Impressionante. Mais que isso: chocante.

Essa é a melhor definição pro episódio que reconduziu de vez Skins aos trilhos. Roteiro muito bem cuidado, direção impecável, atuações na medida e um final surpreendente que dá uma porrada no espectador, enquanto aquele psicopata dá porradas em um de nossos protagonistas.

Mas vamos deixar o final para o fim, onde é seu lugar. Até porque, “Effy” funciona bem desde o começo, mostrando a recuperação da caçula dos Stonem na clínica psiquiátrica. Recuperação entre aspas, já que seu psicólogo John Foster tem um método no mínimo discutível, levando a garota a apagar da sua memória todos os traumas, ao invés de encará-los e superá-los.

Eu já conheci um bom número de pessoas que sofreram de depressão, distúrbios de ansiedade e síndrome do pânico, e nesse ponto devo afirmar que Kaya Scodelario esteve perfeita em sua interpretação. A respiração ofegante, o nervosismo que começa contido e vai crescendo. Ela realmente incorporou esses problemas, o que ajudou a tornar o episódio ainda mais convincente. E ao contrário de “Freddie”, que eu não gostei, esse episódio soube explorar o lado sombrio da própria condição da Effy, sem precisar explorar para um visual escuro de filme de terror, que seria desnecessário. O episódio é claro, e mesmo assim consegue ser sufocante.

Gostei bastante também de ver que enfim a grande redenção do Cook veio. Claro, ele continua sendo o badboy grosseiro de sempre, mas pelo menos está mais bem resolvido, e mostrou ser o personagem que melhor entende o que está à sua volta. Ele é um excluído, como Effy, mas a ama, assim como ama seu amigo Freddie, e compreende melhor do que os dois a dinâmica doentia desse trio. E no fim, é quem está com a cabeça no lugar pra salvar Effy e botar um pouco de juízo na cabeça de Freddie.

Até chegarmos ao espetacular final. Ao longo de episódio, vamos desvendando aos poucos as verdadeiras intenções maliciosas do Dr. Foster, e como sua influência sobre Effy vai deixando a garota mais e mais alheia à realidade e dependente de remédios. É quando Freddie percebe isso e vai confrontar o psiquiatra que descobrimos da pior forma possível que a perversão de John Foster é ainda mais grave, e que o cara é um psicopata.

E a golpes de taco de baseball nos despedimos de forma chocante do Freddie. Uma morte surpreendente que vem como um sacrifício necessário para elevar Skins de volta ao nível das duas primeiras temporadas. Sensacional.

Agora só falta o Season Finale, e estou torcendo para o Dr. John Foster ter um encontro frente a frente com James Cook.