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Skins – 6×01 Everyone e 6×02 Rich

Por: em 1 de fevereiro de 2012

Skins – 6×01 Everyone e 6×02 Rich

Por: em

Enquanto Skins troca de elenco a cada duas temporadas, as reviews da série aqui no Apaixonados por Séries trocam de autor todo ano. Quando iniciamos nossas atividades, o Alexandre Esposito foi o responsável pelas reviews da 4ª temporada; e no ano passado, a 3ª geração teve sua estreia com os comentários do Rodolfo Vieira. Agora chegou a minha vez de opinar sobre uma das séries que melhor retratou a cultura inglesa adolescente.

Preciso começar dizendo que nada vai chegar aos pés da 1ª geração. O elenco era entrosado, tivemos o melhor casal da série (Sid e Cassie); o personagem mais carismático (Chris); uma das amizades mais bem retratadas (Maxxie e Anwar); rodeados de personagens cheios de vida e camadas psicológicas exploradas de maneira genial. Michelle, Tony, Jal e até a louquinha Sketch formaram o elenco perfeito. Então estávamos acostumados com essa química e fomos forçados a esquecê-los quando a 3ª temporada estreou, trazendo a 2ª geração. Liderada por Effy, que era uma personagem bem complexa, essa geração foi estranha. Ok, tínhamos Emily e Naomi em um relacionamento bem retratado; e o simpático JJ. Mas ao redor, tínhamos o inconstante Freddie; a sem graça Pandora e seu namorado Thomas, que destoava bastante do resto do elenco. Katie e Cook tiveram seus momentos, mas nada de mais.

A qualidade da série decaiu muito na 2ª geração; apostando em tramas batidas, que não questionavam o telespectador, nem polemizavam – criativamente. Sem contar que o elenco, junto, não conseguia passar aquela imagem de boa química, mesmo que nos bastidores fossem tão unidos quanto o elenco que eles substituíram. Porém, a 5ª temporada – e consequentemente – a 3ª geração, trouxe um ar fresco para a série. Personagens palpáveis, novamente recheados de problemas psicológicos bem desenvolvidos, e um elenco quase 100% acertado.

É só você lembrar…o que sentiu quando Chris morreu? E quando Freddie foi assassinado? E agora nessa sexta temporada? A season premiere arriscou, e deu muito certo. Colocar o grupo no Marrocos, em clima de férias, só eles, sem mais ninguém, foi um toque genial dos produtores. Eles estavam longe da escola, dos familiares, e podiam curtir a vida como ela é. Ao mesmo tempo, estavam em território desconhecido…o que fazer se algo de ruim acontecer? O clima de ar fresco com essa 3ª geração é evidenciado pelas viagens que os personagens fazem. Fogem do lugar comum e criam novas possibilidades. Algo como a 1ª geração fez ao ir para a Rússia; e até a 2ª, quando Effy, Cook e Freddie foram até outra cidade. O episódio do quase casamento de Rich e Grace também deu esse ar. Os produtores notaram essa ideia e abriram sua temporada de forma brilhante.

No calor marroquino, o melhor de tudo foi ver a evolução dos personagens. Rich e Grace continuaram sendo o melhor casal da geração. O metaleiro e a sonhadora formam uma dupla sensacional, e muito disso se deve a atuação cada vez mais caprichada de Alexander Arnold e a sutileza de bailarina de Jessica Sula. Mas Mini e Franky foram realmente o centro da premiere, provando o lado bom e o ruim da evolução de um personagem. Mini era a chata, estilo mean girl, quando a geração estreou. De lá para cá, fomos descobrindo mais de sua vida e acabamos sabendo que sua base não é nada sólida. Ok, é o famoso clichê de utilizar o lado vilã para encobrir seus defeitos e inseguranças, mas funcionou muito bem com Mini. Agora ela é diferente. Defende os amigos, é simpática com todos, e curte a vida sem esnobar ou achar que é melhor que os outros. Seu relacionamento com Alo está excelente. No 2º episódio ela mostrou que sente uma certa vergonha, mas isso é normal da Mini. O fato é que ela gosta de seu farm boy, e essa trama vai render.

Já Franky partiu de andrógina e desconcertada, cheia de problemas, para virar bitch total com Matty, simplesmente porque não sabe estar em um relacionamento. Sério? Então para que todo aquele alvoroço que ela fez, conseguindo separar Matty e Liv? Claro, ele também sentia algo muito forte por Franky, mas o casal era realmente legal. Tem como não culpá-la pelos eventos desses dois episódios? Se ela não tivesse saído com o tal do Luke, Matty nunca teria ido atrás dela com o carro. Ou mesmo se ela não tivesse feito escândalo com o namorado na frente dos outros, Grace não teria entrado no carro para conversar com Matty. Agora a turma está totalmente despedaçada, tudo porque Franky não sabe o que quer da vida.

Matty fugiu após perceber o que aconteceu com Grace, e agora está sumido. Tenta ligar para Nick, que não atende o telefone. O fato é que ninguém entende o que aconteceu. Só Matty sabe sobre a chantagem do tal Luke e de seu amigo sobre as drogas no carro. Já Liv, sabe que Luke representava perigo, mas apenas em relação a Franky, e nada sobre as drogas. Ou seja, Matty está realmente perdido, pois quem acreditará nele agora que fugiu do acidente? Mas durante esses dois episódios, o foco foi mesmo em Grace e Rich.

Sabia que algo estava errado. Achei muito estranho Grace acordar “do nada” de seu coma e agir como se tudo estivesse ok, querendo fazer sexo. Além do mais, nenhum outro personagem comentou sobre ela ter acordado, apenas após Rich contar o acontecido. Sabemos que Skins adora utilizar visões como uma forma de elevar o personagem em certo episódio. Tony e Effy viram pessoas em episódios passados. Agora foi Rich que fantasiou com Grace acordada, uma forma de sua mente se preparar para o pior. Ele só percebeu tudo após ver que o celular estava quebrado, logo após um diálogo bonito em que Grace diz que deve ir embora. O triste é que isso significa ir embora da série. Grace levava a esperteza de Jal com a suavidade ingênua de Pandora, em uma mistura muito bem feita. Acreditava que os roteiristas não manteriam a regra de matar um personagem da geração, mas assim como Chris e Freddie, Grace cria um desfalque. Porém, os outros morreram nos penúltimos episódios da temporada, enquanto Grace morre no 2º. Veremos muito do luto de Rich e de sua tentativa de se reerguer. Apesar de gostar da personagem, espero que não inventem que o professor Blood estava mentindo, pois a cena final pareceu honesta o bastante para acreditarmos que Grace realmente morreu.

Outro ponto importante nesse episódio foi a amizade de Rich e Alo. Gostei de como o ruivo se preocupou com o amigo. Mesmo Rich mandando ele ir embora, Alo ficou. Ok, tínhamos Mini no caminho, mas a preocupação com o parceiro foi evidente. Com a morte de Grace, os personagens ficarão ainda mais transtornados. Franky e Matty deverão se afundar na culpa, enquanto Liv e Mini perdem uma peça importante em seu trio de amizade. Querendo ou não, Grace era a voz da razão no meio de tanta bobagem, e acabou segurando o grupo diversas vezes. Vai ser interessante como tudo isso afetará a dinâmica desses personagens.

O fato é que Skins voltou muito bem, relembrando seus tempos áureos. O problema? Esses dois episódios tiveram as piores audiências da história da série. Ou seja, o público já não está tão interessado em assistir os problemas da adolescência britânica. Mas e vocês, ainda interessados em acompanhar Skins comigo?


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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