É com muita dor no coração que eu digo isso: a cada dia que passa eu sinto que a melhor coisa de Private Practice é a vista da casa da Addison; aquela praia linda, com as casinhas à beira do mar. É impressionante como quando os personagens estão querendo seguir com as suas vidas, acontece alguma coisa que os puxa de volta e os faz ficarem parados no mesmo lugar.
Infelizmente, foi o que aconteceu com a Addison e Sam, Violet e Cooper e Charlotte. A Amelia e o Pete não entraram nessa roda porque, convenhamos, eles não têm para onde ir e o Sheldon é o único que parece estar vivendo a vida de uma forma saudável, saindo com a inimiga da Violet e disposto a perder a amizade da colega por causa desta infantilidade dela.
Mas confesso que eu até curti os finais felizes – mais porque indicou que este episódio chatinho estava acabando, junto com essas histórias que atrasam a vida da gente.
E como sempre, os casos médicos não foram bons o suficiente para prender a nossa atenção por muito tempo. Private Practice é construído de tal forma que fico com a impressão de que os casos estão ali somente para nos lembrar que esta é uma série médica e estes personagens são médicos trabalhando e tendo problemas pessoais (como aparentemente acontece em toda série da Shonda Rhimes). Mas, ao contrário de Grey’s Anatomy, em Los Angeles a coisa não funciona muito bem. Talvez porque não temos o clima de hospital e as emergências, mas uma clínica particular bem aconchegante, quase uma sala de estar.
É muito triste que a Addison tenha saído de Seattle, onde salvou a vida da Callie e de seu bebê, somente para ficar no pé do Sam forçando-o a querer ter um outro filho. E, com toda a cara de pau do mundo, o Sam diz que eles não discutiram a questão e que a Addison só deu um ultimato. Como assim, Bial!? Quer dizer então que só é uma discussão quando o Sam tem razão e dá a última palavra? Os dois já falaram sobre isso milhares de vezes e a ginecologista cansou de ser enrolada e bateu o pé. Inconscientemente, a Addison percebeu que o Sam não quer ter mais um filho e vai ficar nessa indecisão para sempre. Adorei demais o sermão que ela deu explicando o porquê de ela querer ter um filho enquanto ele fazia aquela cara de blasé. Amiga, larga de vez desse encosto!
Nestas horas, acho bem interessante como a Amelia funciona como a voz da razão para a turma. A caçula da clínica pode não dar a solução para os problemas, mas sempre amarra as pontas do pensamento de todo mundo – talvez por sempre estar meio por fora dos dramas. Fico feliz de vê-la participando do cotidiano da galera, mesmo que seja só por estes poucos momentos.
A Violet voltou à temporada passada quando recebeu a intimação da Katie e, naquele impulso de querer ajudar e ser amada por todo mundo, vai contra as recomendações do Pete. Coitado dele, sinto pena de como ele é maltratado na série. Ele tentou, pediu à mulher que confiasse nele como ele confiou nela ao falar com a mãe antes de morrer e não teve retribuição.
E ele ainda estava certo. Sem querer querendo, ao escrever o livro, a Violet estragou parte da vida da Katie, que estava seguindo em frente, namorando, trabalhando. Não digo que a Violet seja culpada por qualquer infortúnio que aconteceu à Katie após o livro, não acho nem que ela deva ser crucificada por isso. Mas também entendo o lado da Katie. Não é fácil querer continuar vivendo e ter sempre essa lembrança afastando todos de você. Não sei se processar e querer impedir a venda do livro seja a melhor solução.
Mas foi lindo a Katie indo até o escritório da Violet e esta tremendo de medo que algo ruim pudesse acontecer. Pelo menos, fez a psicóloga aceitar o relacionamento do Sheldon com a Marla.
Ainda tivemos o Cooper voltando a fazer birra por alguma coisa do passado da Charlotte. Juro que quase vi o personagem pulando e batendo as pernas como uma criança ao falar sobre o assunto com o Sheldon. Ver a Char e o Sheldon andando até o elevador e conversando sobre a presença da Marla na vida deles me deu uma saudade de quando eles estavam juntos!
Por mais encucado que o Cooper estivesse com a história do Billy, não tinha nada que ir atrás do cara. Ele quer tanto que a Char confie nele, mas faz essas presepadas? Sério, o que sairia de bom disso?
Fiquei com tanta raiva do Cooper por ter traído a confiança da Char e não ter esperado ela falar com ele a respeito, que a “saída do armário” do Billy passou quase despercebida. O Cooper dizer que agora a Char teve o fechamento daquele relacionamento e pode seguir em frente? Pelamor, o que ele sabe do relacionamento anterior da mulher? Se a Char quisesse e precisasse de verdade desse “fechamento”, ela mesma tinha ido atrás do Billy. Cresça, Cooper. Pena que essa atitude imbecil do Cooper ficou por isso mesmo.