Depois de alguns episódios bem medianos, finalmente Smallville retornou ao ritmo frenético e angustiante dessa última temporada com um capítulo que me deixou simplesmente sem palavras. “Beacon” trouxe tudo o que os demais ficaram devendo: ação, suspense, emoção e, principalmente, um final inacreditável.
Entre os retornos que esse capítulo marcou, com certeza a volta de Lionel foi a mais impactante. Ver o velho patriarca dos Luthor de volta à sua velha forma foi reconfortante. De novo, a cada aparição em cena de Lionel senti novamente aquela raiva que o personagem tanto inspira. Esse sim mereceu estar de volta, e não aquela sua versão redimida que morreu há algumas temporadas. Tudo bem que eu nunca acreditei em sua completa redenção, mas isso é tema para um outro texto.
Por falar em maldade, no caso dos Luthors ela deve ser genética, porque mesmo se tratando de um clone, Alexander carrega a mesma frieza e o mesmo ódio que sua versão original. Se bem que acho nesse caso as coisas estão, se não piores, bem mais concentradas, porque o que originalmente demorou alguns bons anos para amadurecer, em sua cópia toda a raiva guardada por Lex aumenta a cada dia, tornando o vilão quase como uma bomba, pronta a explodir.
E uma bomba melhorada, que fique bem claro, afinal Lex não apenas se clonou como, por aquela última cena, parece ter dados poderes extras a seu clone. Mas esse incidente me deixou com uma dúvida: teria ele os mesmos poderes de Clark? Se sim, como ele pode ser imune aos efeitos da criptonita? Será que os roteiristas da série responderão esta pergunta antes do fim?
Em compensação, outra pergunta que está caminhando para uma resposta é com relação ao futuro de Clark como Superman e o momento em que ele finalmente vestirá o uniforme. Depois de relutar por tantos anos seu destino como herói, finalmente ele está demonstrando estar pronto para assumir seu posto e se tornar quem tanto esperamos.
Se na semana passada a responsável por ajudá-lo em sua longa caminhada rumo ao seu destino foi Lois, desta vez esse papel coube à sua mãe, que esteve incrível em sua participação. Cada expressão de encorajamento, cada olhar, cada atitude afim de convencer Clark a enfrentar seus inimigos me deixaram profundamente emocionada. Como senti falta das sábias palavras de Martha Kent!
Mas não foram só de suas palavras que eu senti falta: sua coragem era o que estava faltando. A forma como enfrentou Lionel e as palavras que disse a ele para proteger seu filho foram dignas das discussões que teve em anos anteriores com o vilão. E quanto sarcasmo ele carregava no olhar! Cenas perfeitas, como há muito tempo não via.
Outra que esteve muito bem em cena foi Chloe. Depois daquele retorno um tanto quanto estranho, ela voltou a ser o braço direito de Clark atuando nos bastidores, como sempre. E a dupla formada por ela e Lois para derrubar o decreto que exigia o registro de Vigilantes foi perfeita.
Com relação a essa votação tenho uma consideração a fazer: quanto pessimismo, Clark Kent! Como fã assumida do Superman confesso que em alguns momentos perco a paciência com sua insegurança. Não contei as vezes em que ele duvidou que aqueles que acreditam nos heróis conseguiriam reverter esse decreto.
Era tanto pessimismo que até eu cheguei a duvidar em alguns momentos. Se fosse apenas por ele, tudo estaria perdido. Ainda bem que Chloe, Lois, Oliver, Marta e uma legião de fãs não deixaram que isso acontecesse. Já que falei dos fãs, já ia esquecendo de um detalhe: os vídeos enviados por aqueles que acreditavam no Borrão.
Por alguns meses me esqueci completamente do pedido feito pela CW, via Internet, para que os fãs da série enviassem vídeos dizendo porquê ainda acreditavam no Borrão. Confesso que até cheguei a pensar em também entrar nessa onda e enviar o meu, mas pensei melhor e resolvi deixar apenas para conferir os resultados, e não é que a estratégia ficou boa? Os vídeos selecionados se encaixaram perfeitamente no contexto do capítulo. Tanto que, se eu não soubesse que não haviam sido gravados por atores eu não acreditaria que eram fãs da série que estavam ali.
Uma estratégia perfeita, não só para mostrar a Clark o quanto é amado como para provar que, apesar dos altos e baixos, Smallville tem uma legião de fãs não só nos Estados Unidos mas no mundo todo. Foi um belo incentivo a todos que, assim como eu, pensaram em largar a série por conta dos rumos que a história estava tomando.
Depois de hoje confesso que, se os capítulos finais seguirem neste ritmo, a despedida no dia 13 de maio será muito difícil.
Até a próxima semana.
Ps: Falando em Lex Luthor, depois de muita enrolação finalmente Michael Rosembaum disse sim aos produtores da série e concordou em retornar à pele do vilão. Já não era sem tempo, afinal Smallville não poderia ter um final digno sem sua presença. Dedinhos cruzados para que seu breve retorno seja tão bom quanto quer minha ansiedade em vê-lo de volta.
