“Não há nada como a justiça, dentro ou fora do tribunal. Talvez porque a justiça tenha um significado equivocado que, no fim, é decidido por 20 pessoas. Pessoas com suas próprias experiências, preconceitos, sentimentos que definem certo e errado. Por isso, quando o sistema falha conosco, devemos ir atrás de nossa própria justiça.” Thorne, Emily.
Somente agora, depois da estreia de Avenida Brasil, é que me dei conta da intensidade do personagem principal de Revenge. Aliás, de todos os personagens desta série. A verdadeira filha de David Clarke é fria, meticulosa, insensível e focada no único objetivo de vingar a morte do pai. Já disse por aqui várias vezes que não acredito que ela ame Daniel, e torço pelo dia em que Jack vai atingi-la, deixando-a vulnerável, mas independente disso, é preciso reconhecer que ela consegue administrar (muito) bem seus sentimentos, sejam eles em relação à Daniel ou em relação à Jack.
Emily é tão centrada que sempre dá um jeito de virar a situação em seu favor. Usar o capanga de Victoria foi uma ideia genial!! Nem pensei que o veríamos novamente, ou que ele pudesse ser tão útil aos planos dela. A situação de Daniel é muito delicada, todas as suspeitas recaem sobre ele e, a menos que alguém descobrisse que na verdade, na noite do crime, haviam mais pessoas na praia, é difícil provar sua inocência. Ninguém sabe de Takeda, Victoria duvida de Amanda (mas porque quer incriminá-la e não porque sabe alguma coisa concreta) e Charlotte e Declan viram um homem bem parecido com Jack. Ou seja, com um cenário desse, o advogado teria que fazer milagre para uma absolvição.
E aí Revenge nos surpreende com uma saída narrativa incrível ao culpar o capanga de Victoria, inocentar Daniel e desviar a atenção de Jack. Lógico que isso provocou alguns efeitos colaterais – o fim da relação de Declan e Charlotte, por exemplo – mas é um preço pequeno a se pagar, né?
Não entendi por que o Conrad foi atrás do affair de Victoria se ele não a suporta e não tem intenção de seguir com esse casamento. Também não vi muito objetivo na entrada deste personagem senão me fazer entender um pouco mais de Victoria. Cheguei a conclusão de que ela não é capaz de amar ninguém. Ela ama o fato de ser amada, admirada e desejada, acho que no fundo ela queria se sentir assim com Conrad e nunca foi possível (ou ela não queria nem sequer ter se casado). E por conta disso, o amor dela pelo filho é exagerado e o sufoca mais do que tudo.
Nunca pensei que diria isso, mas Daniel parece ser o mais prejudicado em toda essa trama de intrigas e mentiras, porque se olharmos bem, a brincadeira de Victoria e Emily sempre o afeta (mais que os outros) de alguma maneira. Por um segundo pensei que ele ia se matar na cadeia depois de toda aquela cena de ciúme por causa do Jack. Mas se não foi dessa vez, será quando ele descobrir que nem a mãe presta e, muito menos, a noiva.
E vou ficar do lado de Daniel, também acharia estranho ver Emily sentada ao lado de Jack no tribunal, afinal, o irmão dele era a testemunha principal da acusação, realmente não faz sentido. Somado a isso, há todo um passado de uma “guerra fria” pelo amor de Emily, então, Daniel tinha toda razão de ficar enciumado. A desculpa que ela deu, no entanto, destruiu qualquer dúvida que isso pudesse criar, além de agradar Victoria.
Deu dó também da Charlotte, a menina até se sai bem com uma família dessa e não foi justo perder o namorado, o único que a mantinha sã.
Justiça ainda não foi feita. Parei de cogitar o que vai acontecer daqui pra frente, mas de uma coisa eu sei, este roteiro está lindo demais. Tento procurar, mas não acho nenhuma falha na trama.
Estamos chegando ao final, pessoal. Qual justiça Revenge vai nos apresentar?
