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Shameless – 1×08 It’s Time to Kill the Turtle

Por: em 5 de março de 2011

Shameless – 1×08 It’s Time to Kill the Turtle

Por: em

Pela primeira vez desde o episódio 1×04, não tenho nada para reclamar de um episódio de Shameless. It’s Time to Kill the Turtle me fez rir, lacrimejar, soube divertir o telespectador durante toda a duração com o que tem de melhor a apresentar. E se isso não fosse o bastante, comemoremos a renovação da série para a 2ª temporada. Pois é, teremos os Gallagher por mais um ano!!

Não é fácil para uma série com tantos personagens apresentar um episódio em que todos tenham, se não a mesma duração em cena, tramas igualmente interessantes. Esse episódio conseguiu fazer isso com maestria, sobrando tempo e espaço para alguns recorrentes aparecerem. A simples ideia de Frank parar de beber para ganhar três mil reais conseguiu juntar a maioria dos personagens em uma avalanche de tramas, cada qual com sua importância. Semana passada comentei sobre como a família resolveu ajudar o patriarca tão facilmente depois dele aparecer com Karen na reunião de pais. O mesmo aconteceu aqui, mas foi muito melhor desenvolvido e crível. Fiona já não liga para isso, ela sabe que o pai vai voltar a beber e abandonar os filhos, e nem posso julgá-la dizendo que faltou maturidade para mandar o pai embora antes dos irmão se machucarem. Não posso simplesmente por tudo que ela estava passando durante o episódio. Mesmo o pai agindo de forma errada, ele ajudou a tomar conta das crianças, permitindo que ela se preocupasse com as contas da família e seu salário atrasado. Vê-la se sujeitar a trabalhar naquele bar foi tremendamente difícil, e mais uma vez Emmy Rossum prova que Dragon Ball foi só uma pedra no meio de seu caminho como atriz. Preciso ressaltar a cena em que ela chega em casa e desaba na cozinha na frente de Lip…Rossum deu show.

Cada episódio que passa fico mas fã de Lip. Ele sempre teve o cérebro mais evoluído da família, só usava para se dar bem de forma ilegal. A ideia dele ir para a faculdade é muito boa, e prova que nem todos serão “estragados” pela vida diferenciada. O que me fez gostar dele mais ainda são duas coisas: 1) O fato de estar cansando de Karen no quesito de tê-la como namorada séria e sim apenas como diversão. Porque isso era justamente o que ela vinha fazendo e quando o feitiço se volta contra o feiticeiro nunca é legal, então Karen pode acabar se tornando uma pessoa melhor. Não que ele não goste dela, só está chateado com as ações da “namorada” nas últimas semanas…e 2) Que o episódio conseguiu transformá-lo no Gallagher mais maduro. Lip aprendeu com o passado. O que lhe faltou quando criança, que foi Fiona lhe dar um toque sobre o pai o abandonar quando voltasse a beber, ele fez com Debbie e Carl. Gosto de como a série mostra que Fiona não é perfeita, e apesar de deixar a família unida, faltou com os irmãos de vez em quando. E isso não diminui a personagem, do contrário, a aproxima cada vez mais da realidade.

Mas voltando ao Lip, a conversa dele com Debbie e Carl no boliche foi fantástica. Ele tentando explicar usando a história da tartaruga Walter me emocionou e ainda fez esclarecer o que os dois menores pensam do pai. Carl é alheio a sentimentos, então não acabaria decepcionado. Para ele tanto fez e tanto faz. Claro, é muito legal com Frank sóbrio, mas ele tem os bonecos para derreter e destruir caso esteja sozinho. Já Debbie mostrou o quão madura é, mesmo que sofra de uma forma ou outra. Ela sabe que o pai voltaria a beber, e antes que a decepção fosse grande demais, decidiu ajudar a transformá-lo no bom e velho bêbado de sempre. Frank é desse jeito e mesmo valendo três mil reais, ele só acabaria machucando ainda mais sua própria família. Não só a família, mas também Sheila. A personagem teve menos espaço esse episódio, mas isso não impede que Joan Cusack brilhe, afinal o que foi a cena dela dançando para entreter Frank? Eu simplesmente não consegui parar de rir!! Bêbado ou não, Frank é necessário e eu me divirto com o personagem. Adorei acompanhar a diversão da família correndo pela casa e ver uma versão paternal de Frank, com ele fazendo panquecas em forma de Mickey e lendo para os filhos, além de tocar piano muito bem.

