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Shameless – 1×02 Frank the Plank

Por: em 20 de janeiro de 2011

Shameless – 1×02 Frank the Plank

Por: em

Em seu segundo episódio, ainda bastante parecido com sua versão original, Shameless US não deixa a desejar e mostra mais do patriarca dos Gallagher em uma história impossível de não rir.

Não tem como não se apegar a Shameless. A série não força a barra quando se trata de mostrar personagens carismáticos e situações deliciosas de acompanhar, seja de extremo exagero cômico ou de de olhares dramáticos. Só o começo desse episódio já foi motivo de riso. Que série mostra uma família tão disfuncional, tão diferente, engraçada e cheia de problemas? Ok, a versão britânica de Shameless mostra, mas vamos esquecer disso, afinal, é da americana que se trata minhas reviews e é com ela que já estou apaixonado com apenas dois episódios. Um banheiro!! Em um cenário tão comum no nosso dia-a-dia os Gallaghers fazem de tudo…aliás, não só eles…Steve, Veronica, Kev e Karen também passaram por lá. Fazer sexo, se masturbar, enrolar seu irmão em papel higiênico, dar aquela fumada básica, escovar os dentes com a água da privada, molhar um bicho de pelúcia e por que não…dormir (ok, só agora fui perceber que não é uma cena comum e sim a abertura, o que é mais genial ainda).

Esse segundo episódio foi mais divertido que o primeiro. Claro, tivemos cenas muito boas com Fiona, Frank e Ian. Mesmo muitos achando o contrário eu adoro a escolha de William H. Macy como Frank. O cara é um traste completo, mas isso é o que faz dele genial. Macy, ao invés do que achavam, consegue fazer com que odiemos Frank. Claro, o personagem é sensacional e divertido, mas analisando como pessoa, Frank não vale nada; não tem um pingo de simpatia pelos filhos; nunca ajudou a pagar nada, quanto mais educar; e ainda se aproveita das pessoas mais frágeis para conseguir banho quente e uma boa comida e casa longe de seis crianças, mesmo que para isso ele precise aguentar um grande consolo estando algemado!! Aliás, comentei sobre ter achado Joan Cusack um pouco exagerada e mesmo não mudando a atuação como Sheila nesse segundo episódio, ela foi simplesmente perfeita. Eu ria de todas as caretas e tiques de Sheila devido de sua agorafobia. Claro, não estou dizendo que ri da doença, mas sim da maneira que Cusack interpreta. E não fugiu da personagem o fato de gostar de um sexo diferente, afinal, ela sempre foi totalmente reprimida e quando tem a chance de se soltar, aí é que o bicho pega. Fico muito feliz que Frank esteja morando com ela, pois isso significa mais de Cusack e não poderia pedir por melhor.

Mas isso que comentei foi a 2ª parte do episódio, após trazerem Frank do Canadá (sério, ele dentro daquele espaçozinho no trailer foi sensacional). Frank explodiu e desabafou todos os problemas que teve com as crianças, mesmo que seja tudo mentira, porque em nenhum momento ele sequer quis ter responsabilidade. Como Fiona disse, as crianças são bem mais dela do que dele. São apenas biologicamente deles (nem todos, né Liam). Aliás, Emmy Rossum continuou dando show em cada cena. Apesar de todos os problemas, Fiona ama o pai e óbvio que o que Steve fez é inesquecível. O cara deixou o pai da nova namorada abandonado em outro país!! E nem lá Frank sossegou…xingou os canadenses até não poder mais. Mesmo não querendo ver essa trama de relacionamento de novela, é fato que toda série tem isso. Fiona deve sair com o amigo policial, (sério, esse cara é muito gente boa com tudo que ele vê a família e os vizinhos fazerem e não relata ninguém) incitar a raiva de Steve e depois voltar para ele. Caso feito de uma maneira interessante, valerá a pena de qualquer forma. Também entendo Fiona. Quem não iria desconfiar? Do nada, um cara se diz apaixonado por você, mesmo você tendo essa vida totalmente estranha e uma família anormal, e ele lhe dá máquina de lavar e até um carro de presente. Em troca de que? Será que Steve é tão altruísta assim? Penso que sim, afinal, ele sabe que só conseguirá o amor de Fiona e a amizade dos irmãos e vizinhos, pois dinheiro e qualquer outra coisa eles não tem.

Quanto a 1ª parte do episódio que focou no desaparecimento de Frank, foi mais dramática, mas mesmo assim ótima. Desde o começo com Frank sendo atacado pelo pai de Karen e descontando a raiva em Ian, até as buscas pelo patriarca, tudo foi muito bem feito. Ian teve menos espaço, mas só nas poucas cenas que apareceu, Cameron Monaghan mandou bem, enquanto Jeremy Allen White, como Lip, foi fantástico em cena. Ele faz um tipo de que não liga para o que acontece em volta, mas sabemos que é bem o contrário. Enfrentou o pai quando o seguiu de bicicleta e defendeu o irmão Ian. Aqui a família se mostra como realmente é. Mesmo sendo abandonados e tratados daquela maneira por Frank, todos se desesperaram e não imaginavam uma vida sem ele. A felicidade de todos quando viram que o morto não era Frank foi auto explicativa. Eles aceitam Frank do jeito que for, desde que ele não haja da forma como fez com Ian. Debbie que o diga. Emma Kenney é pequena, mas sabe mostrar a que veio. O que foram cenas como ela pegando uma panela para defender o pai de Steve, e o desespero quando soube alguém havia morrido nas redondezas? Ela precisa de uma figura masculina, ela quer ser amada e apesar de Frank ter pegado mais leve com Debbie, o cara não presta e nem tem paciência.

Mas uma das coisas que mais gostei é perceber que Shameless não tem escrúpulos. E nisso entram os fantásticos vizinhos Kev e Veronica. Sério, já sou apaixonado por Shanola Hampton e sua ótima atuação. Cenas como Fiona conversando normalmente com a amiga enquanto ela estava de pernas para cima em um sexo selvagem com Kev acabam com qualquer tentativa de politicamente correto. E nem é isso que a série quer e nem era o que eu esperava de Shameless. Outra cena que preciso comentar é do “trabalho” de Veronica passando roupa nua para usuários da internet…e ela nem para o trabalho enquanto conversa com Fiona, Steve e Ian. É isso que eu gosto em Shameless, a ousadia sem ser apelativa e sem se apoiar nela para que a série dê certo. É apenas um “que” a mais da série. Veronica e Kev tem muito mais para oferecer e a química dos dois é ótima, brigando e se amando o tempo todo. E claro, o que mais gosto nela é que assim como Fiona, ela é uma segunda mãe para as crianças Gallaghers.

O que realmente me chama atenção é a família reunida. Assistindo televisão ou desesperados procurando pelo seu pai. Eles se amam, se respeitam e cuidam uns dos outros. Vai dizer que você não estava louco para ver TV com aquela galera divertida? Nem precisaria comentar, mas não tem como não falar da excelente fotografia, evidente nas cenas no Canadá e do passeio de Frank com Lip, assim como a fantástica trilha sonora que deu show durante o episódios inteiro.

Enquanto Shameless continuar mostrando tudo isso que comentei nessa review, não tem porque não amar essa série.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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