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Skins – 6×04 Franky, 6×05 Mini e 6×06 Nick

Por: em 5 de março de 2012

Skins – 6×04 Franky, 6×05 Mini e 6×06 Nick

Por: em

Crazy, stupid, love.

E não é que essa frase casa bem com os três últimos episódios exibidos de Skins? Claro, não é proposital, e aqui segue meu pedido de desculpas ao fãs da série: Troca de emprego nunca é fácil, e por esse motivo minhas últimas semanas foram extremamente corridas, sem tempo de assistir, pensar e escrever. Agora com tudo mais estabilizado, prometo tentar ficar em dia com vocês, afinal…todo esse esforço só vale a pena porque o diálogo com os comentários é gratificante.

Mas vamos ao que interessa, que é a história bem elaborada que os jovens roteiristas de Skins estão nos mostrando. Arrisco a dizer que é a temporada que mais exige de seus atores, que mais joga o chocante – não menos real – em nossa cara; e isso me satisfaz o suficiente para querer mais uma temporada na presença desses mesmos personagens, ao invés da habitual troca de elenco (caso isso aconteça, porque a audiência indica que não). A única coisa ruim é que com o foco cada vez mais particular, os momentos entre o grupo estão sendo deixados de lado. O que é uma pena, porque essa turma têm uma química tremenda, evidenciado pela season premiere.

Vamos começar pela crazy. Sinceramente, o que foi esse episódio focado em Franky? Apesar de toda raiva que senti durante o episódio inteiro, preciso ressaltar a atuação de Dakota Blue Richards. Com Franky, a série extrapolou todos os seus limites, ao adentrar em um terreno minado como a história da adolescente perdida e atraída ao maníaco Luke. Todas as cenas de brigas, e de sexo violento, foram muito bem feitas, com atuações chocantes dos atores envolvidos. Dakota conseguiu imprimir toda a força necessária para interpretar uma garota sofrendo a perda de uma amiga, e que se vê no caminho errado. Até no simples momento que pediu desculpa a um pinguim que deveria ser Grace, a atriz conseguiu se sobressair. Pontos para a série, que em sua 6ª temporada ainda consegue levar a tona um assunto tão preocupante como o distúrbio psicológico de Franky. As brigas com os pais; os assaltos de histerismo com Luke; e as lutas que lhe davam prazer. Chegou um momento no episódio que foi simplesmente fácil sentir nojo de toda situação que Franky estava se metendo.

Ela – assim como Mini – procuraram as respostas de seus problemas em pessoas fora de seu alcance, sem pensar nos amigos que sempre estiveram do lado. No caso da ruivinha, foi com Luke, o garoto responsável pela perseguição de carro que resultou com a morte de Grace. A forma como Franky tratou Mini na escola, assim como todos os outros amigos, incitou a raiva de nós fãs, mas ao longo do episódio – e dos seguintes – ela conseguiu mostrar um pouco de empatia. O final de Luke foi excelente. Ao invés de uma briga, ou uma surra bem dada, que era o que eu imaginei que o pai de Franky faria, ele foi simplesmente ignorado. O garoto mimado acabou perdendo. Mas ainda não descarto a possibilidade de uma vingança. Uma mente perturbada como a de Luke é capaz de tudo. No fim do dia, a garota foi salva por amor, seja dos pais, seja de Nick.

Antes de falarmos do garoto, vamos a segunda parte: stupid. Mini havia evoluído tanto quando a vimos na premiere que parecia bom demais para ser verdade. Bastou a morte de Grace para a loira se encontrar perdida em um turbilhão de sentimentos. Novamente, a ajuda esteve sempre do lado: seja o farmboy, seja a amiga Liv; Mini tinha apoio, mas preferiu ignorá-los e procurar por quem já lhe deixou na mão. Porém, toda essa busca pelo pai foi válida para Mini. Válida ainda mais porque Alo não aceitou a loira de volta, e essa é uma jogada simples, mas interessante da série. A humilhação do ruivo na festa do pai de Mini foi intensa, e ele esteve certo em ignorá-la mais tarde. Mini precisa deixar de ser mimada e aprender que a vida não é fácil, mas principalmente, não se deve usar os outros. O sumiço do pai da garota – apesar de previsível – fará bem para moldar a personalidade de Mini de agora em diante.

