Quem podia imaginar que Addison e Sam já tinham se envolvido no passado? Ok, eles nunca chegaram a ter nada, já que Addison disse não e os dois acabaram envolvidos com os seus respectivos futuros exs. Mas, como bem questionou Sam, e se ela tivesse dito sim? Mas, como no episódio, só voltarei a essa pergunta no final dessa review.
Quando uma série amadurece e estabelece, dá-se início a um novo e interessante ciclo. É só com a certeza de uma audiência garantida que os produtores e roteiristas começam a se dar ao luxo de arquitetarem episódios-eventos, tão relembrados principalmente em séries médicas. Qual fã de ER esquece de Hell and High Water, na segunda temporada da série, quando Doug Ross se enfia no esgoto para salvar um menino? Ou, em Grey’s Anatomy, no episódio As We Know It, quando Meredith auxilia numa cirurgia em que o paciente tinha uma bomba (ou um explosivo) alojada dentro dele.
E a essa altura todo mundo já sabe, o drama só é suficientemente eficiente se afetar não só a vítima do acidente, o paciente, como também o médico. E com Private Practice não foi diferente. Addison estabeleceu uma relação até exagerada com aquela mulher grávida. Quão derrotista foi o discurso de Addie sobre não ter ninguém, enquanto sua paciente tinha marido e filho? Faltou um pouco de sutileza a Shonda Rhimes que, ainda assim, conseguiu nos entregar um episódio sensível, mas graças a outros personagens.
Charlotte parece mesmo estar dominando a série. Já não basta o fato de KaDee Strickland ser melhor atriz que Kate Walsh, ela decididamente também tem o melhor papel. Enquanto Addison flerta com o ex-marido da melhor amiga, Charlotte ganha um passado que nos ajuda a compreender melhor o porquê dela ser tão ácida, tão visivelmente “quebrada”, como diz sua colega.
E é até engraçado que, a essa altura do campeonato, Charlotte ganhe uma história como essa do seu ex-marido. Ainda não ouvi falar de uma pessoa que não goste da Dra. King, exatamente como ela é, sem precisar de justificativa. Agora que ela, de repente, ganhou um motivo para ser tão desconfiada com Cooper e todos que se aproximam, fica realmente difícil não querer elevá-la ao título de diva-mor, protagonista por excelência.
Enquanto Addison, coitada, só afunda… Tudo ia bem, ela estava conseguindo salvar aquela família e mesmo com a falta de sutileza, o roteiro ia na direção certa, fazendo até com que nós nos importassemos com os sentimentos exaltados de Addie. E, como em todo episódio catástrofe que se preze, um dos pacientes morreu, dando o final perfeito pra história… Isso, claro, se os últimos cinco minutos do episódio não tivessem acontecido.
Com o momento nostalálgico entre Addie e Sam interrompiado no começo do episódio, ficou uma certa dúvida no ar. Aquela bobagem pararia por ali ou eles acabariam voltando logo ao assunto? Pois é, depois de todo aquele drama, depois de um acidente construído basicamente para melhorar a imagem da Dra. Montgomery, ela vai e se perde novamente.
Ainda que eles tenham concluido que não terão absoultamente nada e que o momento não passou de um beijo, ainda assim terá sido errado. Onde já se viu se envolver com o ex-marido da sua melhor amiga? E olha que eu achei que ela já tinha chegado ao fundo do poço… Não é que ela podia descer mais? E não adianta esconder Naomi não, Dona Shonda, a gente lembra que ela existe, e não é porque ela se ausentou por um episódio que vamos esquecer que ela existe e achar bonitinho ver sua melhor amiga beijando seu ex-marido.
Faz assim Addison, esquece dos homens por um tempo que é melhor. Quem sabe você não aprende com a Callie (Grey’s)? Depois que ela se acertou com a Arizona sua sorte no amor mudou. Quem sabe esse também não é o seu caminho? Porque ex-namorado e, principalmente, ex-marido de melhor amiga é território proibido, e não é seguindo esse caminho que você vai voltar a ocupar um lugar importante e ser a personagem mais querida de Private Practice. Bom, pelo menos não pra mim.
Mas, o que interessa é que a série continua indo muito bem, obrigada. Se Addison continuar assim semana que vem vou simplesmente ignorá-la e elogiar todos os outros personagens… Esses sim, merecem.
