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Ringer – 1×04 It’s Gonna Kill Me, But I’ll Do It

Por: em 6 de outubro de 2011

Ringer – 1×04 It’s Gonna Kill Me, But I’ll Do It

Por: em

Ringer continua brega e novelística. E eu só fico cada dia mais apaixonado. A série, assim como Revenge, se destaca entre as demais da fall season não por qualidade, roteiro ou nada do tipo, mas por se propor a contar uma história que se aproxima em muito das que estamos acostumados a ver nas novelas por aqui. Ringer tem cara de novela, tem ritmo de novela, tem plot de novela e, inclusive, defeitos de novela. It’s Gonna Kill Me, But I’ll Do It foi conceitualmente mais simples do que os seus antecessores – se dispôs a contar uma trama aparentemente comum e corriqueira – mas acabou sendo superior a eles.

O recurso usado no começou do episódio não me pegou. Era tão óbvio que aquilo não passava de um sonho da Bridget que chegou a irritar a tentativa falha dos roteiristas em criar uma situação de tensão. Mas ok, a gente perdoa porque foi engraçado ver Sarah Michelle Gellar transformada em zumbi, no melhor estilo The Walking Dead, né?! O que está começando a me irritar já é que ninguém nem ao menos desconfie da troca das gêmeas. Claro que ninguém da família da Siobhan sabia da existência da Bridget, mas ainda assim, pelo menos notar algo de diferente já era esperado. Ela comeu o pedaço de carne (depois de três anos em que a Siobhan não o fazia) e todo mundo aceitou na maior naturalidade do mundo, sem contar a simpatia demasiada e a distribuição de sorrisos.

O Andrew eu até entendo, porque deve ser mil vezes mais confortável você aceitar que sua mulher passou a se importar com você da noite para o dia do que cogitar a possibilidade dela ser outra pessoa. E, como esperado, a Bridget está começando a se interessar pelo marido da irmã e o Henry foi o primeiro a perceber isso, quando disse que ela olhava para o Andrew “da maneira que costumava olhar para ele”.

Uma coisa que eu achava era que o Henry seria amante da Siobhan apenas por uma banalidade, mas dá pra ver o que ele sente é sincero. A cena em que ele diz que irá se afastar para que ela possa ser feliz com o marido prova isso, além do flashback dos dois. E ele foi a única pessoa que percebeu a mudança brusca na atitude da “Siobhan”. De certa forma, isso é interessante por fugir um pouco do status comum das relações extraconjugais, que é simplesmente fugir da rotina do casamento.

Juntar os quatro personagens em um mesmo local foi uma boa decisão. Diversas séries usam de algum recurso de tipo – especialmente com episódios retratando fins de semana, como esse – e ele quase sempre funciona, por deixar os mesmos presos àquele território, tornando qualquer descoberta – como as duas que a Gemma fez aqui – astronômica e potencialmente perigosa. Eu tinha visto o promo do episódio passado e a cena em que ela dá um tapa na cara da Bridget, mas fiquei mesmo me perguntando se ela descobriria o (agora ex) caso do marido com sua melhor amiga. Achava que era rápido demais para a série seguir por esse caminho, mas os roteiristas optaram por não enrolar mais com isso e eu agradeço.

Não faço ideia do que ela irá fazer, mas acho que, no fim das contas, acabará sendo uma aliada da Bridget. Pro Henry, é claro que a história vai ser bem diferente e se os dois já estavam às turras antes dela descobrir que o caso dele era com a Siobhan, imagina agora? Pensando a longo prazo (e supondo que a série sobreviva, claro), o cenário mais interessante que esse plot abre é com uma eventual volta da Siobhan, sem ter noção alguma de que a melhor amiga já descobriu tudo.

Outro que com certeza está a um passo de descobrir sobre a troca é o agente Machado. Na verdade, eu não sei como ele ainda não se tocou disso. Quando ele teve acesso à gravação da Bridget pedindo ajuda no barco, eu imaginei que ele sacaria logo tudo, somando isso com as imagens da “Siobhan” pegando a bolsa da irmã na rodoviária (?) em que ela estava guardada. Mas agora, ele também viu as ligações para o Malcolm. A partir daí, é um pulo. Eu só achei bizarro o agente contar pra Gemma que a Siobhan tinha uma irmã gêmea. Sigilo profissional que é bom, nada né?

A Bridget assumiu a vida da irmã pra fugir da sua própria, mas vem ficando claro com o desenrolar da história que ela está cada vez mais a vontade nesse novo mundo. A cena dela queimando suas coisas na praia foi bem interessante e serviu para mostrar isso com clareza. Cada vez mais ela deixa de ser Bridget Kelly para ser Siobhan Martin.

O recurso dos flashbacks foi bem usado mais uma vez. Foi bacana ver como as irmãs eram cúmplices quando crianças e como a Siobhan não é uma pessoa tão ruim quanto aparenta, sendo capaz de admitir em uma carta que sentia saudades da irmã e mostrando sentir ao menos alguma coisa pelo Henry. Toda a situação do colar acabou bem mais interessante do que parecia ser no começo – e não podemos esquecer que foi, indiretamente, por causa disso que a Gemma descobriu a traição do marido.

O que eu realmente não faço a mínima ideia é do plano da Siobhan verdadeira, que está linda e loira em Paris – e sem dinheiro, graças a Bridget. Desde o começo, ficou claro que ela seduziu o tal do Tyler com o interesse claro de que ele pagasse suas despesas e de conseguir acesso aos papéis que dizem respeito as empresas do Andrew. Se eu tivesse que arriscar um palpite, diria que ela quer roubar o dinheiro do marido.

Pela promo, o próximo episódio promete:

 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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