Quem acompanha o trabalho da Shonda Rhimes em Grey’s Anatomy e em Private Practice já percebeu que ela não consegue se concentrar em dois shows ao mesmo tempo. Compreendemos que é uma tarefa difícil, mas ela tem ajuda de escritores competentes.
Private Pratice começou a temporada sensacional, mas com os problemas iniciados na temporada passada resolvidos, parece que a Shonda resolveu dar atenção para Grey’s (que começou a temporada mais ou menos e agora voltou a ser ótima).
Tanto Fear of Flying como Triangles tiveram seus bons momentos, mas foram mornos. E talvez seja um problema meu; eu não consigo conectar com os pacientes da Ocean Wellness. Um ou outro captam minha atenção, mas no geral, acaba o episódio e eu nem lembro o que os médicos trataram. Isso acontece porque os casos médicos são muito independentes do que acontece na vida dos médicos. Não são casos-metáfora, são apenas casos. É mais vida real.
Embora isso não afete a qualidade da série, chega a ser triste como boas ideias já foram desperdiçadas. Esse foi o caso da moça com medo de aviões e o casal com problemas com a imigração, no 3×16. O primeiro serviu somente para unir Charlotte e Sheldon, um casal estranhíssimo – e confesso que não sei se gostei ou não. O que eu curti nisso foi ver o Sheldon tendo uma participação mais ativa. Achei que ele sumiria depois que o problema da Violet se resolvesse e, até há pouco, eu nem gostava dele. E nem vi quando comecei a gostar dele.
O segundo caso poderia ter a carga dramática melhor trabalhada. Sem apelar para lágrimas, a trama era uma ótima deixa para desenvolver melhor o relacionamento da Addison com o Sam, que é pura birra. A princípio, até pensei que o Sam estava realmente partindo para outra… até a Vanessa falar quais as especialidades médicas dela. Até o cabelo da Vanessa e da Addison estavam com uma cor parecida.
E o que foi o Cooper todo “zen”? Foi tão forçado que pareceu que nem o Paul Adelstein acreditava no que saía da boca do personagem dele.
Triangles começou com uma cena hiper fofa da Addison com o Lucas (e o Pete). Eles formam uma família linda!
Para depois mostrar cenas totalmente infantis e vergonha alheia: Sheldon e Cooper rolando pela cozinha aos socos e pontapés. Sério que eles vão ser crianças assim? Seguido do Sheldon se humilhando para a Charlotte e da Addison sendo arrogante com a Vanessa no caso da barriga de aluguel, por causa do Sam. A ruiva é maravilhosa (como profissional e como pessoa, não é à toa que a Vanessa a veja como rival), mas não precisa falar daquela forma!
Foi lindo ver que a Addison e o Sam se entenderam no final, mesmo com ela correndo de qualquer relacionamento. Pena que a Naomi viu o pequeno momento de ternura e presumiu tudo corretamente (mas meio atrasado). Mais drama em outro triângulo!
A melhor história foi o desenvolvimento do triângulo amoroso entre a Naomi, o Fife e o William, que está doente e praticamente jogando a Nay em cima do outro médico. Bem, com uma pequena intervenção do Pete, que se preocupa com a amiga. E o que o Fife vai fazer? Ter uma grande chance na carreira ou conquistar a mulher que ama? No momento, ter os dois parece ser impossível. E que fofa a cena do beijo, hein.
E como comecei a review falando dos casos médicos, é assim que terminaremos. Como o episódio é sobre “triângulos”, os casos seguiram a mesma lógica. Tivemos a menina, seu amigo imaginário e os pais (ou a menina, a mãe e o pai) e a grávida de trigêmeos, a mulher que queria ser mãe e a Addison. Os dois casos foram bem interessantes e eu gostaria de ver o desenvolvimento dos trigêmeos. Aparentemente, a barriga de aluguel irá ficar no hospital até que os bebês estejam prontos para nascer, então há uma pequena chance de voltarmos a vê-los.