Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Private Practice 3×03 Right here, right now

Por: em 19 de outubro de 2009

Private Practice 3×03 Right here, right now

Por: em

                    “Dei uma passadinha rápida só pra lhe dar uma lição de moral, vê se colabora!”

Antes de assistir esse episódio de Private Practice, fiquei pensando na quantidade reiterada (e exagerada!) de crossovers com Grey’s Anatomy. A essa altura a série de Violet, Cooper, Pete e cia. já tem seu público garantido, e a audiência tem estado sempre na faixa dos 11 milhões de telespectadores. Precisam mesmo ficar recorrendo a esse artifício barato? Não é possível que pra tudo que acontece, ou Addison se manda pro Seatle Grace, ou alguém de lá aparece pra dar uma forcinha.

Assim, resolvi assistir Private sem antes ter assistido Grey’s, ao contrário do que seria o recomendado, já que o pessoal do Seatle Grace precede a turma do Ocean Wellness no horário da tv americana.

Fiquei feliz em descobrir que, apesar de ter perdido um pouco da experiência, pude acompanhar a tal trama do transplante tranquilamente depois de apenas um minuto de explicação. Ponto pra Shonda, que apesar de ficar intercalando as séries (e usando histórias parecidíssimas nas duas, vide a premiere), continua tendo a noção de que, embora “prima”, as duas séries são independentes entre si.

O episódio começa com Addison praticando a sua cara de paisagem, acentuada graças a presença da melhor atriz de Grey’s Anatomy. É difícil brilhar ao lado de Chandra Wilson, principalmente quando o seu personagem está passando por uma fase insosa como a de Addison… Coitada de Kate Walsh. Tudo bem, ela já sabia da morte de George, mas e o câncer de Izzie, a fusão com o Mercy West, o casamento do ex-marido? Nada que lhe motivasse a abrir a boca e soltar, incrédula, um: “como???”. Mas, relevemos, se não estava no roteiro, a culpa não é dela, e sim de uma certa Shonda Rhimes que parece ter esquecido que Addison passou três anos no Seatle Grace antes de se despencar para Los Angeles.

E por falar em Shonda Rhimes, confesso que até gostaria ter mais motivos pra falar mal desta nobre senhora. Definitivamente não gosto dela, e sei que não sou a única achá-la arrogante. Lembram de toda a história com T.R. Knight? Mas, antes que os fãs da criadora venham reclamar de eu a estar ofendendo, lembrem-se de que todos temos direito a opnião e que, principalmente, nem estou criticando seu trabalho, já que sou fã das suas duas séries. Critico mesmo é o seu jeito “se eu pudesse, eu me comia no espelho” de ser. E aos mais exaltados, que acharem que posso magoá-la, mais um lembrete! Shonda Rhimes não fala português… E alguém consegue imaginá-la fuçando em um blog brasileiro? Mas o que importa mesmo é a série, e não o zunzunzum por trás… E nesse quesito, particularmente em Private Practice, a Srta. Rhimes vem se superando!


O que dizer do embate entre Bailey e Charlotte já nos primeiros 5 minutos? E entre as duas “nazis”, não é que deu Charlotte? Tudo bem, damos um desconto a Bailey que não estava no seu habitat natural. Outro momento inusitado da interação entre Bailey e os médicos do Ocean Wellness veio de Cooper. Não deu pra controlar o riso ao vê-lo passando a mão na cabeça da cirurgiã e dizendo que ela era mais baixinha do que ele imaginava.

É curioso como, tirando o “detalhe” de Violet ter se desapegado afetivamente ao filho, ela continua normal, e tomando as atitudes certas. Sim, acredito que entregar o filho a Pete tenha sido o melhor que ela podia ter feito. Apesar de não gostar do médico natureba, sei que diante da apatia da mãe, o melhor lugar daquele bebê era mesmo nas mãos do suposto, e agora confirmado, pai. E tadinho do Sheldon, qual será seu destino agora? Não lhe sobrou nem filho nem namorada pra contar história… Gosto do ator (Brian Benben) e espero que saibam aproveitá-lo.

Uma coisa que cada dia tem me conquistado mais em Private é a sua abordagem dos casos médicos. Não digo das irmãs do transplante de rins, caso chato e com desfecho mais do que óbvio, e sim do adolescente vivendo na “bolha”. É um assunto relativamente velho, que até já ganhou um filme com John Travolta nos meados dos anos 70, mas que de lá pra cá não deixou de ser interessante. Confesso que me deixei levar pela inocência do flerte entre os dois adolescentes… O primeiro “amor” (entre aspas, porque amor mesmo é algo bem diferente) pode ser mesmo encantador. Assim como a relação de Cooper e Charlotte, sempre inesperada, muitas vezes estranha, sempre encantadora.

Mas nada encantadores são os vídeos promocionais da ABC, sempre nos conduzindo a erro. Aposto que eu não fui a única a imaginar que Bailey e Sam trocariam, pelo menos, um beijo. E eu já deveria estar escaldada a essa altura do campeonato! Metade dos beijos em vídeos promocionais da ABC não acontecem, não passam do “quase”, a outra metade é de sonhos dos personagens. Ok, um ou outro acaba efetivamente acontecendo. Mas a porcentagem é mínima em relação àqueles que não passam de golpe para chamar a atenção da audiência.

E se a visita de Bailey não resultou em beijo, pelo menos nos trouxe um discurso que, provavelmente, estava entalado na garganta de muitos de nós. Bailey disse a Addison tudo o que eu diria e ainda lhe deu a perspectiva perfeita do que é traição. Traição não é, necessariamente, sexo, nem um beijo, nem nada carnal… Trair quem você ama é compartilhar com outra pessoa aquilo que você não compartilha nem com o seu amor. Claro, melhores amigos existem e podemos compartilhar com eles diversas coisas. Mas no momento em que você começa a compartilhar com o sexo oposto (ou com o mesmo sexo, depende da orientação sexual de cada um) sentimentos intimos, particulares, que você não compartilha nem com o seu parceiro… aí sim, como bem disse Bailey, isso é traição.

A conversa de Bailey foi muito mais eficiente na consciência de Addison que a visita da esposa do seu “rolo”. Com o discurso da amiga, finalmente Addison pode parar de tentar se convencer (e, consequentemente, nos convencer) de que ela não fez nada de errado. O que era uma grande enrolação.

Episódio muito bom e já que é impossível evitar comparações, principalmente em dia de crossover, me arrisco a dizer que, dessa vez, Private Practice se saiu melhor do que Grey’s Anatomy. Pronto, podem atirar a primeira pedra.

E no próximo episódio

Dell, o queridinho de todos (ironia mode on) está de volta! Taí uma grande vantagem em atrasar a review, poder já publicá-la já com a promo do próximo episódio!


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

×