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Private Practice 3×01 – A Death in the Family

Por: em 4 de outubro de 2009

Private Practice 3×01 – A Death in the Family

Por: em


É impossível falar de Private Practice sem mencionar Grey’s Anatomy. Private surgiu graças ao sucesso de Grey’s , da capacidade de Shonda Rhimes manter duas séries, e de uma personagem em particular: a ex mulher do Mc Dreamy, a Dra. Addison (que, na série que lhe foi dada, infelizmente, perdeu o brilho). E toda vez que começamos a esquecer dessa ligação umbilical, vem a Sra. Rhimes e torna a reatar os laços, muitas vezes de forma desnecessária, única e exclusivamente para tentar “roubar” a audiência da sua primeira série.

Porque se houver algo em que Private precise de Grey’s, isso hoje se resume mesmo a audiência, já que Meredith e cia. costumam emplacar 14, 15 milhões de telespectadores, enquanto Addison fica com “apenas” 11 milhões. Nesses dois últimos anos, a série que versa sobre a vida dos médicos que escolheram um caminho diferente do que estamos acostumados e foram trabalhar numa clínica, cresceu e aprendeu a caminhar sozinha. E a prova disso é esse primeiro episódio da terceira temporada.

Antes de mais nada, incrível como o Ocean Wellness sentiu muito mais a quase morte de Violet do que os insensíveis do Seatle Grace sentiram a morte de George… Não me entendam mal, sou fã de Grey’s como, tenho certeza, a grande maioria dos que lêem essa review também é. Mas convenhamos que foi bem michuruca o adeus a O’Malley, um personagem tão querido e que, tal qual Violet teve, sem nem precisar morrer, merecia todas as honras e sentimentos possíveis.

Mas chega de Grey’s Anatomy! E prometo não tornar a misturar as duas séries até a chegada do próximo crossover… Sim, pra quem não sabia, haverá mais um em breve. Dessa vez é Miranda Bailey quem deve desembarcar em Los Angeles.

Mas, voltando para esse episódio, confesso que o começo me deixou assustada, com Pete em frente ao caixão, coisa que pra mim não fazia o menor sentido. Tentei então ser sensata, levando-se em conta que isso é um blog de séries e que se Amy Brenneman, intérprete de Violet, tivesse se afastado do elenco, a essa altura eu já saberia… Então afastei tal possibilidade da morte da de uma das minhas personagens favoritas e acreditei que aquele caixão tivesse outro corpo. Só nos 15 minutos de episódio me toquei do óbvio. No caixão estava ninguém mais que a falecida mulher de Pete, de quem, até hoje, só tinhamos ouvido falar. E, nesse episódio, se não chegamos a conhecê-la, podemos muito bem ver a dor de Pete naqueles tempos de perda.

E eu sei que americanos são meio doidos e demoram séculos para enterrar a pessoa (lembram de Michael Jackson?), mas que tipo de estrela do rock era a falecida mulher de Pete para que só fosse enterrada tanto tempo depois? Tempo suficiente para Pete conhecer Violet, ter a primeira consulta, rejeitá-la na segunda e retornar para um desabafo? O caixão tinha mesmo que estar bem fechadinho, porque o corpo já deveria estar em estado de putrefação avançado…

A partir de determinado momento do episódio, fui praticamente obrigada a desejar que um dos dois, Violet ou seu bebê, morresse na mesa de cirurgia… Só assim para que a pseudo-heroína Addison Montgomery aprendesse que delegar é preciso e que ela não é a única médica capaz de salvar uma vida no mundo. E o que foi aquele draminha de Addison se dizendo abandonada e tendo que salvar “as suas pessoas” sozinha? Ela chegou a Los Angeles anteontem! E em nenhum momento do primeiro episódio da série pra cá eu vi esse chamego todo que justificasse Addison chamar Violet de “sua pessoa”… E que obsessão Shonda Rhimes tem por esse termo, viu?

E, falando em capacidade médica, onde estão os médicos do St. Ambrose ? Não é possível que não houvesse nenhum cirurgião de plantão, a ponto de todos os procedimentos serem executados pelos médicos da clínica! E eu vou morrer achando um absurdo a quantidade de coisas que Dell pode fazer mesmo sem ser médico ou sequer estar cursando medicina!

Quanto ao Dell personagem, independente de ter ou não colado grau em medicina, sei que a maioria dos telespectadores da série não é muito fã dele mas, sinceramente? Hoje em dia prefiro o jovem pai solteiro de 25 anos à Addison. Claro que não estou afirmando que Dell seja o melhor personagem ali, longe disso… Mas Addison tem andado tão chatinha, tão perdida, que é bem fácil ser melhor e mais interessante do que ela.

Se bem que dizer que ela “tem andado” chata não seria a realidade. Mais correto seria dizer que ela se tornou uma personagem chata e que hoje a série é carregada principalmente por Cooper, Charlotte, Violet e Naomi. Até Pete, de quem eu nunca gostei muito, nos últimos episódios tem se tornado mais interessante que a Dra. Montgomery. E com certeza ele deve melhorar nessa temporada que se inicia, com a possibilidade real de, enfim, construir uma família. Se bem que, se avaliarmos a cara daquele bebê, ele certamente será filho de Sheldon!

Private Practice começou com tudo, me emocionando como, hoje em dia, só a ABC sabe fazer (que How I Met Your Mother não escute isso!). E antes de terminar, um pedido que infelizmente não será lido pela pessoa que realmente interessa… Ei, Shonda, faz um favor? Dá ao filho de Violet o nome de George? Obrigada!


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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