E pensar que, mesmo estando em seu sexto ano, Skins não havia trabalhado com a ideia de gravidez. Ok, tivemos Jal grávida de Chris na 2ª temporada, mas tudo foi finalizado rapidamente com o aborto que a garota fez. Agora, Mini pretende ficar com o bebê, e atire a primeira pedra quem não se emocionou com a cena do ultrassom. Algumas coisas deixaram a desejar, como o rápido esquecimento de Mini sobre como Franky estava lhe tratando ultimamente. As duas voltaram as boas, e Franky é a única que sabe do segredo. Agora que Alo está bravo, não sei o que acontecerá com o relacionamento dos dois. Nem imagino como será a reação do farmboy quando descobrir que será pai. Assim como Dakota, Freya Mavor botou pra quebrar em seu episódio. Convenhamos: no começo da geração, Mini era interessante, mas a atuação de Freya era a básica mean girl. Porém, a 6ª temporada trouxe um ar fresco, que conseguiu elevar seus atores. Nesse episódio, a atriz arrebentou em todas as cenas, provando que não é só mais um rostinho bonito. Novamente: a trama exigiu de Freya Mavor, e a ela correspondeu as expectativas.

O mesmo aconteceu com Sean Teale e seu Nick. Chegamos a parte love da review, e aqui, um problema. Não chega a prejudicar a trama, mas achei essa paixão de Nick por Franky rápida demais. Alguém havia percebido que existia sequer uma faísca entre eles? Porém, com essa ideia, o ator que nunca havia mostrado a que veio, conseguiu seu lugar como bons atores em Skins. O roteiro lhe deu espaço, e as cenas de explosões de Nick foram excelentes. Em especial na festa de 48 horas e seu diálogo com Franky no banheiro. A trama da paixão entra em conflito com Matty, seu irmão que sempre levou a culpa por suas explosões de raiva. Nick foi sincero: Matty sempre será seu irmão, e ele fez o que pode para trazê-lo de volta a Inglaterra. Nick foi enganado pelo Doctor e iludido por Franky, tudo como uma bola de neve que só fez bem para a evolução do personagem de “qualquer coisa” para “alguma coisa”. Nick agora transborda simpatia através desse episódio.

E vamos combinar que Nick e Franky como casal combinou. Os dois têm química e isso ficou evidenciado pelas cenas nesse episódio. Desde Nick apanhando de Luke para salvar sua paixão, até a paixão sendo consumada – tudo valeu a pena. Foi ainda mais interessante ver Nick defendendo Matty da morte de Grace. É complicado julgar. Luke apareceu, Franky gerou a ação, Matty estava dirigindo. Não tem como colocar a culpa em alguém (mesmo eu tendo feito isso em reviews passadas). Matty ama Franky. Nick ama Franky. E por agora, ela parece estar amando Nick. Porém, sua expressão no final do sexto episódio deixou pistas suficientes para acharmos que ela ainda sente algo por Matty. Como vingança – afinal ela o culpa pela morte da amiga – mostrou que estava no quarto de Nick, e Matty entendeu a mensagem. E fica a pergunta: quando veremos o garoto enfim na terra da Rainha?

No mais tivemos Liv e Alex ainda bem amigos. Sinto pena por Liv, pois ela tenta de toda forma se aproximar de Mini, que só a rejeita. A loira pensa que Liv não sofreu pela morte de Grace. Ela só encontrou uma forma mais fácil de lidar com a dor. Por isso fico feliz com a entrada de Alex, que se une a Liv, não deixando a amiga sozinha. Nesse último episódio, Alex continuou mostrando que é gente boa, oferecendo ajuda financeira a Nick, que acabou rejeitando; brigando; e depois beijando, como um pedido de desculpas. Finalizando, Rich voltou a estudar, mas não apareceu o suficiente para sabermos como ele está. Apenas demonstra que está conseguindo viver um dia após o outro. Algo que Skins está mostrando que nem sempre é fácil, e como um único evento pode afetar diversas vidas de forma diferente.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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