É incrível como Smallville tem a capacidade, nesta temporada, de recuperar o ritmo depois de um episódio mais fraco. Se Fortunate não foi lá essas coisas, Scion não só retomou o bom andamento desta despedida como também teve um encerramento digno de final de temporada.
Ver a evolução de Conner Kent, que de uma versão mais jovem de Clark se tornou um novo e perigoso Lex por alguns momentos foi assustador. Principalmente pelos males que a criptonita vermelha causa nele. Por falar em algo a se temer, ver esse novo/velho Lionel Luthor em cena é reconfortante.
O personagem é tão desprezível, cruel e sem qualquer tipo de sentimentos que chega a revoltar. Ufa!! Outra que esteve perfeita em cena foi Tess. Mesmo “redimida”, ela conserva a arrogância típica dos Luthors, enfrentando sem qualquer medo Lionel, utilizando contra ele mentiras. Aliás, saber mentir parece ser um pré-requisito para alguém ser um Luthor de fato. Mentir e manipular, claro. E Lionel, como patriarca da família, não poderia ser mais expert nesta arte. Conner que o diga.
Se aproveitando do fato de ele ter ouvido que ele possui também uma parte Luthor, ele se aproveita da confiança de Conner e coloca nele um anel de criptonita vermelha, um momento com a cara da primeira temporada da série. Mas, se naquele ocasião tudo o que vimos foi um Clark “bad boy” e conquistador, aqui o que surge é o lado Luthor de Conner, sem limites e com uma verdadeira obsessão por Lois. Quase uma bomba-relógio desarmada por Clark, felizmente a tempo.
Em boa parte dos episódios desta temporada, eu sempre critiquei o jeito politicamento correto de Clark, mas desta vez tenho de admitir que foi seu caráter irritantemente perfeito o responsável por vencer o lado Luthor de Conner, deixando apenas o lado Kent, para nossa sorte.
Em relação à interação entre Clark e Conner tudo o que posso dizer é que cada sequência dos dois foi emocionante e nostálgico. Ver o “jovem Kent” desenvolvendo suas habilidades me fez lembrar do início de Smallville, quando Clark não sabia o que fazer com os poderes que desenvolvia praticamente a cada dia.
Sem dúvida, um dos momentos mais nostálgicos foi quando Conner, depois de “analisar” Lois quase incendia o celeiro. Foi impossível não me lembrar automaticamente do episódio em que Clark desenvolveu essa habilidade, na ocasião inspirado por Lana.
Se naquele, e em todos os momentos-chave para a transformação de Clark ele teve a ajuda de seu pai, aqui Clark fez o papel de pai para Conner. Ou, como ele prefere, de irmão mais velho, e esse foi outro momento emocionante e um tantinho engraçado também, principalmente durante o treinamento de sua visão de calor.
Agora, se a relação Clark/ Conner foi boa, a última cena é ainda melhor, já que uma pergunta que eu estava me fazendo antes mesmo do capítulo terminar foi parcialmente respondida: como Lex voltaria à cena? Afinal, aparentemente não sobraram clones. Mas quem precisa de um clone quando se tem o próprio Darkseid para atender um desejo como o de Lionel, que disse ser capaz de dar qualquer coisa para ter seu filho de volta?
Infelizmente, essa é uma pergunta que só poderá ser respondida em abril, quando a série voltará de seu último hiatus. Até lá, o jeito é segurar a ansiedade e aguardar pacientemente. Sendo assim, até abril.
Ps: Durante o último diálogo com Tess, Lionel levantou a questão de que a mudança da personagem, que aparentemente teria se redimido de todas as suas maldades, não seria verdadeira, pois “lá no fundo” ainda havia escuridão dentro dela. Estaria ele certo? Será que até o encerramento de Smallville Tess voltará a ser uma vilã? Ou o “veneno” contido no sangue dos Luthors já foi eliminado por ela?
