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Parenthood – A 5ª temporada até agora

Por: em 3 de dezembro de 2013

Parenthood – A 5ª temporada até agora

Por: em

Parenthood é uma das poucas séries americanas que não decepciona. Quando achamos que os roteiristas perderam o pique chegam mais histórias, mais alegrias e mais dramas. Parenthood é uma serie tão real, tão tocável que gosto de considerá-la desconfortavelmente agradável: dói, mas é uma delícia de ver.

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A 5ª temporada até agora trouxe a família Braverman imersa em novos problemas, daqueles que toda família conhece (ou já viu alguém passar por algo semelhante), e parece que a série se renova a cada ano que retorna, ficando tão bem elaborada como um bom vinho que envelhece na garrafa. É uma pena que a audiência americana não pense assim, já que Parenthood sempre apresenta médias baixas de telespectadores, beirando constantemente o risco de ser cancelada.

Como ficamos sem review para os últimos oito episódios farei aqui um grande resumo, discutindo os núcleos familiares e em que ponto eles se encontram, para acompanharmos juntos o episódio 5×10.

Núcleo Zeek Braverman

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Nada mais justo do que começar falando do patriarca Braverman. Zeek e Camille retornaram aos períodos de tensão que rondaram o casal na 1ª temporada. Como sempre, Camille se irritou com a teimosia e procrastinação de seu marido e, finalmente, resolveu tomar suas próprias decisões. O que é interessante na relação do casal é que a série consegue trabalhar com fidelidade a linha tênue entre manter um longo casamento de sucesso e lidar intimamente com os desgastes pessoais constantes. Camille, na minha opinião, é uma santa por aguentar Zeek (que só se torna mais difícil a cada temporada), e a série deixa bem claro que Adam, Sarah, Julia e Crosby não veem a mãe com estes bons olhos. Moral da história é que Camille partiu para a Itália, sozinha, e somente quando voltar é que entenderemos o efeito deste tempo separado no seu casamento com Zeek.

Núcleo Adam Braverman

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Adam e Kristina são, sem sombra de dúvidas, a coluna vertebral da série, mesmo não sendo meus favoritos. Se a temporada anterior foi um forte abalo na estrutura familiar (com a partida de Haddie e o câncer de Kristina), nesta o núcleo voltou a encontrar a harmonia que sempre fez inveja aos outros irmãos Braverman. É claro que Adam, com seu patriarquismo irritante e machismo adormecido, quase colocou, mais uma vez, a carreira de sua esposa por água abaixo. Mas, graças a força de vontade de Kristina, construída após a batalha com o câncer de mama, tivemos a oportunidade de acompanhar o crescimento desta mulher diante da sociedade e, até mesmo, diante de sua família. A campanha de Kristina para prefeita de Berkeley foi limpa e bela, e seria utópico demais se ela realmente batesse Bob Little com tão pouco tempo de candidatura, mas tenho certeza que a maioria dos telespectadores torciam para sua vitória. Resta saber agora como este núcleo irá lidar com a nova realidade.

Max cresceu, e junto com ele veio mais destaque para o jovem (e talentoso!) ator Max Burkholder. A união do garoto com Hank (Ray Romano) foi importante para o desenvolvimento dos dois personagens, e graças a Max, o ex-namorado de Sarah não me desce tão mal quanto desceu na temporada anterior. Há ali uma bela relação de tutor-aprendiz e ambos só tem a ganhar com isto.

Uma única observação resta para este núcleo: Haddie faz muita falta.

Núcleo Sarah Braverman

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A personagem de Lauren Graham está incrivelmente apagada nesta temporada, o que não é tão mal assim, já que Sarah sempre foi um para-raios de problemas desde o episódio piloto de Parenthood. Após o traumático término com Mark e Hank a personagem encontrou, aparentemente, seu caminho sozinha, sem precisar de um macho-alfa para se escoltar. É claro que o vizinho do novo prédio vai arrastar alguma asa para ela, mas tenho fé que Sarah, nesta temporada, tem outros objetivos.

Como havia sido comentado aqui, Amber foi uma das personagens que mais cresceu nestes cinco anos de Parenthood, e hoje Mae Whitman é um dos alicerces da série. Seu relacionamento com Ryan, apesar de extremamente popular entre os fãs da série, vem se destruindo desde o pedido de casamento na season premiere da 5ª temporada. Entre a não-aprovação de Sarah e os ataques de fúria do personagem de Matt Lauria, Amber e Ryan parecem estar com os dias contados.

Drew é um personagem que oscila em participações na série. Nesta temporada, após sobreviver a um traumático aborto da ex-namorada e mudar-se para o dormitório da faculdade, o Holt mais novo está mesmo interessado em transformar sua amizade-colorida com a coleguinha de corredor em namoro sério. Pobre Drew, com um núcleo familiar tão desregrado ser o único “normal” realmente não deve ser fácil.

Núcleo Julia Braverman

Parenthood - Season 5

Julia e Joel carregam, provavelmente, o melhor e mais real plot da temporada até agora. Todos sabiam que não seria fácil para a workaholic Julia ficar em casa e lidar com os filhos (especialmente Victor), mas parece que para Joel não é tão claro assim. Finalmente o personagem de Sam Jaeger ganhou um pouco de tempero e vem mostrando que não é aquele santo marido que todas as mulheres desejam. Julia tem sido pouco efusiva no apoio ao novo trabalho do marido, mas Joel tem sido cruel e insensível com a mulher que carregou toda a família nas costas por quase nove anos. A divergência sobre o futuro de Victor na escola só piorou o clima na casa, já que a Braverman mais nova tem um passado de incertezas com o filho adotado. Não acho que há certo e errado nesta relação, mas a evidente falta de diálogo entre o casal transforma Julia em uma esposa ciumenta e insegura e Joel em um marido impaciente e insatisfeito. Este desgaste em casamentos é tão real que, assistir o núcleo de Julia hoje, traz angústia e revolta nos telespectadores que tanto torcem para a alegria do casal. O problema é que a proximidade com Ed, e a falta de paciencia de Joel, só deixam esta família perfeita cada vez mais perto de uma separação.

Núcleo Crosby Braverman

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Apesar de não ser o favorito de grande maioria dos fãs da série, o núcleo de Crosby sempre foi um dos que mais me agradou neste cinco anos de Parenthood. Isto porque o personagem de Dax Shepard é o que mais aproxima os jovens adultos (como eu!) desta série de temáticas tão maduras. Crosby está sempre lidando com um novo processo de maturidade como foi com a descoberta de Jabbar, ao se apaixonar por Jasmine, ao descobrir que suas ações tem consequências graves (após dormir com a babá de Max), ao decidir se casar com a mãe de seu filho e, agora, ao se tornar um pai de família responsável. O personagem sempre oscilou entre a vontade de crescer e viver sua vida de eterno adolescente, e por isto Crosby, na minha humilde opinião, é um personagem forte. A relação dele com Jasmine vem se tornando cada vez mais estável (mesmo com Aida chorando por várias noites seguidas), o Luncheonette está se tornando uma marca de grande valor e o Braverman mais novo vem tirando de letra (até o momento) as transições para a vida adulta.

Para o episódio 5×10, “All That’s Left Is The Hugging“, podemos esperar muito drama para o casal “Ryber” e grande tensão para Joel e Julia: será que o divórcio é mesmo a solução para os problemas da família Graham?

Até a próxima review!


Marina Sousa

Mineira radicada em SP. Pão de queijo + séries + música. É fã de listas, maratonas e, claro, trilhas sonoras.

São Paulo/SP

Série Favorita: Friends

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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