Dois episódios bons e bem distintos: no primeiro uma evolução significativa na trama, finalmente se sabe o que há de errado com Sam, quem está por trás disso e o que eles podem fazer para reverter a situação; no segundo um pouco mais do clássico monstro da semana, sem nenhuma evolução objetiva no núcleo da história, um episódio pra segurar o ritmo. Como já estamos acostumados, desde o início Supernatural tem esse formato: alguns episódios com apenas caçadas e de longe em longe alguma informação relevante da trama vai sendo solta. Quem não se acostumou com isso e segue choramingando por um Supernatural que nunca existiu devia abandonar a série, porque esse é o formato dela.
Family Matters foi um episódio bem parado, mas muito esclarecedor. Nos primeiros minutos Castiel vem e dá a sentença: Sam perdeu sua alma. Li pessoas dizendo que combinou perfeitamente com a falta de atuação do Jared, pobre Jared, que maldade! Finalmente Sam abre o jogo com Dean sobre as capturas dos alfas que tem acontecido desde o início da temporada: Samuel pretende interroga-los, e Sam é que dá a idéia de não contar nada a Dean. A dúvida aqui é: Será que o Sam com alma faria diferente do que o Sam sem alma fez?
Dean o confronta sobre o conceito de família de Samuel, e depois desse episódio fica claro que não é o mesmo que era para o pai deles. Samuel nunca me inspirou confiança, assim como esse Sam que voltou ainda não inspira. Depois do sermão que Dean passa em Sam, e manda que ele vá com Samuel, eu realmente acreditei por alguns minutos que Sam iria com Samuel e deixaria Dean sozinho.
Depois de uma longa conversa cheia de perguntas não respondidas com o vampirão alfa – o primeiro com porte e que merece o nome de alfa até agora – os meninos descobrem sobre a busca de Samuel pelo purgatório: finalmente alguma afirmação sobre o que exatamente Samuel procura! Em cenas muito rápidas nós vemos caçadores vs. caçadores, caçadores vs. vampiro, caçadores + demônios vs. vampiro: os tais primos estavam possuídos e segundo Crowley, eram possuídos há anos. Isso me soou medida desesperada dos roteiristas pra encaixar na trama, mas como não me ocorreu nenhuma cena anterior que os denunciasse como demônios, não posso reclamar. Eles então levam o tal vampiro pro inferno. Foi muito rápido, quem piscou perdeu.
O que motiva Samuel a obedecer Crowley é o que mais me intriga. Crowley entrou nesse episódio pra colocar os meninos nos seus devidos lugares. E na boa, já era hora de alguém fazer isso. Eles fugiram tanto de se posicionar a favor de anjos ou demônios na ultima temporada, que agora chegou a vez deles serem obrigados a obedecer um demônio. E eu acho isso ótimo pra história, finalmente uma linha a ser seguida. Adorei ouvir Crowley dizendo: “Me Charlie, you Angels”. Crowley, de demoniozinho de encruzilhada à rei do inferno. Fico feliz pela volta de Mark Sheppard, e parece que ele vai seguir aparecendo por toda a temporada.
Em All Dogs Go To Heaven os meninos são levados a investigar o que parece ser ataques de lobisomens – a “pedido” de Crowley, mas descobrem que se trata de ataques de um skinwalker disfarçado de cão de família, que para defender seus “donos”, mata todos que os ameaçam. Essa busca pelos alfa provavelmente vai ser o motivador dessa temporada, o que me intriga é que antes dessa sexta temporada, eles nunca sequer foram mencionados. Onde raios eles se escondiam antes do apocalipse?
Essa formação de exércitos, denunciada pelo skinwalker quando capturado por Sam, vai render muito ainda. A lógica explicada por ele de que seu alfa estava coordenando a transformação em massa de todos os donos dos skinwalkers, foi brilhante, assim como a lógica dos vampiros em transformar meninos bonitos pra que eles capturassem fãs de filmes de vampiros no episódio Live Free or Twihard.
E como eu disse semana passada, acredito que os anjos tem algo a ver com isso, e se eles não tiverem, algum demônio pode estar organizando um levante contra o Crowley. Qual a aposta de vocês?
