Não lembro quando foi a última vez que eu ri tanto assistindo a Private Practice. Toda a empolgação do Cooper com a chegada das trigêmeas me animava junto e me fazia torcer para a Shonda não dar uma de louca e decidir colocar um drama ainda maior do que o começo do episódio já anunciava: as bebês nasceriam antes do tempo.
– Girls are awesome!
Cooper super feliz com a revelação do sexo das trigêmeas foi provavelmente a melhor frase já dita na série inteira. A reação da Charlotte foi a que eu esperava (na verdade, é a que eu espero de qualquer uma que esteja esperando meninas), mas achei que foi pelos motivos errados. A maioria dos adolescentes passam pela fase de rebeldia e dizem que odeiam os pais e qualquer um, independente do gênero, pode trair algum amigo e roubar o marido/esposa dos outros.
A grande preocupação em se ter meninas é que nós somos as mais atingidas pela cultura machista em que vivemos, sofrendo mais os efeitos de se viver em uma sociedade desigual. E a melhor educação do mundo não vai impedir que as meninas sofram algum tipo de abuso ou preconceito, já que isso acontece baseado no simples fato de elas serem do gênero feminino. Isso ficando somente na esfera cissexual, heterossexual e no fato de tanto a Charlotte quanto o Cooper serem brancos.
Como não poderia deixar de ser, o Mason sempre rouba os holofotes quando aparece. Super fofo ele perguntando para o pai se, quando as trigêmeas nascerem, o Cooper e a Char o amariam menos, porque todo mundo gosta mais de bebês. Ainda na mesma cena, ri demais do Cooper se perguntando se os filhos sofreriam bullying por estarem dividindo o mesmo quarto ao invés de eles comprarem a casa de US$ 15 milhões. Para mim, essa é uma questão muito esquisita, porque dividi o quarto com os meus irmãos pela maior parte da minha vida (e meus amigos também) e sempre invejei as famílias em filmes e seriados que têm casas e apartamentos grandes o suficiente para cada filho ter o seu quarto. Ou uma piscina.
Outro ponto importante do Cooper e da Char discutindo foi se criariam os filhos sob alguma religião. Eles não chegaram a nenhuma conclusão, mas é um assunto importante quando se vai procriar e, dependendo de como você encara essa questão, é mais relevante ainda quando se decide casar. Claro que isso não garante que os filhos vão crescer seguindo os preceitos da religião escolhida pelos pais, mas é uma tentativa se a pessoa acha que isso é essencial para a vida de alguém.
Mas a melhor cena foi a Char na loja de artigos para bebês sendo sarcástica com a vendedora. Com três bebês é meio complicado levar todos no braço.
Paralelamente a isso, tivemos a Violet com uma paciente e colega de terapia tendo que tirar a namorada dos aparelhos. Nunca é fácil tomar essa decisão, mas temos que fazer as coisas para o bem dos outros. Por mais que tenha sido uma história bonita, achei que foi mais para que o episódio não ficasse tão focado no Cooper e com um tema só.
Fora da história em si, gostei muito de como a história do 6×08 foi contada, com as semanas passando e as frutas e legumes aumentando de acordo com o tamanho dos bebês e com o Cooper conversando com a câmera, expressando o que sentia em vários momentos. Esse tipo de narrativa deu um tom intimista e se encaixou muito bem no episódio.
Fiquei pensando se o fato de todo mundo na clínica saber da gravidez da Char menos o Sheldon vai ser abordado no episódio desta semana, que focará no terapeuta. Por mais que você seja adulto e maduro, é uma situação esquisita ser o último a saber de alguma notícia tão importante, embora isso só se torna algo se a gente dá muita atenção a isso.
