“Just because you’re tough enough to handle it, doesn’t mean it’s what I want for you.” – Sarah Braverman
Depois de uma semana sem episódios novos, Parenthood voltou para se despedir do ano de 2013 (isto porque a NBC anunciou um novo episódio somente para o dia 02 de janeiro) e os plots dramáticos dominaram o capítulo que fecha a temporada para a pausa de natal. Mais uma vez entre belas fotografias e belos diálogos a série nos mostrou um episódio que focou na fragilidade dos relacionamentos de Amber/Ryan e Julia/Joel, mas fazendo um delicado contraponto com a força dos relacionamentos de Adam/Kristina e Sarah/Amber.
Amber e Sarah: relacionamento forte em bela composição fotográfica
O primeiro par, formado pelo casal de jovens adultos, vinha numa decrescente sem solução. Ryan, como qualquer humano em momento pós-trauma, não sabe lidar com suas inseguranças, seus sentimentos e seu realocamento em uma sociedade “normal”. A conversa com Zeek, no jardim da casa do Braverman pai, deixou bem claro que Ryan nunca se sentiu a vontade voltando do Afeganistão, mesmo que ele odiasse estar em um ambiente de guerra. Por isso procurou a maneira mais fácil possível se reposicionar em Berkeley, ao pedir a namorada em casamento, tentando se tornar um homem de família. Amber, pelo outro lado, procurava em Ryan o relacionamento que ela nunca viu entre sua mãe e seu pai. Quando Sarah diz a filha que ela foi finalmente capaz de amar alguém e superar as barreiras que lhe foram impostas na infância Amber sentiu que estava pronta para vencer o abismo que seu noivo havia criado entre eles. No momento em que os casal se reencontra era possível ver que ambos caminhavam para lados diferentes, e ao que parece, Ryan realmente vai voltar para o lugar em que pertence. Neste plot observamos agora a importância de Sarah na vida de Amber, e como o relacionamento de mãe e filha se fortaleceu muito nestes cinco anos de série. A personagem de Lauren Graham é muito menosprezada quando comparada aos outros irmãos Braverman no quesito “mãe/pai exemplar”. Acredito que, se há algum mérito na construção do caráter e perfil de vida de Amber e Drew, ele é todo de Sarah, que sempre foi uma força materna incontestável, mesmo com seus erros.
Parece que Ryber chegou ao fim
“My marriage is falling apart because I lost who I was a long time ago.” – Ed
Nada descreve melhor o núcleo de Julia Braverman do que a frase acima. Desde que ela resolveu tomar conta dos filhos e Joel resolveu trabalhar o casal entrou em um tortuoso caminho, com difícil volta. Eles não são mais os mesmos, e Julia viu isto quando seu marido resolveu dormir no sofá ao invés de resolver mais um problema entre eles. Apesar do pedido desesperado da personagem de Erika Christensen para que Joel se esforçasse para melhorar a situação pelas crianças, e por ele ter tomado a iniciativa de voltar mais cedo do trabalho para cuidar da família, há uma ferida aberta neste relacionamento, que foi ainda mais exposta após o divórcio inesperado de Ed. Julia pediu ao amigo que se distanciasse, em respeito a Joel, mas permitiu que ele a beijasse (e foi retribuído), por mais que tenha percebido que não deveriam ter feito aquilo. Esta ação pode levar o casamento dos Graham para dois caminhos: ou Julia vai se sentir abalada pela falta de atenção do marido e pela atração por Ed e seu casamento também pode chegar ao fim, ou ela vai perceber que, apesar de tudo, vale a pena resolver as tensões com Joel. Torço para a segunda opção, porque acredito ser comum se considerar perdido quando passamos por algum momento difícil. Como este foi só o primeiro grande problema no relacionamento de Joel e Julia, eles merecem uma segunda chance, por mais insensível que o personagem de Sam Jaeger possa parecer.
Julia: se arrependeu mas gostou
Para Adam e Kristina o momento de aborrecimento com a perda da eleição parece só apertar ainda mais o laço do casal mais forte da série. Se Kristina não se abateu durante o câncer ou com a derrota para Bob Little é porque Adam, com todos os seus defeitos, é um companheiro invejável. O personagem de Peter Krause nunca chegou a ser meu favorito, e tenho vários conflitos morais internos em relação a ele, mas é inegável o suporte que ele oferece a sua esposa. Para este casal a máxima “atrás de todo grande homem há sempre uma grande mulher” encaixa perfeitamente, mas a recíproca também é verdadeira, já que atrás de toda grande mulher há um grande homem. Meu medo neste núcleo é como Kristina reagirá à morte de Gwen – nesta hora a força de Adam talvez terá de ser ainda maior.
Adam: o marido perfeito também tem que ajudar nas ovadas
Em plots secundários Sarah acabou passando uma noite com o vizinho insistente, mas como afirmei na review anterior, não acho que este será o foco da personagem nesta temporada, ainda mais agora com Amber a beira de um colapso nervoso. Crosby, meu favorito, foi deixado para escanteio, mas com justiça, por não encaixar na temática do episódio – vale só relembrar a cena fofa ao ninar a filha enquanto conversava com Drew sobre mulheres. Falando nele talvez podemos esperar um pouco mais de ação na vida do jovem universitário, já que Amy bateu em sua porta na cena final do capítulo: depois de tudo que ela fez Drew passar, o que ela pode querer de bom?
Quanta fofura Crosby! Quem diria!
Com todas estas perguntas em aberto podemos esperar um retorno agitado para Parenthood em 2014. Vejo vocês no dia 02/01. Enquanto isto espero que tenham um Natal e uma virada de ano cheia de amor, família e alegria, no melhor estilo Braverman.
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Até breve!
