A cada semana Smallville se aproxima cada vez mais de seu capítulo final, e a cada episódio que assisto meu coração fica ainda mais apertado por saber que, depois de dez anos, a história terá seu fim, e o herói que vimos praticamente nascer finalmente aparecerá em toda a sua glória.
Mesmo com todo esse entusiasmo, nem todo esse capítulo final tem sido empolgante, já que a temporada tem oscilado entre capítulos maravilhosos e outros nem tanto, caso de Booster. Apesar de ser divertida a idéia de ver o ego de Clark testado quando outro herói aparece disposto a roubar seu lugar no coração dos habitantes de Metrópolis, eu preferia de verdade que a história tivesse avançado mais na transformação definitiva de Clark em Superman, embora eu precise admitir que, nesse quesito, Lois está fazendo um ótimo trabalho.
Depois de tanto falar e insistir, ela finalmente está conseguindo transformar aquele Clark confiante e até um pouco metido no caipira atrapalhado e tímido. Tudo nele está se transformando pouco a pouco: o jeito de andar (adorei vê-lo derrubar aquela caixa no chão), de falar (vide sua insegurança ao tentar entrevistar um poderoso empresário) e de vestir (destaque para seu inseparável casaco bege).
Mas, apesar da minha pressa (compreensível depois de dez anos de enrolação), os roteiristas até que estão seguindo direitinho o script, nos deliciando com uma cena memorável a cada capítulo. Se bem que hoje foram duas: a inesquecível troca de roupa na cabine telefônica e o outdoor providenciado por Lois, com o símbolo do Superman e a referência a ele como “O Homem de Aço”. Doses homeopáticas de revelação para uma fã ansiosa.
Deixando um pouco de lado minha ansiedade pré-Superman e analisando a presença em cena do nosso outro herói, Booster Gold, o personagem foi excelente. Divertido, egocêntrico e competitivo conseguiu tirar Clark do sério diversas vezes, tanto que até despertou um certo ciúme nele, que viu a cidade inteira gritar o nome de Booster e deixar o “Borrão” de lado tão rapidamente.
Mas Booster não foi só sarcasmo, ao contrário: ele deu dicas preciosas a Clark, como o nome que ele deveria adotar (algo com “Super” – dica melhor não existe) e que atitude tomar diante de todos: se revelar. Uma pena que ele ainda não seguiu o conselho.
Por falar em conselhos, claro que Clark não perderia a chance de dar mais uma de suas lições de moral em Booster, mostrando a ele que “não é o uniforme que faz o herói”, frase que ajudou um garoto a se livrar de um misterioso Besouro.
O garoto, que por sinal era exatamente igual a Clark nos primeiros anos da série: totalmente atrapalhado e inseguro esteve presente durante todo o capítulo, talvez para funcionar como uma espécie de personificação do “novo” Clark. As dicas dadas por Lois deram certo, embora Clark em Smallville nunca foi tão atrapalhado como costuma ser em qualquer filme do Superman ou em outras séries do herói. Mas ele aprenderá com o tempo a diferenciar ainda mais o jornalista do herói. Quer dizer, assim espero.
Até a próxima semana.
Ps. O capítulo desta semana foi tão agradável que até Cat, com quem não simpatizo desde sua primeira aparição, conseguiu se redimir e tornar-se um pouquinho mais agradável aos meus olhos. Claro que logo de cara ela tentou roubar de Lois sua promoção, mas uma atuação heróica de Clark colocou tudo em seus devidos lugares.
Falando nele, e antes de encerrar o texto, não poderia esquecer de comentar seu último gesto antes do capítulo terminar, quando ele rasga a camisa. Mesmo sem um uniforme por baixo da roupa, a cena emocionou e aumentou ainda mais minha ansiedade para vê-lo como Superman. Que venha o próximo capítulo.