Ainda nessa mistura de tramas, tivemos a grande surpresa, ou não, sobre a verdadeira vida de Steve…Jimmy, na verdade. Depois dessa, não sei mesmo qual é a dele. Ele tem uma família bem rica que mora em Detroit; um irmão médico com três filhos; uma namorada, só não sei se ela é tal da Candace ou quem sabe sua mãe; e diz fazer faculdade em Michigan. Não contar para sua família que ele é um ladrão de carros e vive com uma família disfuncional tudo bem, até vai, mas para não contar para Fiona suas verdadeiras origens é porque tem muito mais coisas na história. Não seria simplesmente devido a namorada ou vergonha de sua família rica, até porque isso não faz muito sentido. Porém, Shameless conseguiu aguçar minha curiosidade e espero ansioso para saber mais da família de Steve e dos motivos por trás da mentira.

Um pouco fora da história principal do episódio ainda tivemos Ian e seu romance com Mickey. Pensei que o garoto iria agir como um Karofsky de Glee: fingir que nada aconteceu e nunca mais dar o braço a torcer, mas a série nos surpreende novamente ao mostrar que ele ainda quer bastante de Ian para si e só nesse episódio os dois tiveram outros dois encontros. Novamente comento a preocupação no modo de agir quando Mandy souber da situação. Os três jogando vídeo game todos amigos foi uma cena bem legal e Ian está mais feliz do que nunca quando o assunto é sua vida emocional e sexual. Ele não quer mais o pateta do Kash, que agora livre das obrigações sexuais com Linda, deseja voltar para os braços de Ian. Ele é um garoto esperto, mas não deixa de ser um adolescente e os hormônios acabam falando mais alto, como correr o risco de ser pego por Mandy e até contar para ela que está tendo relações com outro garoto. Ela não é burra, afinal a desculpa que Ian deu do tal cara não ser assumido entra em contraste com ela saber de Kash, que também não é assumido, mas isso não impediu de Ian contar a ela. O único ponto negativo dessa ótima história é que Ian não passa mais tanto tempo com a família.

Terminando os plots, tivemos a parte de Veronica e Kev. Eu sou simplesmente apaixonado pelo casal e esse episódio novamente me surpreendeu. Eu pensei que Kev iria acabar aproveitando um pouco da filha adotiva e que Veronica iria achar errado, mas foi justamente o contrário. Não teve como não rir quando Ethel apareceu na porta dos vizinhos. Gostei ainda mais porque Big Love é uma das minhas séries preferidas e trata de mórmons fundamentalistas praticantes da poligamia, justamente o que Ethel é. No decorrer do episódio foi triste acompanhar sua vontade de ajudar e saber de sua história de vida. Imaginem ter 13 anos, um filho com um homem de 65, ter irmãs-esposas e ser obrigada a fazer trabalhos domésticos porque sua religião diz que esse é o caminho para o paraíso? Shameless trabalhou o assunto de forma rápida e eficaz, porque é realmente delicado lidar com esse tipo de polêmica. O interessante foi ver Kev enfrentando Veronica e querendo ficar com Ethel e ser um bom pai, para que ela não caia nas mãos erradas e seja tratada como objeto, afinal, ela até se ofereceu para ele, mas não de forma promíscua e sim porque foi educada dessa maneira.

Shameless apresentou um ótimo episódio conseguindo dar espaço para todos os seus personagens e nos deixa cada vez mais curiosos para saber o que vem pela frente. São episódios assim que fazem eu me apaixonar cada vez mais pela série.

P.S.1: Doutora: “In my whole career, I’ve never seen such a spectacular display of alcoholism.” Frank: “Thank you.”

P.S.2: Frank: “Mars, Venus, Earth, Mercury, Jupiter…Martians…Pluto, Pluto…Pluto? It’s not even a goddamn planet anymore! It got demoted…just like St. Christopher.”

P.S.3: ♪ Just walk away, walk out the door. Just turn around now. ‘Cause you’re not welcome anymore. Weren’t you the one who tried to hurt me with good-bye? Did you think I’d crumble? Did you think I’d lay down and die? Hey, hey, hey ♪


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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