Como questionou uma colega de blog, será que os legendadores de Private Practice morreram em um terremoto ou coisa do tipo? Gosto muito mais de ver séries médicas com legenda e poder acompanhar a experiência completa. Mas ontem tomei uma atitude e arranquei o bandaid, vi o episódio sem legenda mesmo… E não é que deu tudo certo? Private não é Grey’s (ou ER) com um milhão de termos médicos, cada um mais incompreensível que o outro.
Mas vamos ao episódio! Se Pushing the Limits serviu para alguma coisa foi para que os personagens se justificassem para nós, o grande público. Além de, é claro, completar de vez a dança de cadeiras entre Ocean Wellness e Pacific Well Care.
É incrível como nesses dois anos de série Violet conseguiu conquistar a todos de uma forma que Addison provavelmente nunca fará. Não me entendam mal, sou fã da Addie na sua versão “mulher fatal e poderosa”, mas as suas atitudes simplesmente não têm colaborado. Seu caráter, desde que Private Practice começou, tem estado sempre à prova, e é difícil ser condescendente e ficar do lado de alguém que sempre mete os pés pelas mãos. Já a Dra. Turner nunca se mostrou menos do que correta em todos os aspectos da sua vida. E se agora ela finalmente comete o seu primeiro deslize (e que deslize! Nem olha pra cara do próprio filho…), a justificativa é mais do que justa: stress pós-traumático dos bons!
E como foi idiota a atitude do Pete de simplesmente colocar a criança lá, na frente da mãe, pra ver se um laço fraternal magicamente surgiria unindo os dois para sempre… Não Pete, isso aqui não é Harry Potter, e o que lá seria resolvido com magia, como você pensou que fosse possível, aqui só com o tempo. E, claro, se Violet fizesse algum tipo e tratamento com certeza ajudaria. É impressão minha ou lá nos Estados Unidos os psicólogos, ao contrário daqui, não são obrigados a se consultarem, periodicamente, com um profissional da mesma área? Se não são, pelo visto deveriam… Violet não parece apresentar sinais de melhora, nem muito menos aceitar a ajuda daqueles que estão por perto, dispostos a ajudar. Pelo menos ela tem deixado que Cooper se reaproxime, o que na prática não muda muita coisa, já que Coop não é nenhum expert com sentimentos e sua área na medicina também não ajuda. Afinal, tudo que Violet menos precisa é de um pediatra!
E quanto a conta bancária de Cooper, compartilho da mesma dúvida de todos os outros personagens, principalmente de Charlotte: “Falido? Mas você é médico!”. O sujeito não gasta muito com roupas, nem viagens, nem qualquer tipo de investimento… Pra gastar tudo o que ele ganha, e não sobrar um tostão, ele teria que comprar um vídeo game por mês. Imagina só: um Wii em janeiro, um Xbox 360 em fevereiro, quem sabe um Playstation 3 em março? Só assim pra justificar, já que os jogos nos Estados Unidos não são tão caros como aqui, e ele precisaria comparar centenas pra liquidar com o seu salário. E de onde ele tirou a idéia de que pediatra ganha menos? Mães são tão neuróticas com as doenças dos seus filhos que era de se imaginar que ele ganhasse bem mais, com consultas e mais consultas desnecessárias, já que o pimpolho tem, no máximo, um resfriado!
Mas é claro que a tal falência de Cooper veio para justificar e dar passagem a um único e grande acontecimento: a vinda de Charlotte para a Ocean Wellness. Algo que, acredito, a grande maioria de nós nunca sequer cogitou, mas que acabou parecendo escrito nas estrelas. Depois da maravilhosa notícia de que teríamos nosso convívio com Pete atenuado, já que ele se mudou de mala e cuia para a Pacific Well Care, o episódio não poderia terminar melhor do quê com a notícia de que agora teremos Charlotte full time; enfim não precisaremos mais de interações com o hospital ou mesmo do seu romance com Cooper. Charlotte chegou pra ficar na antiga clínica de Naomi, e Addison que se prepare! Porque se o posto de boazinha é ocupado por Violet, o de megera indomada (e amada) é magistralmente ocupado por Charlotte.
Agora só falta o Sheldon trocar de emprego e pronto! Se bem que, analisando friamente, Naomi acaba sendo até mais interessante que Addison. Em um mundo ideal, o último a ser despachado para o andar de baixo seria ninguém menos que a protagonista da história, Addison Montgomery. Já não bastava não ter grande noção de ética quanto aos homens da sua vida, agora ela também parece ter desconfiômetro zero quanto aos seus amigos. Não é possível que ela realmente acredite que qualquer um tem 50 mil dólares pra dar, sem problemas, até o fim do dia! A muito tempo que ela não vive mais no mundo cor-de-rosa dos abastados Montgomery, com certeza já deu pra ela sacar que nem todo mundo tem essa grana toda… Ou já esqueceram que ela chegou a morar num trailler com o ex-marido da ex-série? Ok, Derek tinha grana e aquilo era por opção mas, mesmo assim, ela teria que ser obtusa por demais pra não perceber que não é pra todos que dinheiro nasce em árvore.
E não bastava ter humilhado Cooper (porque exigir dinheiro de quem não tem é uma humilhação), ela ainda mandou a ética às favas e agrediu verbalmente a paciente. Tudo bem, sua intenção era boa, mas no mundo real Addison seria intimada por agressão rapidinho. Não é assim que funcionam os norte-americanos? Tudo vira processo! E esse, em particular, Addison mereceria. Se bem que se a realidade fosse aplicada a série, a maioria dos médicos de Private Practice já teria sido processado, graças ao seu jeito nada ortodoxo de lidar com seus pacientes… Dell que o diga!
E por falar em pacientes, só mesmo o caso da mãe adolescente é digno de comentários. A inexpressividade de Lucy Hale (Rose Baker de Privileged) ajudou a mostrar porque sua série foi logo cancelada… Tudo bem, estou exagerando, claro que Privileged não terminou porque uma das atrizes não sabia atuar (se não séries como 90210e One Tree Hill já teriam rodado a séculos), mas com certeza também não ajudou. E aqui em Private, com certeza o drama da menina que não tem idade para ser mãe com certeza teria empolgado mais se a atriz efetivamente soubesse atuar. E a mãe da menina, coitada, diretamente saída de uma clínica de botox para os sets de filmagem!
Episódio morno mas com grandes possibilidades de ramificações futuras! Ou você também não está ansioso para ver Charlotte instalada na clínica de Addison e Sam?
E semana que vem tem confronto! Será que agora Violet melhora ou piora de vez?
Update: Enquanto eu escrevia essas mal traçadas linhas a legenda saiu!
