Quem teve o prazer de acompanhar Parks and Recreation durante quatro temporadas, sabe que política nunca foi tão divertido. Ver a série, que já esteve diversas vezes na bolha do cancelamento, chegar à sua quinta temporada me traz uma imensa felicidade. E se formos tirar esse início como parâmetro, o título de uma das melhores comédias da atualidade ainda se aplica a Parks and Recreation.
A boa notícia é que a série agora terá reviews semanais aqui no Apaixonados por Séries. A má notícia é que, por problemas pessoais, os primeiros episódios acabaram sendo negligenciados por essa humilde reviewer. Mas, com os problemas resolvidos, vamos fazer um pequeno resumo do que aconteceu até agora para podermos seguir em frente.
No final da quarta temporada, vimos Leslie ganhando a eleição de forma emocionante. Mas ela também teve que se separar de seu querido Ben, que aceitou um emprego em Washington para trabalhar em uma campanha do congresso americano. Enquanto um dos casais lidava com a possibilidade de um relacionamento à distância, o casal mais inusitado da série, Tom e Ann, decidia morar junto.
5X01 – Ms. Knope Goes to Washington
Se a ida de Ben para Washington dava a entender que essa seria uma temporada com doses menores de um dos casais mais fofos da televisão, felizmente esse episódio surgiu para mostrar que não vai ser bem assim. Já na estreia acompanhamos a viagem de Leslie a Washington para visitar o namorado. E o melhor, levando Andy a tiracolo, já que April foi junto com Ben para trabalhar como sua estagiária. Eu ainda não sei como ele conseguiu convencer Ron a liberar sua querida assistente, mas achei um ótimo desenvolvimento para a história de Ben na capital americana, que com certeza ficará muito mais engraçada com adição da mau-humorada April. O reencontro dos casais foi simplesmente impagável, com os beijos civilizados de Ben e Leslie e a paixão sem freios de Andy e April. Se, como disse anteriormente, Leslie e Ben são um dos casais mais fofos da televisão, April e Andy são um dos mais divertidos.
Andy estava especialmente inspirado nesse episódio. Suas peripécias na viagem, procurando por pistas sobre tesouros (como no filme A lenda do tesouro perdido) ou subindo na locomotiva do museu (achando que era a mesma utilizada como máquina do tempo em De Volta para o Futuro 3) foram sensacionais. Um ponto bem explorado foi a ótima química do personagem junto com Leslie. Já tem algum tempo que ele trabalha para ela, mas pessoalmente não me lembro dos dois interagindo tanto quanto neste episódio. Essa amizade se mostrou ainda mais especial no final do episódio, com a conversa entre os dois. Quando estamos com a moral baixa, precisamos de um amigo que nos mostre como somos um amálgama tão especial.
Enquanto isso o casal Haverkins estava em lua-de-mel. Pelo menos é o que Tom e Ann queriam que Donna acreditasse, já que Tom havia apostado todo o seu patrimônio no sucesso da relação. Como eles não duraram nem um mês morando juntos, decidiram viver um relacionamento de aparências para que Tom não tivesse que pagar a aposta e acabasse indo à falência em decorrência disso. Obviamente que eles não enganaram ninguém com essa história e Tom só conseguiu manter seu dinheiro pela bondade da amiga, que o liberou da aposta. Tom teve um episódio particularmente difícil, tendo também que lidar com o assassinato de seu homônimo Tom, o porco, que foi escolhido por Ron Swanson como a vítima para o churrasco anual do departamento, o Fun-splosion!.
Pontos altos do episódio: Descobrir que Tom tem o total de $ 1 mil dólares em seu patrimônio (isso que é empreendedor de sucesso); o hidratante com glitter (“Twinkle, twinkle, big star”); e, mesmo não sendo mostrado, o show de uma mulher só “Parks and Dolls” (me divirto só de imaginar como deve ser isso).
5×02 – Soda Tax
Desta tríade de episódios iniciais, Soda Tax foi claramente o mais fraco. Nele, Leslie tenta aprovar um projeto para aumentar os impostos sobre refrigerantes. Que tipo de pessoa sem coração faria uma coisa dessas? Refrigerante é vida, minha gente! No entanto, as intenções de Knope eram as melhores possíveis: diminuir a obesidade dos cidadãos de Pawnee. Mesmo assim, quando descobre que seu projeto poderia significar o emprego de vários cidadãos, Leslie começa a questionar a importância de sua própria ideia. Outro fato que serviu para abalar a confiança de Leslie foi a descoberta (chocante!) de que Ron já havia tentado despedi-la do Departamento de Parques algumas vezes.
