E essa semana voltou Skins, a mais ousada, desbocada, descolada e melhor série adolescente do mundo. Hm, melhor? Será?

Há 3 anos, quando surgiu, Skins com certeza era. Criativa, diferente e com um elenco pra lá de carismático, com o hedonista Tony, o desajustado Syd, a confusa Michelle, o divertido Anwar e a problemática Cassie, entre outros. Todos jovens reais, com as dúvidas da idade e os erros também. Claro, o sexo e drogas eram constantes na vida desses amigos, mas serviam apenas para pontuar os ótimos roteiros.

Ano passado rolou uma mudança e só ficaram em Skins a Effie, irmã mais nova de Tony e Pandora, sua melhor amiga. E foram deixados de lado os grandes personagens do começo e, principalmente, a grande qualidade da série.

Afinal, agora o sexo e as drogas que citei ali em cima não são mais apenas elementos presentes na trama, eles são a trama. E ao invés de serem jovens que erram por serem jovens, mas que nem sempre fazem por mal, os novos personagens são verdadeiros FDPs, que o tempo todo traem, sacaneiam e ferram com a vida dos seus próximos. O Cook podia ser o bad boy que só faz m… mas que tem carisma, só que não. Ele só consegue ser o escroto detestável. O Fred é um frouxo. E o JJ, que tinha potencial pra ser o novo Syd, é desperdiçado e relegado a um segundo plano.

Mas com a capacidade dos roteiristas, havia esperanças para essa 4ª temporada. Havia.

Isso porque logo de cara a série parece não ter reencontrado seu rumo, mesmo tendo seu primeiro episódio focado num dos poucos personagens carismáticos da temporada passada e o único ser humano minimamente decente do grupo de colegas: Thomas.

Logo no começo vemos uma garota chapada se matando na boate onde todos estão e onde Thomas trabalha. Subornado por seu chefe para não abrir a boca sobre as irregularidades do local à polícia, ele começa a enfrentar um dilema moral e a repensar suas amizades, principalmente depois de ser pressionado pela mãe e de se aproximar da igreja.

No caso da mãe, ela que era a mais errada e intolerante com ele, mas a proximidade com o pastor (mesmo que motivada pela paixonite pela filha dele) realmente soou natural e foi uma das poucas coisas legais do episódio. A melhor cena foi a dele e Andrea cantando com as crianças na casa dela. A piada nessa cena sobre americanas foi excelente também.

E ele errou depois? Claro! Mas aí é natural da juventude, foi sem pensar, e não por maldade, ao contrário do que essa nova turma de Skins costuma fazer. Mas ironicamente, com ele aconteceu o pior: perdeu a namorada (culpa da língua venenosa e dos conselhos da Effie, que só não me cansou de vez porque é linda demais) e ainda foi expulso pelo novo diretor afetado da escola. Não sei como o personagem vai se desenvolver depois disso, mas espero que não estraguem um dos poucos que ainda se salva.

Agora é ver como vão ser os desdobramentos dessa morte, já que a revelação de quem deu as drogas à garota vão repercutir já no próximo episódio.