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Parks and Recreation 3×01 – Go Big Or Go Home

Por: em 21 de janeiro de 2011

Parks and Recreation 3×01 – Go Big Or Go Home

Por: em

Parks and Recreation Leslie Knope

WE’RE BACK.

Dá pra acreditar? Oito meses sem Parks & Rec criaram uma hype maior do que o normal pra galera que assiste à série (e na minha timeline, o número alto me deixa orgulhoso de seguir toda essa gente linda), principalmente nas últimas semanas, quando a estreia da temporada foi ficando mais e mais próxima. Mas o título dessa premiere é a prova de que eles tão mais do que preparados pra assumir a responsabilidade e receber as expectativas de braços abertos. Go big or go home. O governo fechando as portas temporariamente e cortando custos por todos os cantos traz uma sensação — maior do que nunca — de que Parks & Rec sabe onde quer chegar. Que toda aquela simpatia absurdamente awesome, empolgante, engraçada, swansoniana tem um propósito. É hora de Leslie e cia. provarem porque eles tão ali. Não só pra reconstruir o departamento — mas também pra conquistar toda a audiência que a série não tem.  E que merece muito. Há muito tempo.

A jogada principal pra que os números aumentem tá na inclusão de Adam Scott e Rob Lowe no elenco. E foi ótimo que Ben e Chris já tenham sido apresentados nos dois últimos episódios da temporada passada, porque agora já dá tempo de começar de vez na luta pelo Harvest Festival. Ou o evento é um sucesso ou o departamento é fechado de vez. É óbvio que tudo vai acabar dando certo, mas pra série, o mais legal é que agora a gente não fica “só” ansioso por meia hora de sorriso-incontrolável-de-orelha-a-orelha-interrompido-constantemente-por-risada-alta. Dá um fôlego a mais ficar também na ansiedade de COMO Leslie vai conseguir reerguer o emprego que ama, reconstruir a moral de seu trabalho pros dois assessores. Uma coisa que não funcionava no começo da série era como a Leslie simplesmente emulava Michael Scott numa carapaça feminina. Mas ela não é insana igual a ele. Ela tem uma obsessão pelo trabalho um pouco maluca demais, mas é aquela maluquice que você vive com seus amigos mais próximos, aqueles que você não tem vergonha de falar merda e mostrar as coisas que gosta de verdade. Leslie é assim com a galera do departamento. É doida um pouco além do normal pra funcionar em uma comédia de TV, mas com uma dose gigantesca de sinceridade pra que a gente queira passar o maior tempo possível ao lado dela.

E mesmo que a série surpreendesse, tudo desse errado no Pawnee Harvest Festival, o departamento fechasse e o título da série não fizesse mais sentido algum, é bem capaz que a coisa ainda funcionasse. É claro que eu quero ver mais do Tom vendendo sapato. Da Donna no telemarketing. Do Ron trabalhando com marcenaria. Do Jerry fazendo qualquer coisa aleatória e sendo zoado, odiado e humilhado por isso. Parks & Rec tem um elenco que não é só excelente individualmente, mas que também sempre funciona bem em conjunto. E é nessa hora que eu percebo que no começo do parágrafo anterior eu puxei o assunto do Adam Scott e do Rob Lowe e não conclui o pensamento. Mas mesmo com um péssimo exemplo de construção textual, o argumento ainda é válido: os dois são um encaixe natural pra esse grupo. Principalmente pro lado do Rob Lowe, considerando o que foi Go Big or Go Home. Ele é um pouco exagerado e podia ficar irritante rápido com o otimisto constante, só que o relacionamento com a Ann no encontro desse episódio foi um tiro certeiro — pra ambos os lados. Pra ele, deu a oportunidade do personagem se humanizar e não parecer um esterótipo tosco mal aproveitado. Pra ela, deu a chance de fugir dos rastros de monotonia que surgiram no namoro com Mark ano passado (que eu gostava, mas não fez falta nenhuma aqui).

Parks and Recreation Chris Rob Lowe

Meu maior problema com o episódio foi muito mais uma casualidade impossível de se escapar na TV do que um erro da série. Reassistindo aos dois últimos episódios da segunda temporada hoje mesmo antes da premiere, muita coisa soou redundante durante esse 3×01 — trechos no roteiro, certos trejeitos, uma piada ou outra parecidas com algumas já usadas… Perdoável porque 1. sendo o primeiro episódio da temporada, eles precisavam reintroduzir certos detalhes que 8 meses apagam da memória de qualquer espectador na maior facilidade; e 2. também era necessário abrir algumas brechas pra que as pessoas que ainda não assistiam à série (ou seja, 99,9% das famílias americanas) soubessem quem eram os personagens que eles estavam acabando de conhecer. Mas nada que incomode tanto, porque, no final das contas, comédia é comédia. Ninguém precisa de muita informação pra rir com o jeitão infantil do Andy, por exemplo.

Que, por sinal, continua sendo destaque pra mim. A atitude dele largadona, preocupada só em se divertir (FUN-DAMENTAL) é uma das partes mais engraçadas de Parks & Rec, só que o mais legal é que ele não fica limitado a só isso dentro da série. O relacionamento com a April é daqueles que vai, não vai, vai, não vai, vai, não vai — tradicionais pra caramba na TV, mas além de Aubrey Plaza e Chris Patt terem uma química gigante, os personagens em si já são diferentes o suficiente pra evitar que os dois soem como repetições de algum caso que já tenha acontecido em alguma outra série. Andy e April dão um ar fresco excelente a um tipo de história meio manjadão, e é impossível que as tentativas dele de reconquistá-la não sejam divertidas de se acompanhar. Previsão: singles do Mouse Rat a caminho.

Mas se os singles não vierem, quem se importa? Com ou sem banda, Andy tá de volta, April tá de volta, Donna, Ann, Tom, Jerry (sim, proposital), Ron, Leslie… Parks & Rec tá de volta. Eu tava com uma saudade ENORME de Pawnee e o único gosto amargo que o episódio deixou foi perceber como 20 minutos por semana é pouco pra série. Puta merda, é MUITO pouco. Mas ao redor de tanto sweetum, qualquer chef concordaria que um toque amargo é essencial pra peculiaridade perfeita de um prato.

Tão servidos?

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P.S.: Swanson Pyramid of Greatness já tá online faz um tempo, mas quem não viu e quer dar uma olhada melhor, clica aí. Coloquem como papel de parede, cultivem um bigode e sejam felizes.

P.S. 2: Aliás, eu nem falei muito do Ron no texto, mas a objetividade dele é a mesma de qualquer comentário sobre o personagem: sempre perfeito. I’m usually not one for speeches, so goodbye.

P.S. 3: Check your testicles.


Guilherme Peres

Designer

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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