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Skins – 6×03 Alex

Por: em 13 de fevereiro de 2012

Skins – 6×03 Alex

Por: em

Um…dois…três…

Nunca é fácil substituir alguém. Em um seriado, acaba dependendo do carisma que tal personagem tem com seu público. Grace era extremamente querida, fato. Mas com esse episódio, é igualmente correto dizer que Alex conseguiu manter o excelente ritmo que a 3ª geração de Skins vem apresentando. Com sua entrada, Alex acabou nos provando que é possível introduzir um personagem quando já estamos acostumados com a turma. Essa tentativa havia sido feita na 1ª geração, quando Sketch entrou na 2ª temporada. Não deu certo, pois ela não teve força alguma para se tornar uma personagem carismática. E olha que Alex lembra Sketch em alguns sentidos, com o familiar doente do qual ele toma conta. Mas claro, personalidades completamente diferentes, fez o novo personagem soar realmente interessante.

E com Alex a série volta a usar uma “tradição”. Ter um personagem homossexual em cada geração. Nada mais do que o normal, afinal, a série se baseia na realidade e é craque em mostrar a luta e a volta por cima de todos os tipos de preconceitos de uma sociedade. Sketch era viciada em Maxxie, e agora Liv acabou se enganando sobre Alex. Na 2ª geração tivemos um casal de protagonistas – Emily e Naomi – que se tornaram duas das personagens mais amadas do público. Todos amavam Maxxie, ou seja, o público também está acostumado à forma que nos apresentam esses personagens, os aceitam, e os amam. E Alex? Como eu disse, a primeira impressão foi realmente muito boa.

Ele é o típico personagem com daddy issues. Alo, Nick, Matty, Grace tem problemas com os pais, enquanto Mini e Liv apresentam mommy issues. Franky e Rich são os únicos da geração a não apresentarem problemas com seus pais, por enquanto – apesar de Rich tratá-los diferente, ele os ama. A forma que apresentaram Alex poderia gerar inúmeros problemas contra o personagem, mas para nossa alegria, os roteiristas fizeram uma trama que o tornou simpático, não só pela atuação, por vezes melancólica, por vezes insegura, e claro, frenética, de Sam Jackson, um ator novato – como a maioria em Skins – que mostra mais uma vez como existem atores excelentes que não conseguem uma chance. Outro fator muito importante foi o momento da introdução de Alex, com um timing perfeito da parte dos produtores, ao introduzí-lo após a morte de Grace, tendo feito o personagem se importar com a dor dos novos amigos, aliada a dor da perda de sua avó.

Seu daddy issue residia ai mesmo. A trama da avó com Alzheimer conseguiu tocar o telespectador. Aquela senhora era uma fofa. Amava o neto; ouvia suas histórias quando Alex lia o diário; dançava com ele; e até brincava de esconde-esconde. A atriz Fenella Fielding fez um ótimo trabalho passando a luta de uma senhora que está perdida no tempo, e presa com a memória de seu marido já falecido. A trama fez rapidamente que nos importássemos com Alex. Ele não queria que o pai enviasse a avó em um lar de idosos. A impertinência do pai, junto com tudo o que o adolescente abdicava para cuidar da avó foram fundamentais para que gostássemos de Alex. E ele iria preferir parar de estudar para cuidar dela. Esse amor era grande, então foi extremamente triste assistir a cena dele encontrando a avó na cama, com a foto do barco do avô.

Claro, Alex é excêntrico. O jogo dos dados – apesar de uma ideia super legal para sua trama – pode fazê-lo ser odiado quando a pessoa não o conhecer. E isso aconteceu quando o dado “mandou” ele dar um soco em Alo, conseguindo atenção de toda escola rapidamente. Claro, o carisma do personagem conseguiu redimi-lo com as cenas finais do episódio, sendo que até Nick e Alo esqueceram o acontecido. Agora sem a avó, Alex estará livre para sair com a turma, estando mais presente nos acontecimentos, ao mesmo tempo que tenta ajudar o grupo de reerguer. Alex não pensa, apenas age, evidenciado pelas cenas com o dado; no pôquer; e para aliviar a tensão com um total estranho. Ele mesmo não se importou se o cara era mais velho do que sua foto dizia, pois não estava atrás de um relacionamento. Liv pensou que Alex fosse heterossexual, mas não achei que a culpa foi dele, pois o garoto tentou contar.

A cena final foi realmente bonita. Novamente não existiu nenhum pensamento, apenas colocou a avó no barco e a colocou no mar, para descansar com o avô. Uma ideia bonita e que uniu o grupo rapidamente. A amizade entre Alex e Liv será algo interessante de acompanhar. Ele não vai substituir o lugar de Grace, mas Liv terá alguém para contar já que Mini está totalmente perdida após a morte da amiga. Aliás, foi um alívio ter um pouco de normalidade com o grupo tão despedaçado. Não entendo a Mini. Ela tem Liv, tem Alo, e está agindo assim. Agora que a personagem havia evoluído tanto, resolvem retroceder, nos lembrando a Mini do começo da geração. Já Franky não poderia estar mais insuportável. Não bastasse não fazer nada o episódio inteiro, ainda liga para Matty mandando ele não voltar nunca mais. Será que ela esqueceu que tudo isso aconteceu porque ela não sabe estar em um relacionamento?

Rich não deu as caras, então Nick é quem agiu como amigo de Alo, e olha que gostei bastante da dupla. Os dois sentem saudades de alguém. Alo de Rich, e Nick do irmão Matty, e tentam se ajustar na melhor das hipóteses em um acontecimento como a morte de Grace. Será que eles não puderam ir ao velório porque aconteceu na Suécia, ou porque o Sr. Blood barrou os amigos – algo parecido com o enterro de Chris -? De qualquer forma, Liv mandou bem demais no memorial. Nenhuma daquelas pessoas ligava para Grace, e agora fingem tristeza pela morte da garota sem mesmo conhecê-la. E para falar bem a verdade, Grace teria adorado a ideia de Liv de mostrar os peitos, assim como Mini e Franky comentaram.

Com um novo personagem, aumentam as possibilidades, e equilibram os sentimentos novamente, afinal, Alex é bastante carismático, e consegue fazer o oposto com a chatice mostrada por Franky e Mini nesse episódio. Agora só nos resta esperar que o episódio dessa noite consiga nos manter presos na trama. A gente se vê mais cedo essa semana.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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