Ai, ai Ringer.
Semana passada, eu disse aqui que acreditava na melhora da série e é com muita alegria que eu constatei que não estava enganado. Não que o episódio dessa semana tenha sido um primor, não. Mas eu consegui enxergar uma qualidade maior em comparação ao piloto, mesmo que ela continue cometendo erros bizarros que não, eu não consigo deixar passar. Talvez se eu assistisse à série com meu sensor crítico desligado, provavelmente os ignoraria – até me divertiria um bocado – e seguiria feliz. Mas eu não consigo.
Primeiro, vamos ao “ajuste de contas”. Perceberam que aqueles cortes surgidos do nada iriam levar a lugar nenhum e a edição de She’s Running Everything estava no tom correto. Sem pressa, sem correria, transpassando de uma cena a outra no ritmo que se deve ser, o que tornou a trama bem mais fácil de ser acompanhada. O corte para os flashbacks também foi feito corretamente e até mesmo um desses momentos, que trazia Bridget e Siobhan juntas, não foi nem de longe tão vergonhoso como no piloto.
Outra coisa que eu consegui ver ascendente: Sarah Michelle Gellar. Eu já tinha gostado da atuação dela no episódio passado, mesmo achando a Siobhan um tanto quanto artificial, mas aqui – nos poucos momentos em que ela apareceu como a gêmea má – ela estava mais firme, mais convincente, tanto quanto Shiv quanto como Bridget. O olhar que ela dá à segunda transmite toda a complexidade da confusão que se instaurou na cabeça da gêmea boa. Acho que não vai demorar muito pra que desconfiem da troca e já tenho meu palpite de quem vai ser o primeiro: Victor Machado.
Pelos momentos em que ele conversou com “Siobhan” nesse episódio, deu pra ver que o cara não é burro. Basta uma investigação aqui e outra ali e ele com certeza soma dois mais dois. O fato da Bridget estar sempre ligando pro Malcolm pode acabar ajudando nisso. Rastrear uma ligação é tão fácil hoje em dia que eu tenho certeza que assim que o Machado desconfiar de uma ligação maior do Malcolm com a Bridget, ele fará isso.
Outra coisa bacana do episódio foi ver como a Bridget já está começando a interferir na desconfigurada família da Siobhan. A cena dela com a Juliet no banheiro foi altamente clichê, mas como eu disse nas primeiras impressões, tenho consciência de que Ringer vai usar e abusar de todos os clichês que a história suporta e isso não me incomoda. A cena ser rodada ao som de Everything (música mais tocada da história da CW… 3 em Smallville, 1 em One Tree Hill e agora aqui – e uma das mais lindas do mundo) ajudou muito, claro. O carinho da enteada ela já começou a conquistar… Daí pra ela se apaixonar pelo Andrew, é um pulo!
A inserção da tal Olivia na história reforça isso. Ficou claro e escancarado que ela meio que se jogava pra cima do Andrew e não tem uma relação nem um pouco boa com a Siobhan – o que a Bridget certamente acabará herdando. Consigo prever brigas futuras das duas. Pensei até que ela pode ser uma das primeiras a descobrir a farsa da gravidez. Bom, isso é uma coisa que eu estou realmente curioso pra ver como vai se resolver… Será se a Bridget vai chegar ao ponto de usar uma barriga falsa? Eu acho que nem vão levar isso tão adiante, mas vamos ver…
Também gostei dos flashbacks. Acredito que eles serão uma constante nos episódios e vai ser bacana reconstruir a história das duas e – quem sabe – entender porque a Siobhan fugiu e o que ela realmente quer. A cena final dela em Paris foi ótima e quero só ver como ela vai se virar agora que está com as contas zeradas.
E isso nos leva a primeira ressalva do episódio.
Ok que a Siobhan pareceu ter toda uma intimidade com o gerente do banco, mas sacar TODO o dinheiro da conta do nada e nem assim parecer suspeita? Sei lá, pra mim acabou sendo inverossímil demais. Talvez isso acabe fazendo sentido mais adiante, se conhecermos a relação da outra gêmea com o personagem, mas por agora, foi estranho. E sem contar a Bridget andando com aquela bolsa abarrotada de dinheiro pra cima e pra baixo!
Contudo, bizarra mesmo foi toda a coisa do baú. Ok, eu consigo aceitar que a Bridget matou um cara e, na urgência por causa da festa que seria no local, escondeu o corpo no baú. Mas daí a comprar a idéia de que, de alguma maneira, o sangue do cara acabou “vazando” para fora praticamente 24 horas depois da morte é demais. Se o sangue já estivesse ali desde quando ela escondeu o corpo, não estaria fresco – o que deu pra ver que estava quando ela limpou com o guardanapo. E eu não faço medicina – muito pelo contrário, bem distante disso – , mas acredito que quase um dia depois do tiro , o sangue já deveria estar coagulado, ressecado ou coisa do tipo. E sem contar que o corpo estava enrolado em algum tipo de material.
São errinhos que alguns podem achar bobos, mas que quando eu coloco na balança, acabam pensando. Simpatizo com Ringer, torço para que a série só melhore e por isso mesmo acho que falta um maior cuidado com os detalhes. Porque, mesmo pra CW, tem coisas que são tão bizarras que dão vergonha. Mas eu tô curioso pra saber quem sumiu com o corpo – e, principalmente, o porquê. Vamos seguindo.
PS. Podiam dar um destaque maior pro Henry… O Kris e a Sarah tem uma química ótima!
PS². Postaram isso aqui nos comentários passados e eu tinha que compartilhar…
