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Supernatural – 6×10 e 6×11 Caged Heat e Appointment in Samarra

Por: em 7 de fevereiro de 2011

Supernatural – 6×10 e 6×11 Caged Heat e Appointment in Samarra

Por: em

Dois episódios de transição, que encerram algumas dúvidas do início da temporada e preparam terreno para os problemas que os irmãos irão enfrentar no final dela. Aos meus olhos Caged Heat só serviu pra finalmente acabar com a enrolação do Crowley e do Samuel. Já Appointment in Samarra deu o pontapé inicial para as grandes mudanças dessa temporada – a volta da alma de Sam e tudo o que ele vai sofrer por tê-la novamente. Vamos aos episódios então.

Caged Heat trouxe Meg de volta! Desesperada atrás de Crowley, Meg faz tudo conforme as vontades de Sam e Dean porque precisa muito deles, já que são sua unica fonte de informações sobre o novo rei do inferno (estranho escrever em português, King of Hell é tão mais King of Hell do que rei do inferno, não acham?). A forma como Sam consegue ler as expressões de Meg, e o desejo desesperado dela de encontrar Crowley foi a coisa mais esotérica desse episódio: ele não tem alma, portanto, enxerga melhor os sentimentos dos outros justamente por não os ter, e além disso teve sua experiência anterior com demônios, que faz com que ele os entenda melhor, mas mesmo com esse background do Sam, algo devia transparecer para os espectadores – aí talvez tenha faltado interpretação para a atriz Rachel Miner, que interpreta a Meg -, mesmo reassistindo a cena eu não consegui ver traço algum de desespero nela.

Finalmente fala-se claramente na intenção de Samuel ao se envolver com Crowley: ele não suporta viver sem sua filha, e mesmo depois do insistente pedido de ajuda de Dean, ele segue determinado a conseguir isso através de Crowley, e considerando que ele era um caçador experiente na época que vivia, ele já deveria saber o quão traiçoeiro um demônio pode ser, e da possibilidade de Crowley nunca cumprir sua promessa de trazer Mary a vida novamente.

O fim de Crowley nesse episódio foi circunstancial: não havia mais forma de manter os irmãos trabalhando para um demônio, porque eles sabiam que  Crowley não ia fazer a parte dele no acordo, porque por mais que ele tenha se tornado rei do inferno, ele nunca seria mais forte do que Lucifer e Michael juntos, em uma jaula. Com esses plots finalmente alinhavados, a história pode andar novamente!

Um dos pontos fortes desse episódio foi a presença constante de Castiel, e isso só aconteceu porque Sam ameaçou caçar e acabar com o anjo caso ele não os ajudasse na busca por Crowley. Castiel, como sempre, com tiradas muito engraçadas sobre o cotidiano dos humanos, falou nesse episódio uma pérola inesquecível enquanto assistia a um filme pornô:

“If this Pizza man truly loves this baby sitter, why he keeps slapping her rear? perhaps, she has done something wrong.”

“Se o entregador de pizza realmente ama a babá, porque ele continua batendo na bunda dela? Talvez ela tenha feito algo errado.”

Escutando Crowley e Castiel falarem a mesma coisa: que seu sofrimento seria inimaginável depois de sua alma ser devolvida, Sam-sem-alma resolve que quer ficar assim pra sempre. Uma decisão dessas poderia ter sido mais bem aproveitada na trama, não acham?

Em Appointment in Samarra Dean procura a Morte para conseguir ajuda na tentativa de recuperar as almas de Sam e de Adam. Não dá pra negar a minha alegria ao ver a Morte nos créditos iniciais do episódio – adoro cada frase que a Morte fala, o ator é sublime, e os textos são sempre perfeitos. Então, nesse episódio Dean precisa ser a Morte por 24hs para merecer que ela busque a alma de Sam (já que a Morte se nega a buscar 2 almas, Dean se vê obrigado a escolher pela de Sam) no inferno. Toda essa trama de Dean sendo a morte foi incrível: quando um homem morre de enfarto, ele pergunta a o porquê de tudo e Dean responde:

– “Everything is dust in the wind.”

– “Tudo é poeira no vento.”

Dean realmente acha que uma música do Kansas resume tudo na vida: é por isso que ele é e sempre vai ser meu preferido! A lição que a morte deu a Dean foi forte, e pareceu ter revelado a ele toda realidade sobre as brincadeiras com vida e morte que ele e Sam fazem, e que elas tem sim consequências muito caras para as outras pessoas. A trama da morte da menina de 12 anos, que por foi atrasada pela compaixão de Dean e acaba matando outra pessoa, ensina exatamente isso a Dean.

Sam decidido a se manter sem alma vai a procura de Balthazar, pedindo por um feitiço que mantenha sua alma fora de seu corpo para sempre. Balthazar diz que Sam precisa cometer patricídio para completar o feitiço, e considerando que John Winchester está morto há tempos, Balthazar explica a Sam que é necessário matar seu pai, mesmo que esse pai não seja do mesmo sangue: o que leva Sam a pensar imediatamente em Bobby. As cenas de perseguição entre Sam e Bobby me apavoraram. Mesmo sabendo da falta de alma do Sam, considerando que ele ainda tem as memórias de antes da sua ida ao inferno, jamais imaginei que ele fosse capaz disso. E se ele era capaz disso, ele certamente seria capaz de fazer qualquer coisa (até pior) contra Dean também.

Tanto o médico que manteve Dean morto por 7 minutos para que ele conversasse com a Morte, quanto a própria morte, falam em 75%: número mágico do episódio. Falando no médico, vocês também ficaram com medo da Eva, a assistente dele? Ela me deu arrepios.

Algo importante nesse episódio – além da devolução da alma de Sam -, foi o fato da Morte pedir na conversa com Dean que eles continuassem investigando o uso das almas humanas – dizendo que elas são muito poderosas. Acho que aí mora mais um dos elementos chave para a metade final dessa temporada.


Bruna Antunes

Porto Alegre - RS

Série Favorita: Battlestar Galactica

Não assiste de jeito nenhum: Sex and the City

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