problemas que ela enfrenta são problemas que qualquer um poderia enfrentar, é só pegar o exemplo dessa semana, notas baixas na escola. É claro que ia ser difícil para o Victor, ser, da noite para o dia, jogado em uma escola mais exigente, com um ritmo diferente. É até uma metáfora perfeita para o que aconteceu com a vida dele, de maneira geral.
A Julia conseguiu lidar com tudo da melhor maneira possível. O tato que ela tem com o filho é impressionante e agora que ela percebeu que o Victor tem um dom para os estudos, só precisa se esforçar, meio caminho já foi andado. As cenas com a Kristina foram ótimas e o “suborno” em balas e doces é algo pra se anotar, vai que um dia precisemos disso. Referência futura!
Semana que vem (ou na verdade, essa semana, já que hoje é domingo), a série exibe seu último episódio esse ano. E a julgar pela promo, promete ser arrebatador. Preparem os lenços!