Nas duas últimas semanas, Smallville trouxe episódios não tão bons assim. Me atrevo a dizer que até alguns foram desnecessários, como no caso de “Patriot”. Entretanto, essa impressão ruim foi diminuída com o episódio desta semana, o tão esperando “Luthor”, que trouxe de volta um personagem que fazia falta na história: Lionel Luthor em toda a sua essência cruel e manipuladora. Como um bom Luthor tem de ser.
A primeira sequência de Lionel em uma realidade alternativa foi magnífica. O personagem conseguiu passar toda a maldade que o caracterizou por tantas temporadas em apenas uma frase. E o momento em que se referiu a Clark como seu filho fechou a sequência com chave de ouro.
Não sei se foi apenas em mim, mas a ideia de ouvir nosso herói ser chamado de “Clark Luthor” me causou arrepios, justamente porque, assim como ele disse a Tess em uma sequência anterior, o sangue dos Luthor é venenoso, corrompendo a qualquer um. Inclusive a ele, e isso é provado quando somos apresentados a sua “versão alternativa”.
O “justiceiro” que assassina todos os que veem seu rosto não age como um herói, pelo contrário. Ultraman, seu alter ego, espalha o terror em Metropolis, que aqui é cinzenta. Aliás, tudo nesta sequência tem um ar cinzento, como se a esperança, assim como as cores, tivesse abandonado este lugar.
Nesta versão alternativa, muitas coisas são reveladas. Como os verdadeiros sentimentos de Tess, que revela a Lionel, com todas as letras, a inveja que sente por seu pai não “amá-la” como “ama” Clark. Essa cena lembra muito uma anteriormente protagonizada por Lex, que teve esse mesmo diálogo com seu pai, ao notar a preferência dele pelo jovem Superman.
Aliás, Lex sempre sentiu inveja do amor com que os Kent tratavam Clark, já que não tinha isso em sua família. Tendo um pai manipulador como Lionel é natural que ele tenha se tornado uma pessoa fria e calculista. Porém, Clark pode estar certo quanto ao perigo que pertencer à família Luthor representa, já que o pequeno Alexander vem dando demonstrações de que, assim como o verdadeiro Lex, possui a crueldade de sua família. E a aversão ao Superman também, já que a parede de seu quarto é coberta de símbolos do Homem de Aço. Com alguns riscados, claro.
Porém, se na realidade alternativa Tess é uma verdadeira Luthor, aqui ela, ao menos até agora, vem se esforçando em renegar a periculosidade de seu sangue, principalmente com relação ao jovem Lex, a quem tentou tratar com carinho, na esperança de transformá-lo em um homem diferente, além de manter próximo de si talvez o único membro de sua “família”.
Mas, uma vez um Luthor, sempre um Luthor, e se Lex é a prova disso, talvez Tess também seja. É esperar para ver. E torcer para que estejamos enganados.
Até a próxima semana.
Ps: Algumas possibilidades interessantes são exploradas na realidade alternativa, como o fato de Lois ser noiva de Oliver, odiar a versão “rebelde” de Clark, a fazenda Kent estar abandonada e indo a leilão e, especialmente, o destino dos Sullivan: ter sido assassinados por Clark, o que explicaria o desaparecimento de Chloe da história. Agora, se as coisas na outra realidade eram confusas, na nossa podem ficar perigosas também, já que Lionel Luthor está entre nós. E disposto a corromper e tornar-se, quem sabe até o amadurecimento de Lex, uma grande ameça para Clark. Como anteriormente já foi.
