Um episódio focado no Sheldon só poderia ser bom. Mas não esperava que fosse tão emocionante, tão perfeitinho. Private Practice acertou em cheio ao fazer episódios focados em cada personagem ao invés de espalhar as tramas pela temporada. Assim, o roteiro conseguiu trabalhar melhor o que estava desenvolvendo, dando um fim (ou algo bem perto disso) para elas, sem deixar um ou outro personagem de lado.
E também ficou claro que a Shonda já tinha toda a temporada bem amarradinha desde o começo.
Era óbvio que este episódio seria sobre o câncer do Sheldon, que deixou a agressividade de lado e começou a aceitar que está doente e precisa de tratamento. Só achei que faltou um pedido de desculpas para o Sam, por ter praticamente culpado o médico por ter câncer.
Foi extremamente linda a amizade entre o Sheldon e a Miranda se desenvolveu (e eles têm uma química ótima), desde o jeito atrapalhado com as roupas do exame e aquele desconforto inicial que sentimos quando conversamos casualmente com um desconhecido em uma sala de espera, a aproximação pelas cadeiras e o relacionamento de verdade. Uma coisa que todos nós esperamos de Private Practice é que os personagens sejam felizes para sempre e depois do banho de água fria que levou da Laura e as tentativas frustradas com a Amelia, o Sheldon merecia uma companheira.
O meu lado nerd gostou muito de terem colocado a sala de exames quase como se fosse uma nave espacial e o Sheldon estivesse investigando outros mundos, em uma espécie de metáfora de um astronauta sozinho no espaço, que pode ser apavorante ou maravilhoso dependendo do seu estado de espírito.
Junto com isso, tivemos uma mudança em como o Sheldon está encarando o câncer e a participação da Miranda nesse processo. Era ali que ele podia expressar seus sentimentos livremente, porque na clínica, estava mais ocupado em disfarçar a doença – o que explica ele não ter percebido a gravidez da Charlotte, que estava aparente quando o casal decidiu tornar oficial para os colegas e o fato de ele ter sentado em uma mesa paralela à dos colegas nos dois episódios.
Meu coração se partiu quando o Sheldon chegou na clínica e não viu a Miranda; também pensei que ela tivesse morrido.
Sobre o Nick, fiquei com sentimentos ambíguos o tempo todo. Vendo o Sheldon conversar com a psiquiatra dele e as consultas com o Nick, comecei a torcer para que ele estivesse errado e a Sarah estivesse com outra pessoa. Por um lado, eu tinha gostado do Nick e estava torcendo para que ele não se tornasse um pedófilo, que pudesse superar isso e a Sarah estivesse com o cara que foi preso. Por outro, fazia sentido ele ter encontrado a menina.
Era de se desconfiar que, quase que do nada, o Nick aparecesse feliz na clínica dizendo que está em um relacionamento com uma pessoa adulta. Ele passou de um suicida a uma pessoa extremamente contente com a vida em um tempo muito curto para que não tenha acontecido algo mais grave. Mas ainda bem que o sequestro da Sarah terminou com um final muito feliz.
Um momento curtinho, mas adorável foi o Sheldon com a Char e o Mason. Queria muito que ele contasse para a Char o que está acontecendo com ele, era o momento perfeito. De todos na clínica, ela seria a única pessoa que não olharia para ele como se ele fosse o “cara com câncer”. E a Amelia provavelmente faria uma piada de humor negro para quebrar o clima.
Antes de encerrar a review, preciso dizer que adorei a participação da Kathy Baker como a psiquiatra do Sheldon. Ela passou uma boa aura de pessoa culta, inteligente, que sabe o que questionar dos pacientes e como isso ajudou o Sheldon. Me deu saudades da ótima In Treatment, que mostrava o dia-a-dia de um psicólogo, com os pacientes e em sua própria consulta.