Na verdade, se considerarmos a personalidade anti-governo de Ron, isso não é nada chocante. Leslie sempre demostrou muita vontade de trabalhar em função da população e era bem óbvio que Ron iria se opor a tanto entusiasmo. Quem também teve problemas com o seu entusiasmo foi Chris, que teve uma crise de identidade enquanto treinava Andy para a prova de policial. Alguém mais acha o Chris um pouco perdido na série? Desde que a dupla que fazia com Ben foi desfeita, tenho achado ele um pouco avulso na série (mesmo achando a interpretação do Rob Lowe bem engraçada). Talvez seja porque o resto do elenco é tão bem integrado que eu acabo tendo esse sentimento em relação a ele.
Ben teve que lidar com seus estagiários fazendo corpo mole. Mas, quando decidiu utilizar seus poderes de chefe e exigir um melhor rendimento, descobriu que todos eles tinham conexões poderosas na capital americana (pessoas conseguindo estágios porque são bem relacionadas? isso nunca aconteceria no Brasil! absurdo!). A cena na qual Ben fala que decidiu, em vez de demitir, puxar o saco deles, foi muito boa. Infelizmente o resto dessa trama não me trouxe muitas risadas (nem mesmo a descoberta de que April era a responsável pela caricatura de Ben).
Pontos altos do episódio: Descobrir que Andy manda suas roupas para April lavar em D.C. (junto a uma foto dele vestindo uma bandana como cueca, só para ela ter uma noção da seriedade da situação); o tanque de açúcar que fez a Leslie perder a compostura diversas vezes ; a explicação da comerciante sobre o tamanho infantil ser tão grande: “é mais ou menos o tamanho de uma criança de 2 anos, se ela fosse liquefeita” (que nojo).
5×03 – How a Bill Becomes a Law
No episódio How a Bill Becomes a Law, tivemos Leslie defendendo seu segundo ato como vereadora de Pawnee. Ao ser abordada por uma criança (enquanto limpava o rio nojento do primeiro episódio), a servidora pública decide apresentar um projeto de aumento do horário de funcionamento da piscina pública da cidade. Só que ela não contava com um opositor implacável que também lutava por uma causa nobre: um banheiro próprio no qual pudesse realizar suas necessidades fisiológicas com calma e tranquilidade. Assim, para conseguir que seu projeto fosse aprovado, Leslie teve que abrir mão de seu escritório (com banheiro exclusivo) para conseguir o voto de seu colega de câmara. Tudo isso enquanto apresentava um lindo penteado resultado de um permanente interrompido, que deu a Leslie a aparência de ter um lado puxado a mãe, e o outro lado puxado o pai.
Já o Departamento de Parques estava envolvido com a última empreitada de Chris: uma linha de atendimento aos cidadãos. Todos que conhecem Ron Swanson poderiam imaginar que esse seria o pior pesadelo de sua vida. Mas, surpreendentemente, Ron não só vai atender a uma das demandas de uma contribuinte, como acaba gostando da coisa! Isso porque a contribuinte era Tammy. Não, infelizmente não era nenhuma das Tammy’s, e sim Diane Lewis interpretada por Lucy Lawless (Xena, a Princesa Guerreira). Gostei da personagem e achei um bom interesse romântico para Ron, principalmente por causa das duas filhas gracinhas dela (Ron Swanson com duas enteadas? Isso eu quero ver).
Pontos altos do episódio: “The perm must wait”, Donna lendo 50 Tons de Cinza e discutindo sobre ele na linha comunitária; qualquer cena da road trip frustrada de April e Ben para visitarem seus amados (se no último episódio eu não havia gostado da trama dos dois, neste a interação entre eles foi um dos pontos altos).
Agora só nos resta aguardar o quarto episódio, Sex Education, que vai ao ar dia 18 de outubro na televisão americana (com review exclusiva para ele, se Deus quiser). O que vocês acharam deste início de temporada de Parks and Recreation? Qual foi o melhor episódio até agora? Deixem seus comentários!
P.S.1: Adorei ver o espírito empreendedor de Tom ressurgindo. Será que isso significa o retorno do seu sócio preferido, Jean-Ralphio? Vamos torcer!
P.S.2: Também gostei muito da série ter feito menção à semelhança entre Amy Poehler e Beverly D’Angelo. As duas são realmente muito parecidas!
P.S.3: Vendo esses episódios não tem como não concordar com a Julia Louis-Dreyfus. É realmente uma pena a Amy Poehler não ter ganhado o Emmy.
