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Pretty Little Liars – 4×01 A is for Alive e 4×02 Turn of the Shoe

Por: em 24 de junho de 2013

Pretty Little Liars – 4×01 A is for Alive e 4×02 Turn of the Shoe

Por: em

A quarta temporada de Pretty Little Liars começa mexendo de vez na configuração da série. Se antes as garotas temiam apenas a onipresença e as mensagens ameaçadoras de -A, agora o fantasma da possibilidade de Alison estar viva as assombra mais do que qualquer coisa, mesmo que algumas delas não admitam isso. Estes dois primeiros episódios serviram para apresentar os novos rumos, naquele ritmo lento, atirando pistas pra todo lado e tentando convencer que todos são culpados que a gente já está acostumado há tempos.

Spencer e Toby Pretty Little Liars

É interessante observar como os acontecimentos da reta final da 3ª temporada ainda respingam nos personagens. No que diz respeito a Spencer e Toby, por exemplo, alguma coisa mudou para sempre. Eles finalmente estão juntos, estão bem, estão (teoricamente) felizes, mas depois de Toby ter se infiltrado no -A Team, mesmo que para proteger sua namorada, fica a impressão de que a confiança que existia entre ele e Spence não é mais como antes (e teria como ser?). Eles tentam fingir que nada aconteceu, mas -A não vai deixar e a chantagem que fez com que Toby roubasse o covil em troca de informações sobre sua mãe foi a prova. -A não vai parar e o desejo de Toby em descobrir a verdade por trás da morte da mãe certamente vai, mais adiante, colocar a ele e seu relacionamento com Spencer na corda bamba.

Para a garota, todo o abalo emocional custou muito caro. Mais do que sua temporada internada, valeu sua vaga na universidade para a qual ela se preparou para ir a vida inteira. Spencer sempre foi, ao mesmo tempo, o elo mais forte e o mais frágil das liars. Ao mesmo tempo em que ela consegue se impor e colocar a situação no controle (e até mesmo carregar a série nas costas por arcos inteiros), seu emocional é tão grande que, quando explode, nem ela consegue se aguentar. Cai ao chão, em frangalhos e foi isso que a série mostrou durante suas conversas com Ezra a respeito de faculdade. Talvez o texto tenha deixado, subentendido, que essa ajuda do ex namorado de Aria pode ganhar contornos maiores no futuro, mas eu prefiro acreditar que não.

O professor de literatura ainda não superou o fim do relacionamento, mas está fazendo exatamente aquilo que deve: Se afundando em trabalho e tentando não pensar em que ponto a relação deu errado. Até porque, todos nós sabemos que uma hora o conto de fadas teria que acabar. Por mais que exista sentimento entre Ezra e Aria, enquanto ela estiver no ensino médio e ele for professor em sua escola, é impossível manter qualquer tipo de contato que ultrapasse a barreira professor-aluno e o devaneio da garota, no qual o ex era preso, é a prova disso.

É óbvio que se envolver com OUTRO professor (ao menos agora é off-escola) não ajuda muito a filha de Ella e Byron, mas Jake parece ser um personagem curioso. Sua química com Aria é boa, mas o roteiro da série precisa ter o cuidado de não fazer com o rapaz aquilo que faz com geralmente qualquer interesse amoroso das garotas: Transformar em suspeito instantâneo de qualquer coisa.

Ainda na questão de relacionamentos, os prognósticos de trama interessante convergem, em um momento de raridade, em Emily e Paige. Com a faculdade batendo na porta, a conversa que as duas travam sobre os planos de uma vida futura são interessantes e uma boa representação do que vai atormentar as garotas por toda esta temporada: Além da sombra de Alison e de -A, há o medo do futuro, as decisões que precisam ser tomadas, coisas tão (ou até mais) assustadoras quanto mensagens ameaçadoras. O que pode pesar contra as duas é o mesmo problema de confiança que afeta Toby e Spencer. Emily deveria ter contado para Paige a origem de sua lesão no ombro desde cedo.

PLL meninas

Na linha dos plots bizarros que a série já está acostumada a mostrar, superando o porco no porta-malas do primeiro episódio, tivemos o papagaio de Alison no segundo.

A inserção da mãe da garota supostamente morta na história entra, aqui, como mais um artifício do roteiro, que quer a todo custo nos confundir a respeito da sobrevivência ou não de Ali. Ainda é complicado desenhar qualquer cenário, mas como essa possibilidade é cogitada desde a primeira temporada, não é algo que deva ser descartado. O que a série precisaria era explicar muito bem como Alison sobreviveu e onde se manteve todo esse tempo. E, se estiver por trás, porque criou o -A Team (Há quem defenda, contudo, que Alison forjou a morte para fugir de quem quer que esteja por trás das mensagens). Não que um motivo estritamente forte seja necessário, já que, como mostraram os flashbacks, Alison desde criança sempre foi manipuladora e usava tudo que estivesse ao seu alcance para que suas vontades fossem feitas.

O que não desce bem é Aria, Hanna, Spencer e Emily confiarem, mesmo que desconfiando, em Mona novamente. Aqui, a série também tenta se desvencilhar, sem deixar claro se a garota está fazendo jogo duplo ou se também se tornou uma das vítimas de -A. Mesmo com o ataque no carro, Mona é passível de desconfiança e não convence quando afirma que não sabe quem é Red Coat ou quem está por trás da criação do -A Team.

A morte de Wilden e a chegada do novo detetive são acontecimentos que podem evoluir. Será que Holbrook vai ter o mesmo fim de seus companheiros anteriores? Sempre que alguém se mete a investigar o assassinato de Alison e as quatro garotas, encontra a morte. Outro pequeno detalhe foi a conversa de Jenna e Emily. A irmã de Toby continua misteriosa, bem como Shana, que no momento se restringe a uma briga com Emily.

Ashley PLL

Acreditar que Ashley matou Wilden é, mais uma vez, cair nos truques de roteiro vagabundos que PLL aplica toda temporada. É claro que a mãe de Hannah sempre teve uma personalidade forte e eu não duvido que ela poderia dar fim na vida do detetive para proteger a filha, mas o simples fato da série querer, a cada 5 minutos, plantar pistas que nos levem a crer isso, deixa um pouco óbvio que, mais uma vez, é tudo um grande mal entendido.

Em um olhar geral, foi um bom começo de temporada. Situou bem os personagens depois da reta final da terceira temporada e, por mais que nada de extrema importância tenha sido revelado ainda, o futuro parece interessante. Três temporadas completas depois, é claro que quem chegou até aqui já sabe como PLL é estruturada, são trezentos fatos novos por episódio, mas quase nada de real relevância. E assim a vida segue.

Assim como a terceira, a quarta temporada terá vinte e quatro episódios. Que venham os outros 22.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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